Capítulo 2

150 11 4
                                    

Meu turno acabou e eu fui em direção a minha casa, Luísa estava em beijos no sofá, quase transando com o menino. Passei bufando e fui me banhar, vesti um pijama e me deitei totalmente cansada na cama. Acordei com a Luísa que estava ao meu lado.

- Acorda! Como foi ontem? Deu certo?

- Bom, deu.

Ainda estava mega cansada da minha nova rotina e não queria muito conversar.

- Quanta grosseria. 

- Sai daqui. 

- Vamos. Eu fiz café.

Rolei os olhos e segui ela. Sentamos juntas e começamos a bebericar nossos cafés.

- Me conta você primeiro, eu só trabalhei ontem.

- Tudo bem. Apenas nos encontramos ontem em uma balada e depois fomos nos conhecer melhor.

- Foram transar?

- É. Fala baixo que ele ainda está aqui.

- Ele o que?

- Bom dia Luísa. -um badboy apareceu.

- Bom dia Luciano. Você já vai?

- Vou agora.

- Adeus. -ela lhe lançou uma piscadela.

Peguei minha xícara e fiz a mesma cobrir meu rosto.

- Vocês não vão se ver nunca mais, não é?

- Ele não precisa saber Mi.

- Tudo bem. Vou separar minhas roupas.

- Vou ao mercado comprar as coisas do almoço.  Quando você voltar do trabalho a gente podia sair.

- Vamos!

Ela pegou a chave do meu carro e eu me dirigi ao meu quarto. Peguei uma blusa de manga branca e minha saia creme, juntamente com meu sapato Nude. Meu celular começou vibrar.

- Luísa! Você não esqueceu o dinheiro.

- Mirella! -sua voz me repreendeu e logo em seguida ele gargalhou.

- Chefe! Sinto muito.

- Okay. Venha mais cedo hoje. Grato. -ele finalizou a ligação.

Comecei a correr, liguei rapidamente para a Luísa e fui me banhar, me vesti e encontrei a mesma se atrapalhando entre guardar as coisas e fazer comida.

- Meu amor, não precisa cozinhar eu tenho que ir agora e se eu não me engano hoje você também tem que trabalhar.

- Porra. Me dá carona.

Ela tirou pegou os saltos dela e veio ao meu encontro, descemos de mão dadas recebendo olhares estranhos. Entramos no carro nos arrumando, dei partida indo para o trabalho da Luísa.

- Já que todas as pessoas que esbarramos na rua acham que a gente namora vamos assumir um relacionamento. Eu sempre amei você. -disse sarcástica.

- Vamos! Compre uma aliança bem cara e aí eu talvez pense em aceitar.

Começamos a rir e eu acelerei mais um pouco rapidamente chegando no trabalho dela e minutos depois chegando no meu destino, entrei no elevador devaneando em meus pensamentos, o mesmo se abriu e o Senhor Aron me esperava em pé. Ajeitei meu cabelo e sai do elevador.

- Boa tarde Senhor.

Ele fez um aceno com a cabeça.

- Você vai em um almoço comigo. Tudo a trabalho logicamente.

- Hoje?

- Agora.

- Eu não deveria colocar algo mais apropriado? -disse olhando para a simplicidade da minha roupa.

- Você está perfeita. Vamos, meu motorista te espera, iremos voltar às quatro para minha reunião e depois turno encerrado. Tudo bem?

- Sim Senhor.

Ele pegou minha cintura ternamente dando um leve aperto. Entramos novamente no elevador, sua mão em minha cintura distribuía choques em todo o meu corpo, não entendia o por que de estar assim e muito menos por que meu corpo reagia dessa forma para uma pessoa completamente desconhecida. Novamente um aperto longo foi deixado ali, o olhei pelo canto do olho e ele mantinha a cabeça para cima. O elevador abriu nos levando a recepção e nos levando também a recebermos diversos olhares estranhos.  Saímos da empresa e entramos no carro particular do Aron. Ele disse ríspido o local para o seu motorista e voltou a atenção para mim.

- O que está achando do trabalho?

- Muito bom Senhor Aron.

No fundo eu não sabia bem o que dizer até por que eu só havia trabalhado um dia.

- Interessante, esperava ouvir mais alguma coisa sobre... O almoço que vamos é uma reunião de negócios disfarçada.

Soltei uma risada silenciosa.

- Lá vai ser bem chato então eu precisava de alguém para me distrair.

Olhei para ele confusa. Será que pareço algum tipo de brinquedo?

- Sim, eu escolhi você Mirella.

Não respondi nada para não soar grosseira.

- Lá me chame de Aron, por favor.

Meu deus, ou ouvi um por favor.

- Tudo bem.

Minutos depois estávamos no restaurante, várias pessoas bem vestidas, novamente ele colocou sua mão em minha cintura e nos guiou para dentro. Vários rostos sorrindo para gente.

- Senhor Aron! Boa noite.

- Boa noite Miguel. -ele abriu um sorriso lindo.

- Quem é essa linda senhora que te acompanha?

Ele apertou minha cintura com força fazendo eu franzir a testa confusa.

- Eu sou a Mirella. Prazer Senhor!

- O prazer é meu. - o senhor me lançou uma piscadela.

Marco rosnou em desaprovação a algo e me guiou para uma das mesas. Olhei o lugar praticamente abismada, tanta gente diferente. Comecei a me perguntar o que estava fazendo ali no meio daquelas pessoas desconhecidas, será que deveria mesmo estar me colocando numa situação dessas por precisar do trabalho e principalmente do dinheiro?

________________________________________

Senhor Aron Onde histórias criam vida. Descubra agora