Voting

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S/n LeBlanc

Os sobreviventes foram levados novamente para o salão das beliches. Todos estavam assustados e completamente apreensivos. Os guardas mascarados sinalizaram que iriam iniciar um discurso. A maioria dos jogadores encarava a situação com desdém. Eu estava neutra, odiei passar por aquilo, mas sabe... Ainda preciso do dinheiro. Se eu voltar vovó vai morrer, porém se eu ficar existiria pelo menos uma chance de conseguir salvá-la. Caso eu morra... Eu estaria poupando um futuro suicídio após o falecimento da única pessoa que amo no mundo.

— Todos vocês passaram pelo primeiro jogo. Parabéns.— O quadrado disse forçando gentileza.

— Quero anunciar agora o resultado do primeiro jogo.— Avisou revelador. A tv do teto foi baixando os números de 456 até 201.

— Dos 456 jogadores, 255 foram eliminados e 201 jogadores completaram o primeiro jogo.— Contou com naturalidade. Mais da metade... As pessoas suspiraram nervosas ao escutarem a informação.

— Senhor!— Exclamou uma mulher loira chorando enquanto se ajoelhava.

— Me desculpa! Eu vou pagar as minhas dívidas, custe o que custa!— Prometeu em prantos.

— Por favor! Eu tenho um filho. Ainda nem registrei o nascimento porque não escolhi o nome dele.— Contou soluçando. Que mãe desnaturada.

— Por favor, me deixe ir!— Implorou fazendo sinal de oração.

— Senhor, sinto muito. Por favor, poupe minha vida!— Outra mulher imitou a ação da loira. Várias mulheres repetiram a ideia e choraram ajoelhadas.

— Parece que tem um mal entendido aqui, nós não queremos machucar vocês nem cobrar suas dívidas. Eu preciso lembrar que estamos dando uma chance para vocês.— Falou se achando o próprio bom samaritano.

— Chance? Chama isso de chance? Vocês forçaram a gente a jogar e mataram pessoas.— Disse um jogador afrontoso.

— Podemos ter dívidas, mas não merecemos morrer por isso!— Ressaltou outro homem chorando.

— Isso aqui é só um jogo.— Afirmou neutro.

— Vocês mataram aquelas pessoas! E isso é um jogo?— Perguntou ironicamente enquanto soluçava.

— Elas simplesmente foram eliminadas porque quebraram as regras do jogo. Se vocês seguirem as regras à risca, poderão ir embora em segurança e com o prêmio em dinheiro que prometemos.— Explicou persuadindo.

— Eu não preciso desse prêmio idiota! Só me deixem ir embora daqui, por favor!— Gritou mais uma pessoa na multidão.

— Cláusula 1 do consentimento, o jogador não pode parar de jogar.— Disse calmo.

— Acham que vão se safar de tudo o que estão fazendo? A polícia vai entrar para procurar os desaparecidos.— Retrucou o jogador.

— Ele tem razão. Se não nos deixarem ir, eles vão nos localizar rastreando nossos celulares! Será seu fim!— Exclamou outro jogador irritado, logo motivando os jogadores calados a se rebelarem também. O quadrado ergueu uma arma e atirou no teto. Todos se abaixaram e colocaram as mãos sobre a cabeça.

— Cláusula 2 do consentimento, quem se recusar a jogar será eliminado.— Relembrou apontando as armas.

Cláusula número 3, os jogos podem ser encerrados se a maioria concordar.— Finn adicionou se levantando. O silêncio pairou no ambiente durante alguns segundos.

— É isso mesmo.— O quadrado concordou.

— Então vamos fazer uma votação. Se a maioria desejar sair daqui, precisarão nos deixar ir.— Completou observando as pessoas ainda deitadas no chão.

— Se é o que querem, vamos votar e ver quem quer encerrar o jogo.— Aceitou sem delongas. As pessoas suspiraram aliviadas.

— Antes de votarmos, vou anunciar o prêmio em dinheiro acumulado a partir do primeiro jogo.— Falou pegando o controle e apontando para o teto. O cofre foi exposto e um tubo se inseriu dentro dele automaticamente. O porco recebia diversos bolos grossos de dinheiro, era hipnotizante.

— Um total de 255 jogadores foram eliminados no primeiro jogo. 1 milhão de dólares de cada jogador. Portanto, 255 milhões de dólares foram acumulados no cofre até agora.—Revelou nos surpreendendo.

— Se desistirem agora, os 255 milhões de dólares serão destinados às famílias dos eliminados. 1 milhão de dólares para cada. Mas todos vocês voltarão para casa de mãos vazias.— Contou minuciosamente.

— Com licença. Se passarmos por todos os seis jogos, quanto ganharemos?— Perguntou a loira que estava chorando minutos antes.

— Como eram 456 jogadores, o prêmio total é de 455 milhões de dólares.— Respondeu ágil. Percebi que a opinião de grande parte das pessoas foi influenciada.

— Vamos começar a votação.— Anunciou breve.

(...)

— Como podem ver, há dois botões à frente. Se quiserem continuar jogando, apertem o botão verde. Se quiserem parar de jogar, apertem o botão vermelho.— O quadrado explicou após a máquina ser posta na sala.

— Quando terminarem de votar, fiquem do outro lado da linha branca.— Disse sinalizando a divisão feita no cômodo.

— Começaremos pelo número mais alto, até chegarmos no número mais baixo.— Avisou enquanto os jogadores se entre olhavam para visualizar os números.

— Jogador 456, por favor, vote.—Chamou o número mais alto. Olhei para o lado e vi se tratar de Louis. Ele foi atravessando e as pessoas foram se afastando para dar espaço. Ele permaneceu refletindo ao parar na frente dos botões. Instantes seguintes apertou no botão vermelho.

— Jogadora 453, por favor, vote.— Alertou a próxima da ordem. A mulher caminhou devagar e encarou o cofre cheio de dólares. Ela se virou e apertou no botão verde. Ainda bem, espero que a maioria prefira ficar.

(...)

A votação estava acirrada. Fiquei surpresa com a escolha de certas pessoas. Finn e aquela loira chorona votaram para ficar, acho engraçada a hipocrisia humana. Mas o que mais me surpreendeu foi Drew querer sair, juro que me segurei pra não rir. Ele se faz de machão, porém no fundo é o mais medroso.

— Jogadora 257.— Me chamou na sequência. Andei até a urna e apartei no botão verde rapidamente. Segui na direção do outro lado da linha branca. Percebi Louis me encarar de sobrancelhas erguidas. Quem ele pensa que é? Mal conheço esse traste e ele vem julgar minhas decisões.

(...)

A votação terminou. Fomos liberados por um voto... Que azar! O que farei da minha vida agora? Não faço a mínima ideia.

Squid game- Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora