Amarantha conseguiu esconder a gravidez muito bem, ninguém sabia, ninguém desconfiava.
Assim que a pequena Jade nasceu, a recusou, desejando a morte da menina.
A parteira que ajudou Aramantha, levou a criança e entregou nas mãos de sua irmã, Lúcia...
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Tudo parecia lento demais. Azriel corria lento demais. Feyre o acompanhava lenta demais.
Eu não sabia o que fazer.
Pela primeira vez eu não sabia o que fazer.
Minha parceira percebeu isso, logo tomou as rédeas da situação.
Eu estava em choque. Adrenalina percorria meu corpo. Tentei me mover, mas foi inútil. Ele não respondia aos meus comandos. Minha mente trabalhava a mil por hora, tentando, inutilmente buscar algum resquício de gravidez nos 50 anos que estive preso em Sob a montanha. Eu estava acordoado, não podia ser.
Uma avalanche de emoções e lembranças tomaram conta de mim naquele momento.
Ela tinha os cabelos de Aramantha, os fios ruivos avermelhados chamavam atenção. A pele coberta de sangue me desesperou. Ela tinha roupas rasgadas e cortes por todo corpo.
Tinha uma coisa diferente ali. Meu cheiro, cheiro de quem tinha meu sangue correndo nas suas veias, cheiro de quem era minha filha.
Minha respiração estava acelerada. Consegui olhar pra Amren que estava com os olhos arregalados vendo Azriel correr para o quarto acompanhado por minha parceira, senti seu coração batendo rapidamente. Vi Mor correr para pegar panos na cozinha, Nyx havia voado atras de Madja.
Tudo parecia em câmera lenta, minha vida naquele momento passava em câmera lenta. Eu estava paralisado.
- Aquela menina... ela... ela tem seu cheiro Rhysand. – Pude escutar a voz de Amren, tão baixa quanto a sua estatura. Ela carregava consigo o peso da surpresa. Eu não podia julga-la, estava bem pior.
Cassian apareceu na porta da entrada onde eu ainda mantinha meus olhos fixos. Ele carregada um cachorro magro, uma mochila e uma frigideira. Tudo aquilo parecia estranho demais.
Obriguei meus pés a se mexerem de novo, rezando a mãe que dessa vez conseguisse obter alguma resposta. Consegui sair do transe. Mas meu corpo pesava.
Me forcei a correr até o quarto, não sabia o que fazer, entrei rapidamente vendo aquela menina de cabelos ruivos toda machucada na cama. Ela tinha incontáveis cortes por toda parte, a asa estava machucada, tinha muito sangue. Uma nova onda de desespero tomou conta do meu corpo.
Minha respiração falhava.
- O que tá acontecendo aqui? – A pergunta saiu como um sussurro dos meus lábios.
Senti a presença de Madja do meu lado, o cheiro de surpresa e desespero da parte dela foi tomando conta do quarto. Ela passou por mim se aproximando da garota.
- Pelo caldeirão, o que aconteceu? – A pergunta não foi direcionada a alguém específico. Ela rapidamente se apressou a curar a menina. -Vocês homens saiam daqui, vou precisar tirar a roupa dela, saiam rápido.
