Capítulo 25

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Maratona 4/4

(...)

Ji-yeon sentia seu mundo cinza, desmoronando, doloroso. Uma dor dilacerante inundava seu peito e ela estava decidida a acabar com aquilo.

Foi então que ela notou a presença de alguém, porém quando se virou não havia ninguém, apenas um lindo arranjo de flores ao seu lado. Ela olhou em volta e não viu sinal de vida, apenas seu segurança conversando com a moça que vendia flores. Eles pareciam estar discutindo, mas Ji-yeon desviou a atenção para pegar as flores, inalando o perfume delas.

Era o arranjo mais lindo que já havia recebido em toda a sua vida. Ela notou que havia um bilhete e o abriu, notando uma letra delicada varrendo as linhas do papel branco.

"Eu nem sequer te conheço, mas a sua dor me contagia, me assassina, me corrompe e talvez doa em mim tanto quanto em você.

Não a conhecia? Se perguntou, achando fofo a primeira parte do bilhete grande, voltando seus olhos para a leitura.

Sei que se está aqui é porque provavelmente perdeu alguém próximo, tendo em vista a forma dolorosa como está chorando.

Ela voltou a olhar em volta, se perguntando se alguém a observava.

Eu sei que você não sabe, mas você me salvou sem nem saber quem eu era, e sei que isso não se compara com o que fez por mim, porém eu gostaria de retribuir. Obrigada por ter espalhado seu brilho em meu mundo, agora você pode se sentir apagada, mas sei que em algum lugar aí dentro sua luz ainda está. Eu ainda vejo.

Um sorriso triste nasceu nos lábios da menor e um suspiro doloroso se esvaiu de seus pulmões.

Trago essas rosas em sinal de meu respeito e gratidão, não pelo luto. Por ele te ofereço um abraço. Com carinho de alguém que sabe o quanto você vale."

Os olhos avermelhados olharam em volta confusa. No bilhete dizia que a pessoa oferecia um abraço, mas não havia ninguém ali. Ela viu que o selo das flores era igual aos da moça que discutia com o segurança. Decidida, ela se levantou e foi até ela no intuito de pergunta-lá se ela vira quem lhe entregara as flores, mas o timbre ríspido do segurança para com a moça a fez se enfurecer.

-- O que está acontecendo aqui? -- Ji-yeon indagou e o rapaz lhe fitou.

-- Essa moça está vendendo flores sem a permissão do...

-- Essa moça não está fazendo nada de errado. Deixe-a! --Ji-yeon exasperou sem jamais fitar a garota.

-- Mas tenho ordens para...

-- Para calar essa boca e me obedecer, a menos que queria ser demitido! -- Ji-yeon disse irritada, tendo seu buquê ainda em sua mão. -- Meu pai morreu... -- A garota de olhos castanho arregalou os olhos com a notícia, vendo a menor quase voltar a chorar, porém se manteve firme. -- E você pensando nisso? Por Deus, dê o fora daqui e não volte a importunar essa garota. -- O homem suspirou e assentiu, sumindo dali.

Ela estava pronta para virar para a garota e perguntar sobre as flores, enquanto a maior estava pronta para dar os pêsames e agradecer, porém o celular da menor tocou e ela atendeu, começando a chorar novamente ao conversar com alguém próximo. Ela saiu dali para prosseguir a conversa e Sae-byeok deixou morrer o "Sinto muito por seu pai." Em sua garganta, vendo a silhueta da menor se afastar.

-- Você pode não ter visto pelo meu ângulo, Sae-byeok, mas naquele dia quem me salvou foi você. -- Ji-yeon disse, deixando seu polegar arrumar a sobrancelha bagunçado de Sae-byeok.

-- Te salvei como?

-- Eu estava meio cega de dor e estava a ponto de cometer uma loucura. --Ji-yeon confessou. -- Ainda tinha minha mãe... Não sei, eu não raciocinava direito, mas você me fez lembrar que meu pai gostaria que eu fizesse algo de bom no mundo. Como faria se tirasse minha vida? Não sei se fui útil de lá para cá, mas...

-- Você ter ficado viva fez minha vida ter mais alegria e você não faz ideia do quanto minhas palavras são verdadeiras, Ji...

-- O que ainda esconde de mim, hm? -- Ji-yeon perguntou ao ver o desespero no tom de voz de Sae-byeok.

-- Quanto mais eu digo, mais frágil me sinto... -- Sae-byeok confessou e Ji-yeon encostou seus lábios nos dela demoradamente, porém com toda a doçura de si.

-- Não precisa ter medo de me dizer as coisas... Eu jamais faria algo para te magoar ou prejudicar, Sae. Ainda mais agora, após saber que aquelas flores vieram de você. -- Ji-yeon disse baixo e encostou sua testa na de Sae-byeok.

-- Você é tão importante para mim... -- Sae-byeok confessou, fazendo Ji-yeon sentir seu estômago se revirar e uma enorme felicidade ser irradiada do seu interior.

-- Não deveria me ver como heroína de sua vida pelas pequenas coisas que me contou que fiz, Sae. -- Ji-yeon disse.

-- As enormes coisas que você fez por mim não se comparam com a maior de todas, a parte que não te disse... -- Sae-byeok falou. --Você já fez mais por mim do que qualquer outra pessoa do mundo e sabe qual é a parte mais linda?

-- Qual?

-- Você sequer me conhecia. -- Sae-byeok falou e Ji-yeon projetou um sorriso tímido nos lábios.

-- Eu pensava em suas palavras sem saber que era você. -- Ji-yeon disse rindo. -- O quão irônico o universo pode ser nos fazendo conhecer uma a outra anos mais tarde, hm?

-- Irônico a ponto de nos colocar sob o mesmo teto. Sua teimosia ajudou também nisso... -- Sae-byeok disse rindo e Ji-yeon fingiu desapontamento.

--Como ousa? -- Indagou. -- Você que ficava me olhando paralisada, oras. Culpe seus olhos então.

-- Por quê?

-- Porque você me secava com o olhar e eu comecei a prestar muita atenção em você por causa disso. Você me deixa intrigada... -- Ji-yeon disse, arrastando os dentes pelo lábio inferior de Sae-byeok.

-- Você foi admirada por mim por anos, como queria que eu não te olhasse? Céus, eu queria pular em cima de você e te pedir um autógrafo, perguntar se estava bem, mencionar que você estava trezentas vezes mais linda do que me lembrava...

-- Uau... Alguém está deixando a máscara de durona cair por completo. -- Ji-yeon disse rindo e Sae-byeok suspirou, analisando o rosto delicado em frente ao seu.

-- Eu nunca quis te esconder as coisas, mas... É preciso.

-- Por quê? Não confia que possa guardar um segredo? -- Ji-yeon indagou curiosamente.

-- Confiaria qualquer coisa em suas mãos. -- Sae-byeok disse, lhe olhando com adoração. -- E é exatamente por isso que aos pouquinhos estou te contando as coisas.

-- Não tenho pressa então. -- Ji-yeon falou, se aconchegando mais nos braços de Sae-byeok. -- Desde que eu tenha você para dormir comigo eu realmente não tenho pressa.

-- Quem sair primeiro dessa prisão leva a outra na mala, tudo bem? -- Sae-byeok perguntou rindo e Ji-yeon assentiu.

-- Combinado. -- Ji-yeon disse sorrindo, sentindo os lábios macios de Sae-byeok voltarem a se encontrar com os seus.

O gosto da paixão parecia tão bom que ela não ousaria desperdiçar.

(.)

Presa por acaso - Squid Game Onde histórias criam vida. Descubra agora