-- Sae-byeok? -- Ji-yeon chamou ao se aproximar da mesa, vendo as orbes castanhas se erguerem e lhe fitarem. -- Pode vir aqui um minuto?
-- Ainda não terminei de comer. -- Sae-byeok falou e Ji-yeon suspirou, caminhando até ela e se sentando de frente para a maior.
-- Obrigada. -- Ji-yeon disse baixinho, se arremessando nos braços de Sae-byeok sem dar tempo da outra falar nada. -- Eu amei. -- Ela completou, sentindo finalmente os braços da maior se envolverem ao seu redor, abraçando-a de volta.
-- De nada. -- Ela replicou, sentindo Ji-yeon se afastar alguns poucos centímetros e plantar um calmo beijo em seu rosto.
-- Como conseguiu? -- Ji-yeon perguntou, removendo os braços do pescoço de Sae-byeok, por outro lado, a mais velha permaneceu com seus braços ao redor de Ji-yeon. -- E não seja grosseira em sua resposta. -- Se aprontou em dizer ao ver que Sae-byeok iria abrir a boca para dizer algo.
-- Hey! -- Sae-byeok repreendeu, mas sua repreensão foi seguida de um enorme sorriso que enfeitou seus lábios. -- Pare de saber como eu vou agir.
-- Não dá. Você é previsível. -- Ji-yeon disse rindo baixinho e Sae-byeok franziu os olhos.
-- Não vou te contar como consegui então. -- Sae-byeok disse e Ji-yeon abriu a boca surpresa.
-- Não! Sae-byeok, olha... Eu retiro tudo o que eu disse. Você não é nada previsível. Eu sequer sei que você só está fazendo isso para eu voltar atrás no que disse. -- Ji-yeon disse e Sae-byeok riu, suspirando.
-- Tudo bem. Pedi para uma amiga pegar para mim. -- Sae-byeok respondeu e Ji-yeon desviou o olhar para Jisoo, que havia tossido alto.
-- De nada. -- A morena falou e Ji-yeon sorriu.
-- Obrigada por isso. -- Ji-yeon disse e Jisoo se espreguiçou.
-- Eu preciso dizer "de nada" de novo? -- Ji-yeon riu e graciosamente antes de ousar deitar a cabeça no ombro de Sae-byeok.
-- Coma! Você quase não comeu nada. -- Ji-yeon impôs e Sae-byeok negou.
-- Não estou com fome. -- A mais velha replicou e Ji-yeon sentiu Sae-byeok começou a acariciar suas costas. Aquilo era novo, Sae-byeok não fazia carinhos.
-- Mas precisa comer. -- Ji-yeon insistiu e Sae-byeok voltou a negar.
-- Comi a fruta. Posso esperar o almoço agora.
-- Certo. -- Ji-yeon disse, vendo Jisoo olhar confusa para Sae-byeok.
-- Só gostaria de agradecer ao sol por aquecer a pedra de gelo. -- Jisoo disse do nada, se levantando. -- Vou sair daqui porque sei quando atrapalho.
-- Você não está atrapalhando. -- Ji-yeon disse, se aconchegando mais nos braços de Sae-byeok.
-- Tchau. -- Jisoo falou, se afastando e Heyoon riu.
-- Nem pense em sair, Heyoon. Não está atrapalhando. -- Ji-yeon disse ao ver o olhar de Sina de quem também saíria. Ambas apenas assentiram e então a menor ergueu seu rosto, fitando Sae-byeok com um sorriso divertido nos lábios.
-- O que foi? -- Sae-byeok indagou.
-- Você realmente não acredita que eu só trabalhe na enfermaria? -- Ela indagou e Sae-byeok suspirou. -- Que bilhete foi aquele? -- Ela perguntou rindo.
-- Eu sei que só trabalha, só quis te lembrar que esse lugar não é para você. Ela trabalha em um presídio, lida com pessoas perigosas o tempo todo. Você tem que, uh... -- Ela se inclinou para sussurrar, afinal as amigas de Ji-yeon não sabiam que elas não estavam realmente juntas. -- Encontrar alguém que não seja daqui para ocupar esse coração. -- Ji-yeon franziu o cenho e a fitou.
-- Por quê? -- Indagou confusa.
-- Você merece mais do que isso. -- Sae-byeok disse, olhando para baixo e Ji-yeon levou uma mão até seu queixo, o erguendo.
-- E se eu não quiser mais do que isso? -- Ji-yeon indagou, encarando-a com intensidade e Sae-byeok suspirou.
