Capítulo 24

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Maratona 3/4

(...)

Os olhos castanho fitaram Ji-yeon por longos minutos, vendo que a menor sequer se movia. Sae-byeok se decidiu se aproximar dela, se deitando sobre a cama, ao seu lado, antes de tentar a comunicação.

-- Hey... -- A voz rouca soou docemente atrás de Ji-yeon e um braço circundou sua cintura. -- Não fique chateada comigo. --Sae-byeok pediu e Ji-yeon torceu a boca, se virando para ela lentamente.

-- Não estou. -- Ela disse, fitando as orbes castanhas.

-- Então por que ficou assim? -- Sae-byeok indagou e Ji-yeon a abraçou, se encostando mais em seu corpo.

-- É que havíamos compartilhado algo... nosso. -- Ji-yeon disse envergonhada. -- E eu me senti tão bem, mas aí a realidade dos segredos e mistérios bateu em minha porta cedo demais. -- confessou e Sae-byeok assentiu, decidia a ceder mais um pouco.

-- Se eu te contar a segunda vez que nossas vidas se cruzaram eu ainda poderei dormir abraçadinha com você? -- Sae-byeok perguntou e os olhos curiosos de Ji-yeon encontraram os seus.

--Sim. -- Ela respondeu, se aconchegando nos braços de Sae-byeok antes de sentir a maior puxar o cobertor para cobri-las.

-- Desta vez terei que ir mais fundo em alguns detalhes.

-- Quanto mais fundo melhor. -- Ji-yeon disse, ouvindo Sae-byeok rir alto ao ouvir aquilo, só então caiu em recepção do que havia dito. -- Hey, eu não disse com malícia. -- Falou rindo e Sae-byeok assentiu.

-- Certo, desculpe. -- Ela disse iniciando uma carícia de leve e mansa no braço de Ji-yeon. --Desta vez tudo começou em um funeral. --Sae-byeok disse, fazendo Ji-yeon erguer o rosto para ela com preocupação.

-- Já não sei se quero ouvir. --Ji-yeon disse e Sae-byeok depositou um beijo na ponta de seu nariz.

-- Então eu não falo. -- Sae-byeok disse e Ji-yeon negou rapidamente.

-- Não, por favor... -- Ela insistiu e Sae-byeok riu, assentindo.

-- Bem, eu tinha uns dezoito anos e ainda precisava muito, muito, muito mesmo de dinheiro... Um dia vi na televisão que um empresário muito conhecido e importante havia falecido... -- Sae-byeok começou. -- Eu sequer me importei em gravar o nome dele, o que havia chamado a minha atenção era o local do enterro. Era perto de onde eu estava e era aberto ao público.

-- O enterro do meu pai foi assim. -- Ji-yeon cortou e Sae-byeok a fitou, levando uma mão até seu rosto para acariciar a região.

-- Naquele dia eu decidi investir todo o dinheiro que eu tinha em flores. --Sae-byeok confessou. -- Comprei de todos os tipos e passei horas fazendo arranjos e buquês. Peguei todas as flores e as embrulhei em um enorme tapete, com cuidado para não danificá-las e, uh, as levei para o enterro do homem para vendê-las. -- Disse, analisando a ruga que se formava no rosto de Ji-yeon. -- Chegando lá eu te vi. -- Ji-yeon paralisou, ligando os pontos.

-- Era... Você estava... você... --Ji-yeon estava atônita e Sae-byeok apenas a abraçou mais forte, fitando-a.

-- Sim, o enterro era do seu pai. -- Informou e Ji-yeon sentiu seu corpo franquejar e uma antiga dor se reacender em seu peito. -- Você me salvou naquele dia também.

Presa por acaso - Squid Game Onde histórias criam vida. Descubra agora