Sincronia.

Capítulo onze.

Meia hora depois Sakura sorria e comemorava ao ver a mensagem que indicava que ela era a ganhadora estampada na tela da TV. Sasuke bufou e se levantou, esticando os braços a cima da cabeça.

— Haha — Ela fez uma dancinha esquisita — Ganhei.

— Você até que é boazinha — Sasuke sorriu e se encostou contra o sofá — Mas foi sorte.

— Mau perdedor, Uchiha? — Não pode evitar a provocação.

— Não quando minha punição envolve ficar o dia todo a sua mercê — Ele sorriu sugestivo.

— Vamos fazer compras — Agora Sakura tinha um sorriso enorme — E depois tomar sorvete.

Sasuke franziu o cenho.

— Você não come sorvete? 

— Não — Ele deu de ombros — Não gosto de doces.

— Por isso é azedo assim – Ela soltou um gritinho quando ele ameaçou encurrala-la contra a parede — É brincadeira, amigo, amigo — Ergueu as mãos em tom de zombaria. 

— Tô com fome — Sasuke murmurou indo em direção a cozinha — Você não?

Sakura apenas balançou a cabeça, concordando. 

— Que tal pizza? — Ele espiou sobre os ombros.

— Por mim tá ótimo. Onde fica o banheiro?

— Pode usar o do meu quarto – Respondeu ainda de costas — Meu irmão não é o maior exemplo de higiene do mundo.

Sakura franziu o cenho e o seguiu quando ele a guiou até uma porta escura no fim do corredor. 

— A vontade — Fez uma reverência, brincando, e ela revirou os olhos.

Sakura entrou no quarto e inspirou o cheiro de menta e cigarro que era característico de Sasuke. O armário ao lado da janela estava perfeitamente organizado e a cama também estava feita, apesar de ter uma jaqueta e uma mochila jogadas desleixadamente sobre ela. 

As paredes eram brancas e estavam cobertas por diversos esboços e desenhos, cada um deles mais interessante que o outro. Sakura se aproximou, devagar, e tocou os dedos nas linhas para avaliar de perto as figuras.

Haviam bonecos de super heróis, desenhos borrados e até mesmo rasgados e uma profusão de frases e pinturas e o contraste dos desenhos atuais dele com os antigos era tanto que ela perdeu bons minutos admirando sua evolução.

— Ah, isso — Sasuke apareceu na porta de repente — Algumas besteiras que desenhei quando ainda era adolescente.

— Porque os mantém aqui? — Ela continuou analisando os desenhos, totalmente concentrada.

— Fazem parte de quem eu sou — Ele deu de ombros — Mesmo que hoje eu seja alguém diferente, um dia já eu fui — Ele abriu os braços e indicou ao redor — Isso. 

Sakura parou para pensar na totalidade dessas palavras e percebeu com pesar que ele tinha razão.

— Bom, já volto — Sorriu sem graça, percebendo que tinha demorado tempo demais analisando as figuras.

Sasuke voltou a cozinha e ela não demorou mais que alguns minutos antes de terminar de usar o banheiro e ir para o quarto. Assim que seus olhos registraram as demais partes do cômodo ela encontrou o quadro que tinham pintado juntos preso no alto da sua parede.

Sakura se aproximou da janela para investigar melhor a pintura e seus olhos recaíram nas inúmeras folhas rabiscadas em cima da escrivaninha. A mesa era repleta de lápis, canetas e todo tipo de bagunça e era muito provavelmente a única parte do quarto dele que não estava organizada.