— Bem-vindo ao Medium Terminum — disse o orientador abrindo os braços.
Que nome interessante, mas autoexplicativo...
— Quem fica aqui não pertence nem a terra, nem ao Céu, ou ao Inferno, certo? — Tentei adivinhar.
— Isso mesmo! Aqui será a sua casa enquanto estiver passando pelas fases de adaptação espiritual.
— Fases de adaptação espiritual?
— Sim. Nenhuma alma entra em Domum Tuam, Seu Lar, antes de estar preparada, e para isso você precisa cumprir uma única regra: não deverás interagir, apenas visitar e se despedir.
— Entendo... — respondo e deixo um pensamento escapar: "parece fácil...".
— Fácil? Você me diz isso depois que receber chamados de seus familiares implorando para que você volte, para que tudo que aconteceu seja mentira...
— Ok... entendi...
Assim que ele mencionou "familiares", senti aquela angústia retornar. Amanda. Como ela deve estar? Minha irmã...
De repente o céu no Meio-Termo começou a ficar cinza, até escurecer e ventar bastante. E eu só percebi isso quando comecei a ouvir o orientador me chamar diversas vezes.
— Eduardo!!! Pare!! Você está desiquilibrando o Medium Terminum!!
— Eu preciso ver a Amanda! Onde ela está? Ela está bem?
— Ela está bem... ela... ela precisa que você se acalme, Eduardo. Você está fazendo mal a ela ficando assim! Eu ia te contar com calma, mas se a cada lembrança dela você surtar desse jeito, eu vou ter que te mostrar logo o que está acontecendo.
— O quê? — Nesse momento eu senti uma calmaria me atingir de repente. Não fazia sentido, pois eu ainda estava apreensivo pela minha irmã, mas algo estava bloqueando esse sentimento de surgir.
— Pare de tentar reagir! Estamos tentando te estabilizar novamente.
— Eu preciso vê-la... — disse me sentindo mole... se é que isso era possível.
— Você vai... mas agora preciso que se acalme.
Senti os meus joelhos fraquejarem, assim me ajoelhei perante o orientador. Senti minhas energias se estabilizarem aos poucos... se acalmarem... como se nada tivesse acontecido.
— Melhor? — perguntou o orientador espiritual.
— Bem melhor.
— Agora, levante-se. Vamos até a Lignum Vitae, lá você verá a sua irmã.
— Lignum Vitae? Árvore da Vida?
Como eu sabia disso? Nunca soube latim... e parece que o orientador também se espantou, pois, no momento que disse o seu significado, o seu cenho franziu, mas buscou disfarçar em segundos com um sorriso singelo.
— Isso mesmo, Eduardo, isso mesmo.
Sorri e levantei. Eu veria Amanda e descobriria o que estava acontecendo. O que o orientador quis dizer com "você está fazendo mal a ela"? Tudo que eu mais queria era a minha irmã bem... e eu estava machucando-a? Não... não posso...
— Eduardo! De novo? — O orientador se virou para mim com um semblante não muito feliz. Opa, acho que estou descontrolando de novo...
— Desculpa! Vamos lá.
Segure firme, pimentinha, eu estou indo!
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Eternamente, Dudu - Conto 2 (EM ANDAMENTO)
Kısa Hikaye*** PLÁGIO É CRIME! NÃO COPIE, CRIE! *** "Eu não sei se vocês acreditam em forças espirituais, mas posso dizer que foi praticamente isso que sussurrou em minha mente: "salve-a! Salve a sua irmã". E depois disso, tudo aconteceu muito rápido, em quest...