-- Você quer mesmo a médica, não é? -- Sae-byeok perguntou em seu ouvido com ar de derrota e Ji-yeon negou com a cabeça, voltando a fita-lá.
-- Não estou me referindo à ela. -- Ji-yeon informou e Sae-byeok se levantou, jamais deixando de olhá-la.
-- Você não devia se envolver com ninguém daqui. -- Sae-byeok disse e Ji-yeon se levantou junto. -- Você merece mais.
-- Como sabe o que eu mereço ou não? Você sequer me conhece. -- Ji-yeon disse veemente e Sae-byeok passou uma mão pelo próprio rosto, respirando fundo antes de rir baixinho e levar uma mão até o rosto de Ji-yeon, acariciando-o.
-- Destemida como sempre. -- Sae-byeok disse sorrindo nostálgica e Ji-yeon estranhou a atitude. -- Os anos se passam, mas você não muda.
-- Anos? você me conhece de antes? -- Ji-yeon indagou e Sae-byeok negou com a cabeça.
-- Não ouça as bobagens que eu digo. Só acordei com sono. -- Sae-byeok disse, deixando um beijo em sua bochecha antes de começar a caminhar para longe.
-- Espere! -- Ji-yeon chamou, seguindo-a. -- Sae-byeok! -- Tentou novamente sem êxito. -- Eu não acredito em você. -- Ji-yeon disse no meio do corredor de suas celas, fazendo Sae-byeok frear no mesmo momento e se virar para ela.
-- Não acredita em quê? -- Sae-byeok indagou e Ji-yeon a alcançou, parando em sua frente. Sua respiração agitada pela aceleração de seus passos.
-- Que esteja sonolenta. -- Ji-yeon disse quase arfando e Sae-byeok riu.
-- Tudo bem. -- Sae-byeok disse dando de ombros e Ji-yeon segurou seu pulso, não deixando a maior continuar seu caminho.
-- Não acredito que você tenha dito "anos" por estar sonolenta. -- Confessou. -- Não acredito que tenha trocado os frascos por não ter notado e tampouco acredito que seja essa durona que todo aqui dentro crê que é.
-- Ah é? -- Sae-byeok perguntou e Ji-yeon assentiu, sentindo seu coração acelerado, ela só não sabia identificar se era por ter acelerado o passo minutos atrás ou por estar falando aquilo para Sae-byeok.
-- Sabe o que mais eu acho? -- Ji-yeon indagou dando mais um passo a frente, vendo Sae-byeok negar com a cabeça e prender a respiração. -- Que você gosta de mim. Que essas brincadeiras sobre me beijar são porque você realmente quer isso. -- Umedeceu os lábios e tomou ar.
-- E no que mais acredita? -- Sae-byeok perguntou, encarando-a como se lêsse sua alma através daquele olhar.
-- Também acredito que o que você diz ser dó de mim é, em realidade, preocupação real.
-- Não me importo com você e não quero te beijar, Ji-yeon, não alucine. -- Sae-byeok disse fazendo uma careta e Ji-yeon encostou lentamente na parede entre duas celas quaisquer.
-- Então me prova. -- Ji-yeon sussurrou, plantando um beijo no canto dos lábios de Sae-byeok antes de roçar seus lábios nos dela.
-- Ji-yeon, pare!
-- Não! -- Ji-yeon negou veemente, fitando os lábios rosados a centímetros dos seus enquanto sentia seu corpo inteiro quase tremular. -- Me prova que você não está louca para me beijar, para sentir o gosto dos meus lábios contra os seus.
-- Está retratando um desejo seu? Porque eu não quero isso. -- Sae-byeok disse com a voz ligeiramente falhada e Ji-yeon colocou as mãos na cintura da garota.
-- Sim. É um desejo meu. -- Ji-yeon confessou, roçando seus lábios nos de Sae-byeok. -- E se não for seu também então me afaste...
Os olhos castanhos queimavam Ji-yeon e ambas sentiam o ar lhes faltar, corações acelerados e o perfume de Ji-yeon exalando das duas.
-- Não posso fazer isso... -- Sae-byeok disse baixinho. -- Não consigo te afastar. -- Confessou, sentindo seu peito doer devido a velocidade de seus batimentos.
-- Então me beija... -- Ji-yeon murmurou e no instante seguinte os lábios de Sae-byeok pousaram sobre os seus com pressa e intensidade, porém, jamais perdendo a delicadeza e realizando finalmente, o desejo de duas simples presidiárias.
(.)
Agora posso dormir em paz. Boa noite! KKKKJK
VOCÊ ESTÁ LENDO
Presa por acaso - Squid Game
Fiksi PenggemarO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Ji-yeong não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melhor a...