Depois que ele sai, demora um pouco para minhas linhas voltarem a funcionar normalmente, eu ainda escutava uns, "aaaaa por que ele é tão bonito", "você viu quando ele se encostou, que sonho ", meu Deus, o que eu fiz para merecer isso." Pergunta: Todas as linhas são pervertidas assim? Ou só as minhas. "
" Nós não somos pervertidas!!" Uma delas responde"CLARO, por que SECAR o cara por quase meia hora não é perversão"
"Nós não secamos ele, nós só admiramos"- outra responde"Vou fingir que acredito. "- Mas e aí como estão as outras, elas vão voltar, ou eu chamo outras?"
"Vão sim chefa - diz uma terceira - bom ... menos a que ele encostou."
" O que ela teve um ataque? - digo irônica"
Estava quase terminando os ferimentos do garoto, então iria precisar delas por mais alguns minutos."Não. Você sabe que quando encostam em nós acabamos sumindo." - diz em um tom melancólico." Isso me pegou um pouco, não queria ser rude com elas que me ajudar tanto.
"Eu sei, desculpe pela brincadeira, não quis exagerar."- digo sincera. - "A perda de alguém não é brincadeira"
"Tudo bem, gostamos de trabalhar com você, por isso, você não nos vê só como objetos de trabalho."
"Você nos vê como amigas, gostamos disso."
"Obrigada"
Era bom conversar com elas, mesmo que por um curto período. Nesse momento outras linhas apareceram em minha volta, saindo de minha maleta e outras se duplicando, seu brilho foi ficando mais forte a cada movimento meu, elas entravam e saiam do corpo. Ele ia ficando mais corado com o passar dos segundos, seus ferimentos não saiam mais sangue e estavam quase curados.
Nesse momento Valentino e Leith entram no quarto com um colchão novinho para a cama. Leith pergunta como Will - o nome do menino era Will então. - estava, e digo que ele iria ficar bem, que seus ferimentos estavam quase completamente curados, vi que isso o deixou aliviado e Valentino também.
Leith saiu do quarto para avisar Sage, Val ficou no quarto, dois segundos, Val estava com os braços em volta de mim dizendo:
- Você voltou mesmo. - ele me chacoalha, de um lado pro outro e Will, ainda desacordado, se mexe também.
- Val, o garoto... para, eu vou deixá-lo cair.
Com isso ele me solta, com um sorriso no rosto.
- Desculpa, é a animação. - sorrio pra ele, de todos Val era o único que sempre me viu como amiga.
- Não, não tem nada.
- Achei que você não fosse voltar, ou não fosse falar comigo, depois de tudo. - ele diz tristinho na beira da cama.
Dou um sorriso, Valentino era um cara alto, esguio, forte, mas ele não gosta de machucar as pessoas que ele considera amigas. Quando Sage disse para ele me interrogar, descobri qual era sua maior arma. Val não precisava de força bruta para tirar algo de alguém, ele simplesmente iria conversar com você e conversar, conversar, até que quando você se desse conta, estaria implorando por um soco dele. Ele era hipnotizante, suas falas descontraídas, o jeito solto de andar, quase como se desfilasse.
E isso era uma excelente tática, já que não precisaria de tantos esforços. Entretanto, eu fiquei um pouco complicada com ele. Eu estava chateada e não quis conversar, então ele teve que passar por métodos não tão bons comigo.
Deu para ver que Val não gostou nada de fazer aquilo, ele realmente tentou não fazer, quase implorando para eu falar algo. Mas eu não tinha o que falar, eu disse que não era espiã, ou coisas parecida, mas eles não acreditaram. Alguns montes de dedos quebrados e choques depois, estava livre para me curar. Val veio até mim depois pedir desculpas. Eu as aceitei, sabia que não era intenção de nenhum deles me machucar de verdade, óbvio que a princípio fiquei furiosa mas era um protocolo a seguir.
Ele continuava na beira da cama olhando para Will, ele parecia preocupado novamente. Então eu digo:
- Você... Vocês - corrijo - não tem que se preocupar com ele. - digo, quase terminando os pontos dele. - Ele é um garoto extremamente forte porque pelos ferimentos dele era para ter morrido ainda ontem.
- Eu sei. - ele diz, não muito convencido de suas palavras.
- Calma Val, está tudo bem. - digo novamente. - Leith tem te passado a preocupação dele?
- Leith está sempre preocupado, seja com as brigas, seja com o quê vamos jantar ou até com o vento que bate errado na janela.
- Você sabe que isso é preocupante né. - digo sem brincadeira, mas ele me olhou rindo. - Sério Val, ninguém pode se preocupar tanto assim, ele vai acabar tendo um infarto antes dos tinta.
- Vai nada, Leith tem saúde de ferro. - diz
- Tá bom, se você diz.
Pontos terminados, Will só precisava de um bom descanso, e estaria de volta em uma semana. Mandei Val sair da cama para colocá-lo nela. As linhas iam um volta dele ainda brilhando.
O deito devagar deixando-o reto e apoiado. Val vai até o armário e traz alguns cobertores para ele, deixa dois na poltrona e dois ele traz para a cama.
- Alguém vai dormir aqui, certo?
- Sim, vamos vigiar ele, se ele der um berro, a gente te chama de novo.
- Por que? - indago, ele faz cara de interrogação - Haaaahhh vai, o garoto é importante, isso tá claro,vocês nunca o trariam para cá se não fosse, fora que não ficariam a noite toda aqui.
- Verdade. - responder.
- Vaaaal, vai - sussurro- o que tá acontecendo?
- Tu é fofoqueira né ?
- Beleza, vai a merda então, não preciso disso também.
- Tá bom.
Sussuspiro. Não dá para tirar nada dele.
Terminei de colocar algumas ataduras em alguns ferimentos nas pernas, e pomadas cicatrizantes. Ele estava limpinho e todo curadinho - eu falo em diminutivo quando faço um excelente trabalho - Val me ajuda como encosto da cabeça e PRONTO. Trabalho feito com sucesso, quase três horas e meia nisso, mas ficou perfeito.
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Lost Between Lives
FantasyPor quase um ano Verona Recci tem trabalhado o dobro do que consegue. A melhor medica a domicílio que Verilian Hall tem, vem cuidando de dois lados inimigos do que seria uma guerra civil por território entre os Ruby Tears e o Departamento. Os dois...