Era quase 1 de setembro novamente as cartas de Draco e as minhas já aviam chegado, então eu, papai, mamãe e Draco fomos ao beco diagonal para poder comprar nossas coisas. Aparatamos para o Beco Diagonal, que já estava cheio de gente.
Minha mãe foi ao Gringotes pegar dinheiro e meu pai, eu e Draco fomos em direção a Borgin & Burkes, uma loja cheia de objetos enfeitiçados por magia negra. O ministério estava fazendo batidas em algumas casas, para achar qualquer objeto com resquícios de magia negra neles. Então papai estava tendo que vender algumas coisas. Enquanto ele estava vendendo as coisas para um homenzinho meio moribundo que estava atrás do balcão, Draco e eu estavamos olhando o local.
─ Não toque em nada. - eu disse a Draco, que ia encostar em um colar provavelmente amaldiçoado e Draco recuou na hora.
─ Com licença, senhor. - chamei a atenção do vendedor após ver algo que não deveria estar alí, algo bem, interessante. ─ Este colar, onde arranjou? - apontei para o colar verde a minha frente.
─ Oh, esse colar é o colar de Salazar Slytherin, veio parar em minhas mãos pela segunda vez depois de anos que o vendi, interessada? - ele chegou mais perto.
─ Pois agora, ele não lhe pertence mais. - disse colocando o colar no pescoço, algo estranho aconteceu, eu senti como se toda raiva que eu estava sentindo me consumisse, mas então lembrei de um livro que li na biblioteca lá de casa que falava sobre esse colar, então presumi que ficaria bem. Eu sabia me controlar. ─ Imagino que tenha enganado alguém para consegui-lo ou até mesmo roubado. Se alguém realmente soubesse o quanto ele vale nunca teria o vendo.
─ Pois bem, lhe vendo por apenas 580 galeões, um preço bem barato para algo tão precioso, não? - ele disse e apenas ri. Eu podia parecer apenas uma garotinha inocente, que não fazia ideia do que estava falando, mas Lyra Malfoy não é assim, não, não. Aquele colar não possuía preço.
─ Ou, podemos fazer do meu jeito. Você me entrega o colar, e futuramente eu não conto ao verdadeiro dono que você o roubou. - me virei para ele, ficando bem pertinho mesmo, o fazendo congelar de medo.
─ Não dou nada de graça. Sinto muito garotinha. - ele engoliu em seco ao ver o olhar que lancei a ele ao me chamar de garotinha. Ele se arrependerá para sempre por isto.
─ Pois agora, dará. - eu entrei em sua mente, modifiquei suas memórias e pelo desaforo do homem, também vasculhei sua mente e revirei tudo de ponta cabeça, apenas por diversão. E agora, meu rosto era seu maior medo. Meu rosto, meu sorriso ladino que sempre parecia o desafiar para uma luta perdida, que o levaria a morte. Meus olhos, o encarando como se ele fosse uma presa fácil, que devoraria em meu café da manhã. Tuda a confusão de sua mente agora o faria enlouquecer. E a única coisa que nunca sairá de sua cabeça, é o amarelo dos meus olhos, que ele verá a cada segundo em sua mente, o matando, e matando, vez após outra e nunca parará.
O homem a minha frente abaixou a cabeça, quase se curvando, sem se virar foi andando de volta para trás da bancada. Com seus olhos ainda arregalados e meio perdidos ele murmurou:
─ Sim, senhora. - e voltou a fazer seu trabalho. Dessa vez, muito mais calado.
─ Vamos? - perguntei fazendo uma cópia do colar e o deixando alí, guardando o verdadeiro em meu pescoço por debaixo das roupas.
─ Claro, vamos indo. - disse papai e saimos da loja para encontrar-mos com minha mãe para terminamos de fazer as compras.
Um aglomerado de gente, mais específicamente bruxas, tomava conta da Floreios e Borrões e eu e Draco ficamos observando todo o movimento na parte de cima da loja.
─ Olha só aquela, tá quase pulando em cima dele. - Draco apontou para uma mulher no andar de baixo com um chapéu horrível na cabeça. Já tinha um tempo que estávamos ali, zoando as mulheres lá em baixo que estavam todas apaixonadas pelo Gilderoy Lockhart, o novo professor de DCAT, que é um "escritor" que diz ter feito as coisas que escreveu em seus livros. E com seu rosto bonitinho convenceu quase todos de que isso era verdade. Mas eu não entendia isso, não entendia o porquê de toda essa paixãozinha barata pelo homem que, sendo bem sinsera, não era tão bonito assim, e o sorriso, repugnante, é isso que eu achava dele. Ele era apenas, repugnante.