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Por algumas noites, aquilo funcionou. Mesmo acordando com os pesadelos, voltava a dormir e a qualidade do sono aumentou o rendimento no trabalho. O texto estava bem adiantado, a decodificação da língua parecia cada vez mais completa e agora só precisava terminar de revisar um texto inicial provisório para ser apresentado no dia da inauguração da exposição. O evento seria televisionado, e todas as descobertas a respeito do cadáver embalsamado seriam apresentadas ao público numa cerimônia pública.

Não se comunicava muito com as outras equipes, sempre tinha muito trabalho a fazer, mas interessava-se pessoalmente por aquelas informações, porque sabia que todas elas poderiam ajudá-lo a entender melhor a linguagem que estava decifrando. O trabalho teria continuidade após a exposição, então quanto mais soubesse, mais preciso ficaria seu entendimento da linguagem. No que se referia ao trabalho, estava satisfeito.

No entanto, com a proximidade do evento e o estado adiantado da tradução, relaxou um pouco em sua rotina de indução à exaustão, e então o sonho voltou. Só que agora, não eram mais pesadelos. O que o deixava ainda mais inquieto com o tipo de visões que haviam surgido.

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