Capítulo 8- Uma nova dor e um novo amigo

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Ao acordar na manhã seguinte, Taehyung se sentiu perdido. Pode ver os irmãos mais novos agarrados em si, mas não se lembrava de muita coisa, principalmente de como havia chegado ali. Jisung era o mais agarrado, mas sempre foi assim. Ele adorava mais o irmão do que as irmãs e isso fazia o coração do ômega ficar aquecido. Acariciou os cabelos deles e alguns flashbacks vieram em sua cabeça. Jisung sendo machucado pela mãe. Yeri correndo escada acima, por ordem sua. Ele ajudando Jisung a fugir. E Hyuna lhe batendo. Suas mãos foram diretamente para o seu rosto, vendo alguns curativos e sentiu um frio na barriga. O mesmo pensamento de ontem havia o acometido: será que seu rosto estava desfigurado? Torcia para não.

Se afastou dos irmãos lentamente, levantando-se da cama e andando silenciosamente até o banheiro. Pegou algumas roupas no caminho e sua toalha, vendo que conseguiria tomar uma ducha rápida.

Ao se olhar no espelho, se assustou ao ver um grande curativo na sua bochecha superior da parte esquerda do rosto e um band-aid no nariz. Alguns cortinhos estavam já cicatrizados em forma de casquinha e ele agradeceu por haver tão poucos. Mas logo se arrependeu ao retirar lentamente os curativos e ver o quão feio o seu rosto havia se tornado. Demoraria no mínimo uma semana e meia para aquilo desaparecer e não podia contar com sua genética regenerativa, pois o seu ômega estava inconsciente. O pior seria trabalhar com aquilo. Como atenderia as pessoas?

Entrou debaixo da água quente, deixando a mesma quase queimar sua pele e levar todas as suas dores, enquanto lavava o cabelo. Agora, alguns flash de sonho o atormentavam e ele teve que se esforçar para se lembrar ao menos uma metade dele. O que foi um erro. Antes não tivesse lembrado. Havia uma casa, média, depois de uma clareira e ela estava rodeada de flores devido à estação. Era tão linda, quase sua casa dos sonhos. Ele estava lá, com uma roupa clara, correndo feliz enquanto alguém o perseguia. Era seu alfa. Jeon Jungkook estava ali com ele, na primavera, enquanto ambos brincavam juntos e trocavam carinho. Era um bom sonho, mas nunca se realizaria. Porém ele não acabou ali. De repente, uma tempestade chegou num piscar de olhos e Taehyung morria de medo dessas tempestades. Jungkook desapareceu e o ômega havia ficado sozinho na casa, enquanto ouvia vários trovões. Ele pedia por ajuda, mas a cada trovão, vinha uma acusação da sua mãe.

"Você é um lixo", um trovão.

"Ômega idiota", um segundo trovão.

"Eu odeio você...", um terceiro trovão, esse mais alto.

"Eu odeio que você seja meu filho!", o último trovão explodiu, fazendo a cada onde estava tremer.

Ele chorava de medo e implorava para alguém o salvar, mas como se salva alguém que ninguém se importa.

Taehyung reparou que estava chorando de verdade, enquanto suas lágrimas se misturavam com a água, e não sentiu a dor quando a água quente pegou em seus machucados. Logo ele desligou o chuveiro, se enrolando na toalha, sentindo mais frio que o normal, e se trocou rapidamente. Seu rosto ficava pior com o curativo, então achou melhor deixá-lo a mostra. Ninguém se importava o suficiente para questionar e no fim até que isso era bom. Não teria que explicar o ódio que sua mãe sentia, especialmente, pelo filho ômega. Antes de sair do quarto, cobriu mais seus irmãos que ressonavam baixinho, pegou um boné preto perdido por ali, colocando firmemente na cabeça, e caixinha de som, que nunca o abandonava.

No andar debaixo, deparou-se com Yoora e Sunmi fazendo o café da manhã. Ele pensou na possibilidade de apenas ir para rua, mas queria agradecer por terem aparecido a tempo.

— Bom dia... — cumprimentou baixinho enquanto se sentava na mesa, de cabeça baixa. Sunmi foi a primeira a virar-se.

— Bom dia, Tae! Está melhor? — Perguntou a cunhada, se aproximando e sentando a sua frente.

Kiss Me Before I Disappear    TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora