Capítulo 13

1.5K 188 210
                                    

Maratona 4/4

(...)


Esse era o medo de manter proximidade com Ji-yeon: Uma era ela baixaria sua guarda e a menor perceberia algum deslize.

-- O quê? -- Sae-byeok perguntou incrédula. -- Você enlouqueceu?

-- Como sabe sobre o meu pai? -- Ji-yeon voltou a perguntar com solenidade. Os olhos castanhos se fecharam para a maior enxaguar o condicionador de seus cabelos.

-- Eu não colocaria uma estupradora ou uma serial killer dentro da minha cela, então pedi para Jennie puxar sua ficha. -- Sae-byeok falou e Ji-yeon a olhou cética.

-- Você viu o crime que fui acusada? -- Ji-yeon perguntou incrédula.

-- Vi. -- Sae-byeok disse naturalmente.

-- E mesmo assim me mudou para sua cela? -- Indagou surpresa

-- Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Beatrice. -- Sae-byeok disse seriamente e desligou o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas, haviam esquecido de pegar.

-- Por que eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? -- Ji-yeon perguntou cética e Sae-byeok bufou.

-- É a porra da policial federal. Eles sabem tudo sobre você. -- Sae-byeok disse e Ji-yeon aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Sae-byeok e pegou a toalha de sua mão, vendo a menor desviar os olhos para outro lugar qualquer.

-- Quantos anos você tem? -- Ji-yeon perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.

-- O suficiente.

-- Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? -- Ji-yeon perguntou e Sae-byeok suspirou.

-- Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. -- Sae-byeok disse e Ji-yeon assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixar o sujo.

-- Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? -- Ji-yeon perguntou, indo para o vestuário apenas para se vestir rapidamente.

-- Mas seria um começo. -- Sae-byeok alertou.

-- Então tenho um belo começo de amizade com meus atores favoritos de Hollywood, preciso que eles saibam. -- Ji-yeon disse sarcástica e Sae-byeok revirou os olhos.

-- Vinte e seis. -- Sae-byeok disse por fim e Ji-yeon ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.

-- Doeu? -- Ji-yeon perguntou sorrindo e a maior franziu o cenho. -- Dizer sua idade, doeu?

-- Quase. Qual a sua? -- Sae-byeok perguntou.

-- Não viu na minha ficha? -- Ji-yeon perguntou debochadamente e Sae-byeok revirou os olhos, terminando de se vestir antes de marchar a passos duros para sua cela, deixando Ji-yeon sozinha ali.

A menor riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum para a sua cela.

-- Desculpe. -- Ji-yeon pediu ao ver a maior penteando seus cabelos com uma carranca. -- Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.

-- Não soou. -- Sae-byeok disse seriamente e Ji-yeon assentiu.

-- Tenho vinte e quatro anos. -- Ji-yeon mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. -- O que mais viu em minha ficha? -- Ela perguntou temerosa.

-- Nada. Só o fato de saber seu crime.

-- Não foi meu crime, mas entendi. -- Ji-yeon disse. -- E sobre meu pai, certo? -- Ji-yeon perguntou e Sae-byeok assentiu.

-- Certo.

-- Sabe o que é bem curioso? -- Ji-yeon começou, pegando sua escova de dentes em suas coisas. -- Que de todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.

-- O que está insinuando? -- Sae-byeok perguntou e Ji-yeon meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório dali.

-- Nada. Só não acredito que você tenha visto minha ficha. -- Ji-yeon disse, vendo Sae-byeok terminar de pentear seus cabelos e preensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.

Os olhos castanhos de Ji-yeon enxergaram o músculo do maxilar de Sae-byeok tensionado e os olhos de Sae-byeok lhe fitarem solenemente. Seus olhar desceu para os lábios rosados de Sae-byeok antes de ela sentir sua pulsação acelerar.

-- Nunca duvide de mim. -- Sae-byeok disse firmemente e Ji-yeon foi ousada em seu próximo ato, esticou o pescoço para ficar mais perto de Sae-byeok antes de fita-lá intensamente.

-- Então me diz, Kang Sae-byeok... -- Ji-yeon começou, com a voz carregada de poder. -- Se você realmente viu minha ficha... -- Umedeceu seus lábios. -- Qual foi meu crime?

Ela evitou a hesitação invadir o olhar castanho escuto e ali ela teve a certeza: Sae-byeok não havia visto sua ficha.

Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Sae-byeok rodeou sua cintura e grudou seus corpos, causando uma leve falta de ar na menor.

-- Você fica realmente abalada com toda essa aproximidade, não é? -- Sae-byeok perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Ji-yeon antes de roçar seus lábios nos dela. -- Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... -- Ji-yeon engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Sae-byeok. Nas esferas castanhos escuros nasceu um brilho hipnotizante aos olhos de Ji-yeon, mas ela se conteve.

-- Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. -- Ji-yeon disse, virando o rosto quando a maior sorriu vitoriosa e se inclinou. -- Sem distrações. Quero que me responda! -- Pediu com veemência e Sae-byeok a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.

-- Eu não sei a merda do seu crime, está bem? Você me pegou. -- Sae-byeok disse irritada. -- Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. -- Disse, se deitando e virando para a parede.

-- Mas....

-- Deixei algumas coisas para você comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!

Ji-yeon sorriu sem perceber ao notar que Sae-byeok continuava se preocupando com ela.

-- Sae-byeok? -- Ji-yeon chamou.

-- Hm?

-- Obrigada. -- Agradeceu, começando a escovar seus dentes.

-- Não há de quê. -- Respondeu unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Ji-yeon não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.

(.)

Presa por acaso - Squid Game Onde histórias criam vida. Descubra agora