S/n LeBlanc
Agora era a hora do descanso. Todos jogadores estavam deitados em suas devidas camas dormindo, exceto uma desgraçada que gritava para ir ao banheiro. Sinceramente... Que voz irritante do caralho. É impossível dormir com essa gazela fazendo escândalo.
Me sentei no beliche pra visualizar a dona da voz. E adivinha... Era a loira de hoje cedo. Eu já deveria saber, ela aparentava ser sem noção mesmo.
— Abram as portas! Abram as portas, idiotas!— Gritou repetidamente. Fechei os olhos tentando pegar no sono, porém não consegui de forma alguma. Abri os olhos e dei de cara com as tubulações do teto. Espera... Deve haver alguma passagem no banheiro. Eu poderia usar meu canivete pra abrir, daí eu entro e tenho acesso as outras áreas. Quem sabe eu descubra o próximo jogo.
— Eu tô desesperada pra ir no banheiro! Vocês nunca fazem xixi não? Me deixem usar o banheiro, caramba!— A maluca continuou gritando. Levantei da cama e desci do beliche de fininho.
— Eu só vou ficar fora da sala por um segundo! Será que pode ser?! Tá cheio de homem aqui dentro da sala! É pra eu fazer no chão?— Disse indignada. Fui me aproximando de onde ela estava, contudo esperei pra ver se seu showzinho daria certo.
— Aí, bando de babacas! Pelo menos nos tratem como seres humanos, já que nos trouxeram pra jogar seus jogos!— Persistiu chutando a porta com força.
— Triângulo, cansei de você! Vai chamar seu supervisor. Vai chamar aquele quadrado idiota!— Mandou olhando o mascarado pela janelinha. O quadrado apareceu atrás do vidro no mesmo instante.
— Não podem sair do recinto fora do tempo estabelecido.— Constatou formal.
— Merda. Acha que a natureza só chama na hora que vocês escolhem?— Questionou ironicamente, logo a janelinha foi fechada.
— Seus desgraçados! Acham que eu não vou fazer aqui mesmo?— Falou ameaçando urinar no chão. Eu não duvido nada vindo dela.
— Estou fazendo! Estão prestes a ouvir uma cachoeira.— Avisou abaixando as calças se ajoelhando no chão. Passaram alguns segundos e a porta foi aberta. A mulher se levantou subindo a roupa.
— Siga-me.— O triângulo afirmou com a porta entreaberta.
— As pessoas só escutam quando alguém começa a fazer barraco.— Disse expressando nojo. Essa foi minha deixa, me coloquei na frente para solicitar ir também.
— Também quero ir.— Falei olhando o triângulo.
— O que está fazendo? Eu lutei pelo banheiro, e você quer se aproveitar?— Debochou estressada.
— Você é bem irritante mesmo, sabia?— A loira completou desafiando. Atravessei a porta ignorando seu comentário.
— Mal-educada!— Exclamou por eu ter ido na frente.
(...)
Nós duas fomos encaminhadas até o banheiro. A mulher correu e entrou em uma das cabines do meio, pelo visto ela estava apertada mesmo. Encarei o teto procurando alguma passagem de tubulação e abri meu canivete.
Encontrei justo na cabine ocupada pela loira. Fodasse, vou entrar mesmo assim.
Empurrei a porta sem delicadeza e dei de cara com a mulher fumando cigarro. Então era por isso que ela queria tanto ir ao banheiro? É cada uma...
— Me assustou, garota!— Disse ríspida ao me ver parada em sua frente.
— O que foi?— Perguntou estranhando o motivo de eu ter aberto a porta do nada e ter continuado muda. Abri o canivete, a loira arregalou os olhos e começou a tossir pela surpresa.
— Quer dar uma tragada?— Sugeriu tentando ser gentil para se livrar de uma provável agressão.
— Fica aí e continua fumando quieta.— Ordenei subindo na vaso e enfiando a ponta da faca no meio do parafuso da grade que dava nas tubulações.
— O que é isso?— Resmungou sem entender o propósito da minha ação. Fui girando o canivete até abrir a passagem.
— Pera aí... Você vai tentar entrar aí?— Questionou desacreditada. Continuei medindo a largura do espaço acima.
— Eu quero ver o que tem envolta.— Avisei subindo na privada.
— Enrola os guardas aí. Eu te conto se descobrir algo.— Completei amarrando o cabelo para entrar nas tubulações.
— Fechado. Sobe em mim.— Concordou ao perceber que seria vantajoso. Apoiei meu pé em seu ombro, dando impulso pra subir. A loira gemia de dor pelo meu peso. Coloquei a cabeça dentro do ambiente e me impulsionei por completo.
Vamos ver o que tem aqui.
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Squid game- Louis Partridge
FanfictionS/n LeBlanc, uma jovem de 19 anos que aceitou participar de um jogo misterioso. A mesma é órfã e sempre foi criada pela avó materna. Tudo ia bem, porém certo dia descobriram que a idosa estava com câncer... Elas não tinham dinheiro para pagar a quim...