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- Podemos conversar? - Vincent levantou os olhos de seus papéis para mim, estava surpreso.

- Claro, aconteceu algo? - Sentei-me de frente para ele, tomando fôlego.

- Não exatamente. - O modelo me encarou, esperando que eu continuasse. - Quando te pedi para ir pela primeira vez, doeu, e muito, mas algo em minha dizia que era o certo. - Respirei fundo - A segunda, eu nem precisei sentir, você permaneceu aqui. Mas agora...

- Agora...?

- Eu não sei Vinnie, não consigo apenas... te deixar ir.

- E o que você quer Nailea? Que eu sente nesta cadeira, e espere você decidir o que quer fazer? Que eu espere você me chamar denovo? - Seu tom neutro me fez gelar, odiava quando ele o usava, nunca conseguia interpretar como ele estava realmente...

- Não, eu não...

- Fale Nailea, o que lhe trouxe aqui?

Respirei fundo. Nem eu sabia o que fazia ali, poderia pedir que permanecesse em minha vida, que me amasse, mas não conseguia dizer em alto e bom som. Suplicar por amor é humilhante e nenhum ser humano devia se humilhar á tal ato, porém, ainda assim, eu queria me humilhar naquele momento.

- Eu não sei. - Vinnie olhou o relógio em seu pulso.

- Certo, tem duas horas para pensar, até meu turno acabar.

- É dez da manhã, Vincent.

- Duas horas Devora.

- Esquece que estive aqui - Vinnie riu. Olhei-o confusa. - Qual a graça?

- Você

- Desculpa?

- Não é difícil dizer o que sente, ou pensar, Débora. Apenas fale.

- Para você é fácil

A porta da sala se abriu em um baque.

- Desculpa interromper. - Harry pediu- Seu pai solicita sua presenta, senhor Hacker.

Vinnie levantou-se, organizou rapidamente os papeis em sua mesa.

- Vejo você lá em cima, daqui a duas horas.

Encarei confusa o modelo sair da sala junto com o secretario.
Harry pediu.

[….]

- Eu não sei o que significa Jess. - Revirei os olhos, mesmo que a mulher não pudesse ver.

- Como não? Nailea Devora, você tem que saber.

Depois de ser "deixada" na sala do Hacker mais novo, acabei voltando para minha e ligando para Jessie. A fala de Vinnie ainda rondava minha mente, não fazia ideia ao de que ele referia.

- Acontece que eu não sei. - Suspirei cansada. Minha mesa estava uma bagunça, diversos desenhos estavam espalhados ali.

- Pense em alguma coisa que seja apenas de vocês.

- Jessie, não temos uma coisa só nossa há anos.

- E o que tinham?

Como um estalo em minha mente.

- A cobertura.

- O que? Que cobertura mulher?

- Nós vemos mais tarde, tchau Jess.

Desliguei rapidamente, não dando a chance para a mulher me responder. Cheguei o relógio, ainda me restava uma hora e meia até vê-lo. Tentei focar nos papéis em minha mesa, mas não conseguia. Minha mente gritava por ele.

- Isso é fumaça? - Me assustei ao ouvir a voz de Spencer. Levei o olhar para a porta, aonde o rapaz se encontrava encostado no batente. Ele riu - No que está pensando?

- O que faz aqui?

- Me responda primeiro.

- Nos desenhos.

- Nailea você não sabe mentir. - Revirei os olhos.

- Vincent Hacker, feliz agora?

- O que aconteceu?

- O que faz aqui? - Perguntei novamente.

- Trabalho para os Hackers agora, esqueceu?

- Pensei que fosse representar Débora.

- Sim, é isso que estou fazendo. Agora diga-me, o que aconteceu?

- Mandei-o embora novamente, mas ao que tudo indica, meu coração não aceitou dessa vez.

Spencer riu.

- E tá esperando o que pra ir falar com ele.

- Hora marcada.

- Pensei que fosse vip. - Zombou. Revirei os olhos a audácia do ser humano é inacreditável. - Quer ajuda com os papéis? - Sorri com sua proposta.

- Eu adoraria.

Spencer se sentou na cadeira em minha frente. Expliquei para o espaço que devia ser feito, e minutos depois estávamos separando os desenhos, escolhendo os melhores tecidos e cores. A hora voou completamente, apenas me deu conta disso quando Harry entrou em minha sala, avisando que a reunião dos Hackers havia acabado, e que eu havia sido liberada mais cedo.

Sabia bem quem havia me dado o resto da tarde de "folga". Despedi-me de Spencer e Harry. Segui pra a escada de emergência, era a única maneira de chegar até lá em cima. Ao abrir a porta, meu coração saltou pela boca, minha mente se perdeu em lembranças. Aquele lugar era completamente nostálgico para mim. E como esperado, Vinnie estava lá. O modelo parecia apreciar a paisagem.

- Pensei que fosse área restrita para os funcionários.

Ele não precisou se virar para mim, eu sabia que havia sorrido.

- Poderia ter feito uma entrada mais triunfante.

- Desculpa não deu tempo de encomendar elefantes.

- Eu agi por impulso - Confessei - Pensei estar fazendo o certo, mas a verdade é que, eu fiz exatamente o que Evangeline queria.

- Contou para ele?

- Pensei que ele soubesse

- Vinnie - Respirei fundo, por que ele sempre testava minha paciência? - Quem mais sabe?

- Além de Spencer? Meu pai e Débora.

- Vincent Hacker! Pedi para ficar fora disso.

Ele sorriu, virando-sebpara mim.

- Sabe que nunca te deixei desprotegida, e não será agora que deixarei.

- Fala que daria um jeito nisso sozinha.

- E olha só aonde estamos agora. - Revirei os olhos. - O que quer fazer agora?

Encarei-o, estava sério, por mais que eu gostasse de vê-lo daquele modo, aquele não era um bom momento para apreciá-lo.

- Eu não sei. - Confessei.

- Coração, você precisa se decidir. Apesar deu sempre estar aqui, ainda irei me cansar desse vai e volta.

Suspirei. Eu o amava, mas porque era tão difícil pedir para que ficasse comigo? Para que tentássemos algo novamente, porque era tão complicado?

De Repente Mãe| 𝙑𝙖𝙞𝙡𝙚𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora