capítulo 14

24 2 0
                                    

Comecei a correr indo a direção do barulho, quando ia passar pela porta ouvi outro tiro, Aron me puxou, fomos para o banheiro.

- Vamos entrar no carro pela saída da minha sala.

Comecei a chorar.

- Aron? O que é isso?

- Não me pergunta nada, porra! Eu não sei o que está acontecendo.

Saímos e entramos no carro, eu dirigi pois Aron estava olhando as câmeras pelo telefone, tentando se atualizar do que estaria acontecendo.

- Já foram três percas Mirella.

Estava em colapso, não sabia o que dizer nem sentir. Entramos em casa com ele jogando várias roupas aleatórias dentro de uma mala, tudo que ele viu pela frente ele enfiou na mala.

- Anda, pega o que você precisa.

- Mas?

- ANDA!

Peguei minhas coisas e me sentei na sala sentindo pontadas fortíssimas na barriga. Fechei os olhos tentando assimilar a dor, junto com o pavor. Aron me levantou pegando a chave do carro. Paramos em frente ao aeroporto. Entramos no avião. Eu me mantive em silêncio, Aron vidrado no telefone esperando atualização de alguma coisa, deitei tirando um cochilo. Acordei com o Aron me chamando para a hora da comida. Não queria nada então me endireitei na cadeira.

- Podemos conversar?

- Sim.

- Comprei as passagens pois você sabe que está impossível ficar em segurança lá. Assim que descobrirmos o assassino estará tudo certo, mas irei fazer isso de longe. Pois agora tenho uma família para proteger. Eu estou numa pilha de nervos, é a minha família, minha carreira, meu filho.

- Tudo bem, eu só quero paz, para mim e para o meu bebê.

- Nós iremos ter, ele se entregou entrando lá assim! Não terá como escapar. Ganhamos amor! -me deu um selinho.

Concordei sem acrescentar mais nada. Porém dentro da minha cabeça comecei a juntar as peças, seriam sete desafios e nem na metade estávamos. Por que ele iria entrar e atirar para qualquer canto? O "certo" seria vir na nossa direção. Dormi novamente perdida em meus pensamentos e quando acordei já havíamos chegados. Desci do avião entrando no táxi para irmos para nossa casa, fiquei maravilhada Aron alugou uma casa bem distante de todas, conseguiamos ver a praia pela janela, entrei indo organizar minhas coisas, abri uma garrafa de vinho que estava em minha bolsa e comecei a beber.

- Me perdoe bebê, a mamãe precisa desse remédio.

Coloquei minhas roupas no armário e fui para o banheiro, deitei na banheira e comecei a chorar, estridente. Será que o amor valeria mesmo todo esse desespero? Eu poderia sumir com meu neném e viver em paz, sem mortes, dinheiro e fama. Terminei meu banho e vesti minha camisola, pedimos sushi e sentamos para ver filme.

- O que está se passando nessa cabeça?

- Tantas coisas!

- Me conta uma?

- Aron, o que você acha que a família daqueles que morreram devem estar sentindo agora?

- Mirella!

- Não, a nossa primeira reação foi sair, correndo, como se nós fossemos os errados. E os outros? Eles simplesmente morreram.

- O que você iria fazer hein? Você está grávida! Eu sou pai. Você iria preferir que eu abrisse mão da minha vida para me interferir no meio de balas? Me dói muito, pois é extremamente triste, mas eu escolheria minha família mais um milhão de vezes.

- Nenhuma pista do assassino ainda?

- Ninguém me mandou nada.

- Estranho.

Me levantei indo deitar, o dia havia sido longo e exaustivo, a viagem também. Comecei a acariciar minha barriga, já estava perto dos três meses, faltava pouco para descobrir o sexo, ansiedade temos por aqui. Ele veio e se deitou ao meu lado, dormimos virados um para o outro. Ele levantou primeiro e eu fui em seguida, a mesa já estava pronta tomei um café reforçado e sai para entrar na praia. Tomei um banho de mar e me deitei para tomar um sol, Dona Lúcia trouxe uma garrafa de água e uma fruta. Subi novamente para a casa e Aron não estava, entrei no meu telefone e não havia mensagens nenhuma, continuei mexendo no mesmo e me encostei no sofá.

- Minha filha. O que a senhora vai desejar para o almoço?

- Pode fazer uma lasanha, tem refrigerante? Caso não, eu te dou o dinheiro para ir lá comprar. Se poder fazer uma sobremesa também! -disse lambendo os lábios.

- Sim senhora! Quer ficar aqui na cozinha comigo?

- Por favor!

Entramos na enorme cozinha e eu me sentei.

- Aron que contratou você?

- Não senhora, foi um homem chamando Bruno.

- Ah, eu sei quem é. Por acaso você viu ele sair? O Aron?

- Talvez ela não tenha visto mas ela pode me ver chegar! Que cheiro bom Dona Lúcia! - acrescentou Aron.

- Obrigado Senhor, sua esposa que escolheu o prato do dia.

- Ela é perfeita em tudo que faz. - riu malicioso.

- O que fez na rua amor?

- Trouxe bolo que você pediu ontem, e algumas coisas para você também, quando subirmos te mostro.

- Estou acompanhando o almoço agora, já estou indo.

- Então senhora, quantos meses de gravidez está fazendo?

- Falta algumas semanas para fazer três.

- Eu acho que vai ser menina.

- Eu também.

- Já estão com tudo preparado?

- Acredita que não? Não sabemos se iremos ficar aqui até ela ou ele nascer ou se iremos voltar para casa então não temos nada ainda.

- Por que vocês não começam a comprar logo?

Me levantei para roubar uma sobra da panela, estava surreal de bom, assisti ela fazendo a sobremesa. Fui em direção ao Aron, em cima da cama havia uma lingerie vermelha e oito perfumes de marcas diferentes. Procurei ele pelo quarto e vi ele sair de cueca branca do banheiro.

- O que acha?

Olhei para ele corada e ri, o mesmo me encurralou na parede.

- Posso?

- Por favor!

Ele puxou minha blusa sugando meus seios. Me apoiei na parede e tirei meu short.

- Calma amor. Olha o neném.

- Cala a boca babaca, se concentra no que você está fazendo.

Ele riu distribuindo beijos pela minha barriga, e se posicionou no meio da minha perna. Ouvi seu telefone tocar e entreguei para ele. O mesmo atendeu triste por ter que parar o que estava fazendo. Ao se aprofundar na chamada ele se jogou para trás sentando no chão, sua cara estava paralisada, o mesmo desligou sem dizer nada.

- Amor, quem deu os disparos foi o Luís...

Senhor Aron Onde histórias criam vida. Descubra agora