Samantha chamou um taxi e seguiu para o centro de Versalhes. Na avenida principal, se sentiu totalmente perdida. Não perdida no sentido geográfico, e sim mental.
A opção mais óbvia era um livro. Mas havia razões para ela não escolhê-la:
Era óbvia demais. Presentes têm de surpreender, ou estaria Samantha querendo surpreendê-la? Cale a boca, subconsciente, Deena já deve ter lido todos os livros do universo, Samantha não queria lhe dar um presente repetido, ela não fazia a menor ideia de que tipo de livro ela lia – Julia e Sabrina? Não, não faz o tipo dela, guerra, policial, arquitetura, física? Química?
A cabeça de Sam era o caos Total.
Ela se pôs a andar a esmo pela avenida, ignorando aqui e ali olhares insinuantes. Passou por várias lojas, as despachando uma por uma.
Roupas? Que presente mais sem graça. Uma jóia? Deena não parecia o tipo. Sapatos? Nunca prestara atenção nos sapatos dela...
Sam chegou até a praça. Havia andado a esmo pela avenida sem escolher nada. Aborrecida, se sentou em um banco, tentando pensar.
O que eu quero?, pensou Samantha, tentando clarear a mente. Surpreendê-la, respondeu. Por que... bem, não sei!, exclamou para si mesma, fazendo um gesto exasperado com a mão.
Ok, se acalma. para surpreendê-la, tem que se fazer algo que ela não espera. Gênia... Enfim... Deixa eu ver... o que Deena nunca esperaria... uma coruja empalhada?
Sam se permitiu um minuto tentando imaginá-la ao receber o lindo presente, depois sacudiu a cabeça, voltando à realidade.
Melhor não. Humm... Jóias... não consigo vê-la ficando exatamente surpresa com isso. Feliz, talvez, mas nenhuma emoção a mais. Droga.
Foi quando passou uma garotinha de mãos dadas com os pais. *Epifania*
Não, não a garotinha.
O que ela abraçava.
X—-X
Perfeito, Samantha!, exclamou ela para si mesma, se congratulando por ser tão... perfeita. Ela estava no banco de trás do táxi, os presentes (Iup, mais de um. Garota de sorte.) arrumadinhos ao seu lado.
Samantha passara os últimos trinta minutos rodando a avenida e outras ruas paralelas, em busca de três coisas, três coisas que Deena nunca esperaria.
Ha, eu sou demais.
x—-x
Pagando alguns euros pela corrida e alguns trocados a mais (o dinheiro não era dela mesmo), Samantha saiu do taxi em direção a casa.
Entrou, não se surpreendendo ao encontrá-la vazia no primeiro andar, pois podia ouvir o barulho do chuveiro lá em cima.
Se sentou no sofá, colocando os presentes sobre a mesinha e os admirando.
Talvez, pensou Sam, eu deva trocar de roupa.
Ela subiu rapidamente as escadas, parando em frente ao armário com suas roupas, "vamos ver o que trouxeram pra mim" disse ela enquanto remexia as roupas procurando algo para vestir.
- Ah há! – Samantha gritou quando encontrou um vestido justo e vermelho, colocou-o o mais rápido que conseguiu, calçando um peep toe da mesma cor em seguida.
O cheiro da cozinha estava bom, admitiu Sam descendo as escadas, indefinível, mas bom. Logo, esse cheiro culinário se mesclou com outro – um perfume suave e acalentador. Ela soube que Deena estava descendo as escadas, e se levantou para esperá-la.
–Já voltou? – perguntou Deena, surpresa.
Uau. Se Samantha tivesse um pouquinho menos de presença de espírito, teria se boquiaberto. Deena vestia um vestido vermelho assim como o dela, o tecido cintilava, e era um pouco justo até o quadril, ela havia feito a maquiagem também, os lábios pintados de vermelho destacavam seus intensos olhos castanhos.
–Não – disse Sam, tentando recobrar o controle. – Estou lá ainda.
Deena rolou os olhos.
–O jantar já está pronto.
–Não quer os presentes primeiro?
–Humm... O que você trouxe?
–Tem que abrir. Agora ou depois?
–Agora – respondeu Deena, sem se conter.
–Um número de um a três.
–Como?
–Me diga um número de um a três.
–Dois, eu acho.
- Vejamos... – Sam fez um gesto teatral, apanhando um buquê de flores.
–Obrigada – respondeu Deena, ainda olhando as rosas vermelhas.
–Um ou três?
–Como?
–Qual vai ser o próximo?
–Tem mais?
–Não, eu fiquei quase uma hora na rua para comprar um buquê de flores.
–Idiota. Um.
– Hum... – murmurou Sam, lhe estendendo uma caixa mais fina que comprida.
Deena pôs as flores sobre a poltrona e abriu a caixa – bombons em formato de coração.
–Own! – fez ela, incapaz de se conter.
–Assim você parece uma adolescente – ponderou Samantha.
–Ai, fica quieta, vai.
Sam riu.
–E, agora, por último e melhor... O presente número três!
E lhe entregou uma caixa perfeitamente quadrada, com um antiquado laço vermelho em cima.
Deena desfez o laço habilmente, tirou a tampa e uma expressão de surpresa, carinho, emoção e felicidade tomou seu rosto, fazendo-a sorrir.
Ela tirou o ursinho de pelúcia da caixa.
Era branco, não tinha mais que vinte e cinco centímetros de altura, sorria fofamente para ela e parecia bem macio. Usava um cachecol vermelho.
–Que fofo!
–Repito o que eu disse sobre a adolescente.
–Cale a boca. Ele é tão meigo!
–Dá vontade de abraçar – confessou Sam.
–Obrigada – agradeceu Deena. Samantha lhe fez uma reverência.
Missão cumprida. Samantha, você é a foda!
Deena pegou as flores e fez um bonito arranjo em um vaso sobre a mesa.
Epa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The Experiment (Versão Sameena)
FanficUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...