sete

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Toda manhã após alguma festa, Meredith acordava mal humorada jurando nunca mais beber, mas dessa vez ela acordou extremamente bem, com flashes de danças e juramentos eternos por mensagens, se sentia a mulher mais sortuda do mundo por tê-lo de volta. Não podia pensar em sequer um único motivo para não voltar a ser namorada dele, óbvio que muita coisa tinha que ser esclarecida, mas a verdade, é que nem se ela tentasse, ela conseguiria amar outro alguém no mundo que não fosse Andrew Deluca.

Se perguntou por meses se as noites de insônia, os sonhos com ele, as crises de choro, a saudade insistente um dia iriam passar, nunca se imaginou tão dependente de alguém depois do Derek, até sentir no peito a falta que o italiano lhe fazia. As vezes se culpava, mas seus filhos passaram a ser a memória viva de Andrew também, tinha um pouco dele em cada um, em cada gesto com as mãos, em cada virada do pescoço, em cada gíria, em cada mania tinha ele.

Jaquetas de couro, tênis pretos, cabelos enrolados, motos e violões, identidade visual comum que remetia só a ele. No começo, tudo fazia ele ser lembrado, as refeições, o assistir TV, o ler livros, o ouvir música, tudo era motivo para chorarem a falta dele, e depois de alguns meses, apesar de sempre manterem as tradições dele, Meredith se sentia deslocada, seus filhos falavam dele com menos frequência, ou pelo menos evitavam falar para ela.

Mas agora, a luz dela se ascendeu, o piloto automático saiu do controle, e ela foi trabalhar sorrindo, estava sorrindo muito nos últimos dias, e não passou despercebido pelas suas irmãs e seus filhos, que já associaram o sorriso ao Andrew, e ela não ia mentir, ele estar vivo era motivo de alegria extrema.

Chegou no hospital, pegou primeiramente um café, depois foi até o elevador, correu pra conseguir entrar antes que a porta fechasse, e por pura insistência do destino, ou por lei da atração, Deluca estava lá, lindo, de ressaca, mas lindo.

— Ei, você aqui? — Ela perguntou sorrindo.

— Tenho uma sessão de terapia, e vou conversar com a Bailey, quero voltar a ser cirurgião um dia. — Ele sorriu de volta.

— Você nunca deixa de ser cirurgião, acredite.

— Tomara... A Carina vai me levar pra fazer compras hoje, porque ela doou todas minhas roupas.

— Tem roupa sua lá em casa. Mas, eu não pretendo devolver.

— Tem uma jaqueta minha na sua casa que eu gosto tanto, eu sonhei ontem que você emprestava ela pro doutor Hayes, foi horrível, me senti o Ross naquele episódio de Friends.

— Bom, contando com a de ontem, tem três jaquetas suas lá, e eu não emprestaria nada seu pra ninguém... E é engraçado ver você fazer referência de Friends, você nem gostava. — O elevador abriu e os dois saíram no mesmo andar.

— Como se eu tivesse tido opção. — Eles riram lembrando das chantagens que ela havia feito para convencê-lo a assistir, ele dizia que Modern Family era melhor.

— Andrew... Vamos jantar juntos hoje? No nosso restaurante? — Ela perguntou num segundo de coragem.

— Nosso restaurante? — Ele sorriu.

— É, algumas coisas são só nossas. — Ela parou na frente dele e arrumou um fio de cabelo dele que estava desalinhado.

— Seu namorado não se importa? — Ele falou tentando não perder a postura.

— Eu não tenho namorado... Ainda, tudo depende da sua resposta. Me pega em casa as sete. — Ela piscou e saiu andando.

Ficou parado por alguns segundos tentando processar, riu sozinho percebendo que tudo que ele mais queria, quem ele mais queria, poderia voltar a ser parte da sua vida.

Favorite Crime - Reescrevendo Onde histórias criam vida. Descubra agora