Capítulo 27

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Enquanto todos saiam da catedral para a festa de coroação, Aziz puxou Sammy pelo braço.

— Você tinha que defender a garota que tava ajudando a Malévola? Sério?

— Ela é minha capitã!

— E daí?

Sammy uniu as sobrancelhas. — Lealdade é uma coisa boa, não?

— Lealdade ao bem.

— Ela não tinha culpa! Tava sobre influência do cetro. Igual a Audrey. – fez careta. — Ninguém se importou com aquele príncipe que ficou do lado da Audrey. Por que eu ajudar a Harriet é um problema?

Porque Auradon é hipócrita, Aziz quis responder, mas invés disso, forçou um sorriso.

— A maioria das pessoas não pensa bem de piratas, Sammy. Ainda mais quando estão com um cetro mágico que controla todas as forças do mal! - sua voz estava mais aguda ao fim da frase, delatando quão perturbado estava pela situação.

— Então... Bem é ajudar só quando as outras pessoas vão concordar?

— Hã... Não. Tem razão, isso pegou mal. – Aziz umedeceu os lábios e respirou fundo. — Vem cá. Vamos pra festa. – suspirou levando-o até o tapete mágico.

— Eu ainda estou confuso. – Sammy resmungou subindo com ele. — Por que eu ajudar a Harriet é ruim?

— Eu disse que você está certo. Não é ruim. – Aziz suspirou e se ajoelhou no tapete. — Só... Vão implicar um pouco comigo no jornal por isso, mas fez bem. Parabéns, de verdade. Tenho certeza que a Fada Madrinha vai ficar orgulhosa. - e foi sincero com que disse.

Respirou fundo. Não tinha esse direito, pensou. Não tinha direito algum de descarregar seus problemas em Sammy daquela forma. Independente de como isso pudesse atingi-lo ou não, não podia esperar que Sammy fizesse ou não fizesse certas coisas. E realmente deveria elogiá-lo por fazer o certo já que, a julgar por como demonstrava interesse até alguns dias atrás, o pirata não parecia ter a noção de certo muito bem desenhada na mente.

— Por que vão implicar com você se quem ajudou fui eu?

— Porque viemos juntos e amam implicar comigo.

— Por?

Aziz suspirou, coçou o nariz enquanto o tapete voava alto — Roubei um carro quando tinha quinze anos.

— Você o que?

— Não roubei de verdade! - acrescentou rapidamente. — Foi mais um trote que deu errado. Mas foi como noticiaram.

— Como assim?

— Chad me entregou a chave da limusine da família dele para eu ir ao lago encantado quando meu tapete adoeceu. Ele disse que Cinderela tinha deixado... Só que ela não tinha. Ele noticiou o roubo e acabei sendo parado no meio do caminho até o Lago... Foi noticiado pra caralho! E como minha família já tem um histórico com roubo... – pausou, respirando fundo. — Bom, minha família quase foi deposta. E até a hoje a mídia me persegue... Bastante.

— Por que o Chad fez isso?

— Diz ele que era pra ser uma pegadinha e que não achou que acabaria assim. – deu de ombros novamente. — Enfim, quando comecei a namorar o Jay... O negócio de depor a minha família voltou com força, não pegou bem não. Nem um pouco. - fez careta remoendo a lembrança.

— Hum...

— Eu só... Não quero que volte de novo. – Aziz suspirou, olhos perdidos nas aves que voavam próximo deles. — Não é justo cobrar que você aja de um certo jeito porque é o jeito que Auradon aprova mais, eu sei. Aprendi essa lição quando Jay terminou comigo. Eu só... Não quero ferrar minha família... Mas, também não quero te fazer agir de outro jeito. Não tenho esse direito.

Ladrões e PiratasOnde histórias criam vida. Descubra agora