Kiss Me Before I Disappear Taekook

Capítulo 11- Explicando suas razões

Algumas semanas depois, Taehyung ainda aparentava estar cansado, com olheiras ao redor dos pequenos olhos. Seu corpo estava dolorido e sempre que acordava, já ia logo tomando remédio para não esquecer, antes de qualquer coisa. Sua mãe começou a fingir que ele não existia, mesmo sóbria, e sempre que Taehyung perguntava algo, ela ignorava. Varias noites ficou sem jantar, o que fez ele emagrecer consideravelmente e odiar ainda mais seu corpo. Como na noite passada, Yoora dormiu na casa de sua ômega, Taehyung era o responsável por alimentar os irmãos. O ômega saiu do quarto, vestindo, invés de um moletom, uma jaqueta jeans de lavagem clara, com pelinhos, e uma de suas inúmeras camisetas de banda por baixo. Seus coturnos sempre estavam lá e suas calças pretas também.

Ele desceu as escadas rapidamente, fazendo um barulho irritante, e quando entrou na cozinha, viu a mãe fazendo o café da manhã para os irmãos.

— Bom dia... — saudou ele um pouco envergonhado por ter aparecido daquele jeito, afobado.

— Bom dia, Tete! — Retribuiu os dois pequenos. — Mamãe fez panquecas com rostinhos, olha! — Mostrou Jisung animado. O Kim mais velho sorriu, sentindo falta da infância, mas na verdade, sentia falta do carinho do seu pai, que sempre fazia algo assim para ele comer.

— Que legal! — Tentou dizer animado. Taehyung se sentia péssimo sempre que a mãe fazia algo para seus irmãos, que nunca fez para si. Era inveja e rejeição. Agora entendia o porquê da sua dor. — Mãe, quando eu voltar do trabalho, eu vou passar no mercadinho, vocês precisam de alguma coisa?

Silêncio. Silêncio foi sua única resposta. Um silêncio puro e constrangedor, que fez o ômega se encolher, remoído de sentimentos ruins. Não era para ser ao contrário? Por que ela estava fazendo isso, se quem apanhou foi ele? Engoliu em seco e olhou para os irmãos, sua fome havia se esvaído completamente, eles o encaram com pena.

— Vocês querem algo, crianças? — Perguntou Taehyung, ignorando a vergonha e sorrindo para eles.

— Você pode trazer um pedaço de torta de morango? — Pediu Yeri com os olhos brilhando, mas o irmão ao seu lado ralhou.

— Mas eu quero um bolo de chocolate! — Disse Jisung com um bico. Tae riu dos dois.

— Eu vejo o que Jin hyung fez hoje e trago os dois se der, ok? — Falou o ômega e sorriu para eles, indo até a porta de entrada para sair.

— Traga aqueles que têm bastante chocolate em cima...! — Gritou o beta da cozinha.

— Está bem! Tchau! — Taehyung riu novamente e saiu.

O vento naquele dia não estava forte e por sorte, com a roupa que estava não passaria frio. A neve já havia cessado de cair e agora, o ômega, sempre atolava os pés até a canela ao ir trabalhar. Não que se importasse com isso, era chato e incomodava, mas depois de um tempo até esquecia. A estrada principal da alcateia, naquele dia, estava, parcialmente, limpa de neve e ele pode andar confortável ali. Colocou os fones de ouvidos, estremecendo pelo contato gelado e uma música começou a rodar.

Eu tenho que fazer isso direito

Eu tenho vivido uma vida solitária 

Ao invés disso, estive dormindo aqui

Eu tenho dormido em minha casa 

Era tão incrivelmente triste, o quanto as musicas tristes se encaixavam com ele, sempre as sentiria na pele. E mesmo não querendo mais isso, queria, pois sabia que assim ele não era o único incompreendido no mundo e podia sentir isso ao ouvir aquelas músicas.