Andrew acordou com um cheiro de fogo invadindo suas narinas, seu extinto de proteção gritou e ele saiu do quarto tão rápido e chegou no andar de baixo em menos de dez segundos. A fumaça na cozinha era alta, mas nada tão alto quanto a risada da Amelia, que estava segurando desajeitadamente o extintor.
— O que aconteceu aqui? — Ele perguntou coçando os olhos.
— Foi o Alex. — Mer gritou.
— Eu não fiz nada, isso foi culpa sua.
— Você que quis fazer waffles, deu tudo errado.
— Dois cavalos brincando de jogar a culpa no outro. — Amelia apertou o extintor jogando neles. — Criem vergonha.
— Uma cavalona dessa brincando com o extintor, me dá isso. — Andrew pegou dela, que revirou os olhos. — E arrumem essa bagunça.
Ele saiu para guardar o extintor na área de serviço e os três começaram arrumar a cozinha quietos até perceberem que estavam levando em consideração a bronca como se fossem criança, e começaram a rir.
— Eu tô ouvindo risada mas não tô ouvindo a cozinha arrumada. — Ele gritou e ele ficaram quietos de novo.
●
Naquele dia, Andrew não foi pro hospital, porque a nova chefe da oncologia solicitou o laboratório que estava disponível, e o Webber não estava livre para ajuda-lo. Ele levou as crianças para escola, já que a Meredith foi mais cedo com Alex e Amelia, e os pequenos adoraram, eles sentiam muita falta da presença do Deluca na rotina, ele sempre foi muito próximo, principalmente da Zola, que o considerava um amigo. Depois de deixar as crianças, ele foi para estação 19, já que a Carina passava mais tempo lá do que no próprio trabalho, e ficou ouvindo uma longa bronca sobre os dias que ficou na casa da Mer.
No hospital, tudo estava normal, tirando o fato da Izzie alugando os internos para esclarecer tudo sobre o novo método implantado por ela de diagnósticos de câncer no GSMH, e o Alex que antes da metade do dia já havia discutido com o Hayes.
— Sua esposa já chegou bagunçando meu dia. — Meredith reclamou entrando na sala dos médicos, onde Alex estava deitado.
— Eu ainda não a vi, ela sabe que eu estou aqui? — Ele se sentou.
— Tô falando da Izzie.
— Ah. — Ele deitou de novo. — A Izzie não é minha esposa faz muitos anos.
— Nem a Jo. — Ela se sentou na cadeira.
— Aí... Mas o que a Izzie fez?
— Além de estar com todos meus internos, ela está usando o lab, e por isso o Andrew não tá aqui, agora eu tô com saudades.
— Pelo amor de Deus querida, se preserva!
— Ele tava morto, Alex, me deixa!
— Bizarro. A gente viu tanta coisa louca aqui, mas quando alguém morria, tava morto mesmo... Tirando a irmã do Owen. Mas como vocês estão com isso?
— Tá todo mundo tentando ajudar ele se sentir bem de novo, eu tô fazendo isso, e consequentemente, estou bem, ele me faz bem.
— Quem diria que um beijo roubado levaria a tudo isso. Ele tá morando lá agora?
— Ele gosta de ficar lá, a gente gosta dele lá, é só isso e tudo certo.
— As crianças estão acostumadas.
— É, ele fez um bom trabalho enquanto eu tentava não ser presa. — Eles deram risada. — Mas e você?
— Amo meus filhos, não podia ser mais feliz. E agora, em Seattle, eles vão ter primos. — Ele jogou a cabeça pra trás. — Eu prefiro estar aqui.
A porta da sala abriu, a Amelia entrou e quando viu os dois tentou recuar, a voz da Jo vinha de trás dela.
— Ela é linda, e o loiro dela é mais hidratado que o meu! Por que ninguém me avisou que ela tá aqui? Entra logo. — A Wilson empurrou a Amy e entrou, e o mundo parou por um momento. — Ah, Alex, você tá aqui também...
— Jo. — Ele se levantou. — Eu... A gente pode conversar?
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, como se não tivesse escutado direito, estava realmente pensando.
— Não acho que tenhamos algo pra conversar, não agora, depois de tanto tempo... Mas vá em frente, diga.
— Saindo. — Meredith diz e sai puxando a Amelia que reclama porque queria ouvir o "barraco".
— Eu sinto muito...
— Começou mal. — Ela cruzou os braços.
— É verdade. Não existe um dia da minha vida que eu não me arrependa do que eu fiz, do jeito que eu fiz, eu vivo um inferno dentro da minha cabeça, eu carrego a culpa por ter estragado a melhor coisa que eu já tive depois dos meus filhos. E eu sei que também foi difícil pra você, e sei que eu te fiz sofrer por pura covardia, eu só sinto muito por tudo isso, e espero que um dia eu conseguia merecer seu perdão.
— Teríamos dado um jeito, Alex. Ou você pensou que eu odiaria seus filhos e os recusaria? Nada que você disse antes naquela carta e disse agora faz sentido. Nós éramos casados, não era uma relação de meses, você acha que sabe, mas não tem ideia do quanto tudo isso foi humilhante.
— Eu sei que você teria dado um jeito, você teria me guiado, sempre foi assim, eu sei que não seria diferente, mas por um momento, eu pensei que poderia dar a vida perfeita para os dois, com todos juntos, com uma família de televisão, mas... Seria melhor pra todos se eu tivesse sido sincero.
— Ta tudo bem Alex, do mesmo jeito que você me colocou no lixo, eu coloquei a gente lá também, como se não tivesse sido nada. Até um tempo atrás eu te mataria, mas agora, tá tudo bem. — Ela respirou fundo para não mata-lo e encostou na parede. — Por que você voltou?
— A Bailey oferece um cargo pra Izzie e ela quis, então...
— Ah, a Izzie sempre decide, né? — Ela riu de nervoso. — A Bailey deve me odiar muito.
— Ela me odeia muito agora. — Ele riu mas dessa vez ela ficou séria. — Mas eu mereço, desculpa. — O paiger dele tocou e ambos deram graças a Deus internamente. — Eu preciso ir, e você combina com esse uniforme.
— Você combina com esse uniforme. — Ela o imitou debochando depois que ele saiu. — Idiota.
●
Quando anoiteceu, Meredith chegou em casa e pra sua surpresa, Andrew não estava lá, ele mandou uma mensagem dizendo que estava "em casa", e só aí ela se tocou que não era na casa dela.
— Andrew não foi te buscar hoje? — Amelia perguntou quando a Grey entrou na cozinha.
— Não, ele não vem hoje.
— O tio Andrew não tá morando aqui não? — Bailey perguntou confuso.
— Não, ele não mora aqui. Ele mora com a Carina. — Ela sentou na mesa como se afirmasse mais para ela mesma.
— Queria que ele morasse aqui, aí eu ia ter certeza que ele tá vivo mesmo todos os dias. — Zola falou suspirando. — Vou mandar mensagem.
Ela levantou da mesa e foi pra sala enquanto Amelia a olhava achando adorável. O próximo passo da relação da Meredith e do Andrew, era morar juntos, praticamente já moravam, mas houve um grande espaço de tempo dessa fase para o que eles estavam voltando a viver, e mesmo com tantos porém, ela só pensava como seria bom te-lo todos os dias para ter certeza que ele estava vivo.
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Favorite Crime - Reescrevendo
FanfictionA vida após a morte continua? Para Andrew Deluca, sim, já que na verdade nunca conheceu a temida morte, passou perto dela, mas não a conheceu. Depois de ser cruelmente esfaqueado por um criminoso, sua vida corria mais perigo do que poderia imaginar...