"Era uma manhã de inverno, Bia esperava pacientemente o marido, Manuel. O homem havia saído cedo de casa para buscar a sobrinha da Urquiza, Sophia. Thiago e Ana iriam viajar e precisavam de alguém para cuidar da pequena.
Dez horas da manhã e nada dos dois.
Onze e ainda sem notícias, Bia começou a se preocupar.
Meio dia e então ela recebe uma ligação da irmã mais velha...
- Oi, maninha! O Manuel está aí? - questionou a jovem assim que a mulher aceitou a chamada.
- Não! Ele saiu para buscar a Sophi, há... mais ou menos três horas! - respondeu nervosa conferindo o horário em seu relógio de pulso.
- Mas o que será que aconteceu? Aqui ele não apareceu! - exclamou Ana aflita.
- Não sei! Eu vou tentar ligar para ele! - respondeu desligando a chamada, e ligando para o marido desesperadamente.
Apesar das inúmeras tentativas de Bia, ela não conseguiu se comunicar com o homem.
Estava preocupada, Manuel não era de sumir. Ela pensou em diversas situações que seu marido poderia ter passado, mas ela nunca imaginaria que o que realmente aconteceu era muito pior...
Uma única ligação e pouquíssimas palavras foram o suficiente para fazerem a mulher cair no choro e sentir seu coração apertar...
"Sra. Gutiérrez, seu marido faleceu..."
Aquela frase se repetia na cabeça de Bia.
"Como isso aconteceu?"
Era o que ela se perguntava..."
As lembranças do dia em que ela recebeu a terrível notícia ainda lhe atormentavam, afinal mal haviam passado dois dias...
A dor permanecia viva dentro da Urquiza, que se aprontava para jogar as cinzas de seu falecido marido ao mar.
Em sua mente as lembranças do início do relacionamento, que começou na infância, maltratavam o coração da morena...
"-Você promete que nunca vai deixar de ser meu amigo? - perguntou Bia receosa.
- Prometo! - respondeu o pequeno Manuel.
Era uma tarde de verão e o último dia de férias, os dois estava recostados em uma árvore no quintal dos Urquiza, observando o pôr-do-sol. No dia seguinte eles comeceriam o quarto ano, os dois estavam ansiosos...
- Você vai ir comigo amanhã para a escola? - questionou Manuel.
- Claro... Mamãe vai me levar até a sua casa, para a Tia Lúcia deixar a gente no colégio...
- Ah, sim... Bia eu posso te contar um segredo?
- Óbvio! Nós somos melhores amigos, não?
- Sim... - ele pensou um pouco e logo tomou coragem - eu gosto de uma menina...
- O quê? - indagou espantada, não acreditou no que havia acabado de escutar - quem é ela?! - disse Bia autoritária como sempre.
- Não po-posso falar! - respondeu nervosamente.
- Fala quem é ela agora ou eu acabo com você aqui! - alertou quase "voando no pescoço" de seu melhor amigo.
- I-isso tudo é ci-ciúmes?! - provoucou o Gutiérrez, temoroso das consequências de seu ato.
- Manuel Giovanni Quemola Gutiérrez, me fala agora quem ela é! - esbravejou encarando o garoto.
- Ei! Meu nome não é esse!
- Não tente mudar de assunto! Quem é ela?
Um silêncio se instalou no ambiente por algum instantes.
- Vo-você! - gaguejou o menino, sorrindo timidamente.
Bia estava boquiaberta, não imaginava que seu melhor amigo "gostava" dela...
Quando ela se preparou para falar, foi interrompida pela mãe, que os chamou para lanchar..."
Tantas lembranças e tanta dor, o que tinha tudo para ser um felizes para sempre, acabou com um final trágico...
Vestindo uma calça jeans azul, uma camiseta branca de botões, a jaqueta de couro da era dark de seu marido e o tênis preferido de Beatriz (e o que o jovem mais gostava de vê-la usando).
"É um conjunto muito despojado e casual para essa ocasião", era isso o que pensava Alice, sua mãe, mas Bia sabia que se Manuel a visse vestida daquele jeito ia ter aquele brilho especial nos olhos e aquele sorriso bobo que ela tanto amava...
Seus cabelos castanhos caíam como uma cascata, ela não usava maquiagem, com certeza iria acabar derrubando algumas lágrimas, e a mulher não queria sujar seu rosto.
Bia decidiu ir de ônibus até o local, para relembrar os velhos tempos, onde ela e seu amado iam á praia todo o final de semana, sorrindo e cantando como sempre...
"-Ei! Se apresse, Manuel! Nós vamos perder o ônibus! - berrou Beatriz para seu namorado, que já estava há horas se arrumando.
- Já estou indo! - respondeu despreocupado.
Logo o jovem saiu de seu quarto e foi ao encontro da Urquiza.
- Pronto, já estou aqui! - murmurou antes de deixar um delicado beijo nos lábios da morena.
- Então vamos! - disse sorridente, indo em direção a porta da casa do Gutiérrez.
Os dois caminharam até o ponto de ônibus de mãos dadas, por sorte conseguiram sentar e passaram a viagem inteira até a praia conversando sobre coisas aleatórias e cantarolando a música que haviam escrito juntos..."
Aquele trajeto tão conhecido por ela, foi percorrido tão devagar, como se o destino soubesse que aquilo a destruiria mais ainda.
Quando chegou seu coração apertou, estava destruída por ter de fazer aquilo...
Não tinha muitas pessoas com ela naquele momento, apenas sua irmã e cunhado, sem contar sua mãe... a família de Manuel não pode estar presente ali, e os amigos do homem não tiveram forças para comparecerem...
"Por que o destino nos uniu, se iria nos separar tão cedo?"
Foi o que Bia pensou quando deu seu último adeus a Manuel, segundos antes de largar as cinzas dele ao mar, assim como ele desejava...
"Pregúntale al destino por qué nos enamoró, pregúntale al camino que por qué nos separó..."
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Hey!Mais uma oneshot Binuel! Dessa vez a história não tem final feliz, mas foi escrita com muito carinho e dor no coração ksks
A música que me inspirou está na midia, espero que tenham gostado!
Bjs de arco-íris!
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ONE SHOTS | DISNEY BIA
FanfictionONE SHOTS | DISNEY BIA Histórias curtas de Disney Bia.