Give me back

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S/n LeBlanc

Me encontro numa posição mais do que desconfortável. Meus pés e mãos estariam amarrados fortemente por cordas resistentes. As curvas do veículo causavam desequilíbrio e pequenos afastamentos no banco. Não faço ideia de onde estou, meus olhos vendados contribuíram nessa falta de informação.

O veículo parou, pude escutar a porta se abrir. Em instantes fui arremessada para fora. Colidi no asfalto da rua, logo ouvindo o transporte voltar o percurso sem mim. Contorci meu corpo tentando me desamarrar, foi aí que percebi não estar sozinha.

— Cacete, tem alguém aqui? Socorro!— Escutei alguém gritar do meu lado.

— Dá pra calar a boca?— Pedi de forma impaciente. Usei meus braços amarrados para achar a pessoa e retirar a venda dos seus olhos. O desconhecido suspirou aliviado ao poder visualizar o ambiente.

— Quem é você? É a trombadinha?— Questionou enquanto eu permanecia de olhos vendados. Merda, deve ser o tal Louis.

— Tenta me desamar se não quiser passar a noite aqui.— Falei esticando as mãos. Senti sua boca encostar na corda que amarrava minhas mãos e finalmente liberar o local. Desvendei os olhos e agilmente me sentei para desamarrar os pés. Observei rapidamente o ambiente e dei de cara com a confirmação, era mesmo o Louis. Tanto eu quanto ele estávamos apenas de roupas íntimas. Fiquei envergonhada quando o vi encarando meu corpo. Levantei do chão e comecei a vestir a roupa sem sequer desamarrá-lo.

— Espera aí, me desamarra!— Pediu estressado. Ignorei sua fala e continuei me vestindo.

— Tudo bem, se veste primeiro. Tá frio, né? Eu também tô congelando aqui.— Falou persistindo em se debater no solo.

— Mas vai rápido.— Disse caindo de lado. Terminei de vestir a maioria das vestes, peguei a jaqueta e pus por fim.

— Agora me solta aqui.— Alarmou assim que me viu vestida. Ignorei o homem e segui na direção contrária.

— Ei! Pra onde você vai? Me solta antes de ir!— Gritou indignado. Me virei e o encarei desesperado.

— E por que?— Perguntei séria.

—Sei lá, porque se não fosse por mim você nem estaria viva. Ou também por eu ter te soltado primeiro.— Narrou utilizando sarcasmo.

— Você não tá velho pra ser ingênuo assim? Se eu te soltar, você vai me atacar querendo o dinheiro de volta.— Expliquei como se fosse óbvio.

— Acha que eu sou otária? Sei que me salvou para poder acertar as contas e recuperar a grana depois.— Completei revirando os olhos.

— Fodasse, eu esqueço a história do roubo se você me soltar.— Alegou bufando.

— É sério?— Indaguei rindo ironicamente.

— É, eu não falo mais nada sobre essa grana.— Garantiu suspirando de cansaço.

— Eu não confio em você.— Afirmei desconfiada.

— Eu juro pela minha mãe, tá? Mas me solta! Eu tô congelando, pelo amor de Deus.- Jurou impacientemente. Andei até ele bufando e cortei a corda que amarrava suas mãos com um canivete. Não demorou um segundo para o mesmo se levantar ainda de pés amarrados.

— Droga! Vem cá! Me devolve!— Exigiu se equilibrando enquanto tentava me atacar.

— Cadê a minha grana? Devolve a minha grana! Me devolve!— Gritava parecendo um maluco. Eu ria da situação, confirmei minha hipótese. Chegou um momento em que ele caiu de tanto tentar correr.

— E você ainda jurou pela sua mãe.— Debochei me virando e retornando ao trajeto.

— Espera aí! Volta! Volta aqui, sua espertinha!— Gritava inconformado vendo eu me afastar.

— Não me deixa aqui!— Implorou novamente.

Claro que eu não voltei.

Squid game- Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora