*Segredos d'Ella*
Gabriela mora no Interior do interior de Mato Grosso do Sul, quer sair de lá de qualquer maneira. Conhecer o mundo.
Sonho realizado. Mas...
Ella se torna uma modelo internacional de sucesso, no entanto decide largar tudo, por quê...
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Quando o capítulo ultrapassa o limite é preciso ser dividido para você não cansar de ler e me abandonar.
Parte 2
Que casal complicado. Eu precisava tomar cuidado, pois ela, ou melhor, "Ella" era bem espaçosa. Teve um momento que meu celular tocou, eu atendi e falei com o Léo, em seguida ela o pegou meu aparelho, sem pedir licença e ficou mexendo nele. Achou o máximo e falou que era um assim que gostaria de ter, pois tinha tudo que ela precisava.
O Vitório pelo jeito já era acostumado, mas algumas coisas, eu percebi que o irritava também e causava as pequenas discussões entre eles. Mas estava na cara que se gostavam.
Claro que nós saímos do shopping com a Manuella carregando umas sacolas, eu acabei por comprar um presentinho para o Léo e a Alice.
No caminho de volta para o cursinho "Ella" falou o tempo todo, mexeu em tudo no meu carro, parecia criança com brinquedo novo. Sendo que o "brinquedo" era meu. Eu ria e de vez em quando dizia uns monossílabos. Ela queria saber de tudo, onde eu morava, se sozinha, se trabalhava. Assim que falei o nome do prédio, ela ficou eufórica e disse que queria conhecer.
— Mas seus pais não economizaram com você, hein? Mora bem, esse carrão e sua mesada deve ser generosa. Por que tudo isso? Você aprontou alguma e eles te despacharam?
— Nada disto...
— Já sei, você ficou doente? — Balancei a cabeça negando. — Alguma coisa tem aí! Seu irmão também tem essas regalias?
Ela perguntava, mas não tinha paciência nem para esperar a resposta, já falava de novo, ainda bem, pois eu não tinha o menor interesse em responder. Chegamos no cursinho e a aula já havia começado. Pedi licença ao professor e entrei, bem discreta. No entanto, quando "Ella" entrou foi logo falando.
— Desculpe paizinho, vamos ver o que temos para hoje? E se o que vai dizer é igual ao ano passado?
Ele respondeu:
— Seria bom você lembrar não somente hoje Manuella, mas na hora do vestibular também.
Todos deram risadas.
— Ella, por favor, me chame de Ella! Eu vou me esforçar para lembrar, mas que tal fazer diferente então. Eu acho que o jeito que você ensinou ano passado não foi tão eficiente.
— Então fica difícil, é que eu já fiz isso ano passado, deferente do ano anterior.
— Professor? Daqui a pouco para acompanhar o ritmo dela o senhor vai ter que mudar a aula a cada ano.
— Ohhh, para vocês! — falou e mostrou o dedo do meio, em seguida colocou na garganta com gesto de vomitar, o que fez a maioria rir.
Realmente uma figura. Não sei de onde saiu e como entrou no meu caminho, mas deveria ter um propósito. Mamãe sempre dizia que tudo que acontece na nossa vida tem um porquê de ser.
