Want to play

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S/n LeBlanc

Amo músicas instrumentais, minha avó costumava tocar trompetes no decorrer da vida. O fato de sons poderem dizer mais do que palavras me fascina. Espera... Por que caralhos eu estou pensando nisso? Fui recuperando a consciência aos poucos, meus olhos abriam pesadamente por conta da considerável luminosidade.

Onde eu estou? E principalmente... Que roupa é essa?

Observei atentamente a sala enorme com centenas de pessoas, todas trajavam a mesma vestimenta verde, cada uma tinha um número diferente. Puxei o lado esquerdo da minha jaqueta e vi o número 257. Caramba, tem gente demais aqui.

Me levantei objetivando descer do beliche altíssimo e descobrir o que estava acontecendo. Apoiei meu corpo na escadinha da lateral e desci agilmente.

Andei totalmente perdida pela extensa localidade. Eu não era a única desorientada, todos pareciam confusos também. Segui o fluxo da maioria e parei no centro. Rodei meu olhar no perímetro e percebi um par de olhos azuis me encarando fixamente. Merda... Era definitivamente o pior ser humano que eu poderia encontrar, Drew Starkey.

Tentei correr para a direção contrária, mas já era tarde demais. O covarde puxou meus cabelos sem piedade e me levou à força até o centro do salão. As pessoas identificaram o início da briga e se afastaram, logo formando um círculo ao redor.

— Me solta!— Gritei dando chutes contínuos na perna do homem. Ele aguentou nos primeiros segundos, depois me empurrou com brutalidade. Meu corpo colidiu no chão de forma ligeira. Recuperei o fôlego e me levantei dolorida.

Não acredito que dei de cara com você. Bravinha, né? Seu gênio não mudou nada.— Falou rindo ironicamente da situação.

— Você não é de desistir depois de alguns socos.— Persistiu no joguinho de deboche e foi se aproximando de novo.

— Eu te dei dinheiro, te ensinei tudo que eu sabia! Pra você me trair.— Disse expressando rancor. Seus olhos estavam aparentando desequilíbrio.

— Você já tirou de mim muito mais do que eu te devia.— Recrutei erguendo a cabeça. Tenho nojo só de lembrar...

— Se fosse verdade, por que você fugiria?— Questionou persistindo na risada de maníaco. Acho que ele é psicopata. Quer dizer... Tenho pleníssima certeza.

— Eu não fugi de você, só quis ser independente.— Tentei parecer verdadeira. Claro que eu havia fugido desse otário.

— Independente?— Falou zombando da minha justificativa. Revirei os olhos e ignorei a provocação. Sua face relaxou dos sorrisos falsos e se transformou em algo sério. Ele fechou o punho e mirou no meu rosto. Por sorte consegui desviar. Os espectadores da discussão soltavam sussurros assustados.

Drew agarrou a gola do meu moletom e me derrubou no chão. Tentei levantar, porém o mesmo me jogou para o outro lado do círculo. Como se não bastasse, ele chutou minha barriga violentamente. A dor foi incalculável... Me agachei pressionando a região atingida.

— Se sente melhor, vadia? Aprenda uma coisa, ninguém passa a perna em Drew Starkey. Ninguém!— Disse o babaca ao erguer minha cabeça puxando os cabelos. Imprevistamente um homem entrou no meio da briga e empurrou Drew. Eu estava aliviada até identificar a pessoa.

Foi você mesmo, sua trombadinha! Cadê o meu dinheiro?!— Gritou o cara de cabelos castanhos, exatamente o mesmo que esbarrou comigo ontem e deixou o pacote amarelo caído. Ele levantava meu rosto com as próprias mãos.

— Cadê o meu dinheiro? Me devolve!— Ordenou descontroladamente. Não fiz questão de falar.

— Cadê o meu dinheiro?!— Repetiu puxando minha jaqueta e me balançando. Drew retornou o empurrando para ele sair de cima de mim. O moreno se levantou da posição e fuzilou o agressor.

Squid game- Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora