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Suspirei cansada. Nao fazia nem se quer 4 horas que Ella estava em casa e eu ja estava louca. A pequena não parava de chorar e isso estava me preocupando, já havia trocado sua fralda e lhe alimentado, o que mais poderia ser?

[Nailea]

Chase socorro // 10:48

Ela não para de chorar // 10:48

Já fiz de tudo // 10:48

[Chase]

Está pedindo ajuda 'pro irmão errado // 11:00

[Nailea]

Charli está em cirurgia // 11:02

Por favor Chase, eu preciso de ajuda // 11:02

Ela vai me deixar louca // 11:12

Ella continua a chorar no meu colo, não sabia lidar com crianças, muito menos bebês. Aquela situação me lembrava do terrivel jantar que tive com um dos meus ex-namorados, a sobrinha dele estava conosco,  foi catastrófico aquele dia. Porque aceitei que Audrey engravidasse? Poderia ter dito que não, expulsando ela de casa, mas não, eu a apoiei em tudo e cá estou eu,  com um bebê no colo sem saber oque fazer.

- Vamos lá Ella, se continuar assim irei chorar junto.

A bebê me olhava sem entender o que estava sendo dito. O som alto da campainha fez a pequena parar de chorar por segundos.

- Seu salvador chegou. - Chase disse, entrando na casa. Em suas mãos havia algumas sacolas. - Ela é linda.

Levantou a mão para tocá-la, virei meu corpo para trás afastando Ella dele. Arrancando-o uma careta em seu rosto, e uma risada da bebê.

- Não. Lave suas mãos imundas antes de tocar nela

- Quanto drama mamãe, estou indo lavar as mãos. - Revirei os olhos, largou as sacolas na bancada e lavou as mãos - Pensei que os avós dela estariam aqui.

- Foram embora hoje cedo, depois que o testamento da Audrey foi lido, eles decidiram ir. Provavelmente ficaram chateados e surpresos com tudo que rolou , eu não sei.

-Eu também ficaria se meu filho fizesse um testamento e deixasse o bem mais valioso dele na mão de uma amiga... mas então você é oficialmente mãe agora? - Perguntou, pegando Ella no colo.

A pequena parecia prestar atenção na conversa, olhava para nós todo o momento. Os olhinhos cor de mel que a bebê tinha a deixava adorável.

- Ainda não, tenho uma semana para decidir oque fazer com ela, e caso eu me decida ficar com ela terei que entrar com um processo de adoção. Chase me encarou sem entender. Repassei minha fala mentalmente verificando se havia me embolado em algum momento.

- Ainda tem duvida se ficará com ela? 

- Chase eu tenho meu trabalho, não posso largar tudo. 

- E vai abandona-lá?

- Eu não disse isso....

- Mais é o que parece.

O rapaz saiu da cozinha com Ella quase adormecendo em seu colo. Olhei para as sacolas que ele havia trazido, era coisas para a bebê. Suspirei, após ver as coisas. Ficaram lindas nela. Aproveitei a paz que havia se instalado na casa e passei a fazer o almoço. Assim que desliguei a última panela, fui atrás de Chase, o rapaz estava no quarto de Ella, observando a dormir em seu berço.

- O almoço está pronto.

Ele assentiu, cobrindo Ella antes de sair do quarto.

- Estou com medo Chase. - Admiti pela primeira vez em voz alta. - Medo de falhar com Jake e Audrey, principalmente com Audrey.

- É uma enorme responsabilidade, sabemos disso Nai. - Ele sagurou minha mão por cima da mesa - Mas precisa decidir oque fazer logo.

- Eu sei. - Suspirei.

[...]

Chase acabou passando o resto do dia conosco, Ella pareceu gostar da companhia dele. Graças a sua ajuda consegui guardar as coisas da Audrey, ainda doida olhar para o quarto e saber que ela nunca mais voltaria. Terminei de arrumar a cozinha, Ella dormia no carrinho de bebê, me aproveitei disso e a levei para meu quarto ainda no carrinho. Parecia estar em um sono bom, hora ou outra sorria levemente. Peguei a caixa no fundo do guarda roupa, era uma caixa de sapato, Audrey havia encapado ela com algumas figurinhas. Abri a mesma, tirando de lá suas cartas para Ella. Nunca havia lido nenhuma delas. Apenas sabia que Audrey gardava no meu guarda roupa.

Minha pequena Ella, infelizmente não tivemos a oportunidade de se conhecer, mas quero que saiba que mamãe te ama muito. Talvez você sinta raiva ao saber da sua história, por saber que engravidei ciente que não viveria para te criar, mas eu não encontrei motivos para viver sem seu pai, não via mais uma vida sem ele. Eu tentei, juro que tentei seguir em frente e recomeçar minha vida, mas não consegui, e nessa descobri que ainda havia uma maneira de manter o nosso amor vivo, de realizar nossos sonhos. Você minha pequena foi o nosso sonho, infelizmente nenhum de nós conseguiu te conhecer, porém lembre-se sempre que nós te amávamos bem antes de conhece-la. Creio que sua tia (agora "mãe"), tenha cuidado maravilhosamente bem de você, eu mesma me certifiquei que você ficasse em boas mãos. Desde que recebi o positivo passei a escrever todos os dias para você, quero que conheça a historia de seus pais, que saiba como éramos. Eu te amo muito minha filha, espero que não me odeie pela minha decisão. Com amor mamãe.

Fechei a carta com lagrimas nos olhos. Olhei para Ella que ainda dormia tranquilamente em seu carrinho, não poderia deixá-la, não me perdoaria acaso fizesse isso. Guardei a carta na caixa novamente e a devolvi para o guarda-roupa, leria o resto em outro momento. Arrumei Ella em seu carrinho, e lhe puxei para perto da cama. Mandei uma rápida mensagem para Harry, pedindo para mandar meu trabalho por e-mail, trabalharia de casa até criar uma rotina com Ella.

- É pequena, parece que seremos eu e você agora. - Sorri, mesmo que ela não estivesse acordada para ver.

Estava ciente criar uma criança não era uma tarefa facil, mas eu estava para aceitar o desafio, ao menos esperava que estivesse.

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De Repente Mãe| 𝙑𝙖𝙞𝙡𝙚𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora