*Capítulo 26*

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Maya

Bufei pela quinta vez quando vi que ele tava estendendo a mão pra mim, de novo, pra tirar a cerveja da minha mão.

Maya: Cara, tu é muito chato. - Ele não respondeu, só ficou com a mão estendida esperando eu entregar minha cerveja. - Não vou te dar.

Madrugadão: Tu não acha que já chega não? - Balancei a cabeça negando. - Pois é, mas eu acho.

Maya: Tu cismou que eu tô bêbada, meu Deus.

Madrugadão: Mas você tá.

Maya: Tô nada. - Dei mais um gole na cerveja e ele respirou fundo.

Eu real não tava bêbada, um pouco altinha talvez. Mas bêbada não.

Madrugadão: Beleza então. - Se levantou e arrumou o boné. - Tchau.

Maya: Cê já vai? - Ele assentiu.

Pô, ele era chatinho, marrento e tudo mais, mas até que a gente tava tendo um papo legalzinho. Aí ele vira e me fala que vai embora agora?!

Madrugadão: Tu consegue ir pra tua casa sozinha. - Deu um sorriso leve e virou as costas pra ir embora.

Maya: É um corno mesmo. - Falei baixo pra mim mesma.

Madrugadão: Falou alguma coisa Maya? - Se virou pra mim de novo.

Maya: Eu não.

Ele não respondeu mais, então já devia ter ido. Respirei fundo e me levantei também. Não tinha mais graça ficar bebendo aqui sozinha.

Comecei a subir o morro com o cú na mão por que tava um pouco escuro, e a essas horas não tinha mais ninguém na rua, mas até agora tudo ok.

Coloquei a mão no bolso do meu short procurando a chave de casa e comecei a ficar desesperada quando não senti ela em nenhum dos bolsos.

Maya: Ah não mano, pelo amor. - Falei quase chorando por que não encontrava minha chave.

Eu acho incrível a capacidade de tudo dar errado comigo. Eu perdi minha chave não faço ideia aonde, não trouxe meu celular por que na minha cabeça não ia precisar. Já é de madrugada e eu não tenho cara de pau o suficiente pra brotar na casa da Cris e perguntar se eu posso dormir lá.

Incrível Maya, sua vida é incrível!

Continuei subindo o morro sem destino nenhum, não faço nem ideia pra onde eu tô indo já que não tenho lugar pra ficar.

Dormir na rua por que perdeu a chave de casa é o fundo do poço.

Olhei pra cima do morro que eu tava subindo e ele ainda tava ali, não muito longe.

A vergonha que eu vou passar não tá escrita.

Maya: Ei. - Chamei ele e ele se virou.

Madrugadão: Tá vindo atrás de mim por causa de que? - Falou quando cheguei do lado dele depois de correr um pouco pra alcançar.

Maya: Tem como eu te pedir uma coisa? - Ele balançou a cabeça. - Tem como você arrumar um barraco pra eu dormir? Só por hoje.

Madrugadão: Tu tem casa, ué.

Maya: Eu perdi a chave. - Ele me olhou com um olhar do tipo "tu é burra pra caralho" e eu bufei. - Tu não me olha assim não hein, maluco.

Ele continuou andando do meu lado e eu não entendi se aquilo significava um "Vou arrumar um barraco pra tu passar a noite" ou "Foda-se, se vira sozinha". Mas continuei seguindo ele.

Ele parou em frente a uma casa, bem grande por sinal e abriu a porta me dando espaço pra entrar.

Maya: Você é humilde, não precisava de tudo isso só pra mim. Mas obrigada.

Madrugadão: Essa é minha casa, garota. - Olhei pra ele.

Maya: Ué?

Madrugadão: Não tem barraco disponível no morro agora. - Encarei ele desconfiada. - É sério, pô.

Maya: Hum. - Ele revirou os olhos.

Madrugadão: Se quiser dormir na rua tá tranquilo por mim. - Deu um sorriso cínico.

Maya: Tô bem aqui, mas obrigada pela sugestão. Vou dormir onde? - Ele apontou pro sofá atrás de mim. - Geralmente as visitas dormem na cama.

Madrugadão: Aqui só tem uma cama que no caso é a minha.

Maya: Quantos quartos tem aqui?

Madrugadão: Só o meu.

Maya: Por que?

Madrugadão: Por que eu moro sozinho. - Revirou os olhos. - Tu faz pergunta pra caralho.

Maya: Tá bom, tá bom. Parei. - Levantei as mãos em rendição.

Madrugadão: Vou trazer as coisas pra tu dormir aí. - Assenti e ele subiu as escadas.

O sofá era grande, mas nem tão macio. Mas fazer o que né, melhor que nada.

Senhor madrugadinha tá de muito bom humor hoje, tô estranhando isso. Hum.

Ele não demorou e trouxe pra mim algumas coisas. Mas nem ficou de muito papo, só me mostrou aonde tinha um banheiro e aonde ficava a cozinha se eu quisesse comer alguma coisa, depois ele subiu de novo e eu fiquei sozinha.

Peguei as coisas que ele me entregou e arrumei o sofá pra dormir. Dei um sorriso de leve quando vi que ele colocou uma toalha junto com uma camisa dele.

Mal sabe que agora essa camisa é minha.

Fui até o banheiro e tomei um banho não tão demorado. Vesti só a camisa dele e saí.

Assim que eu deitei no sofá já dormi, tava cansada pra caramba e meu pezinho tava todo dolorido de tanto andar e ficar em pé naquele pagode.

Meu sono tava pesado pra caramba, tava sonhando mas conseguia sentir alguém me pegando, e depois senti que tava deitada em um lugar fofinho.

Eu tava acordada, mas ao mesmo tempo tava dormindo. Não consegui distinguir nada, então acho que tava sonhando e depois não acordei mais.

...

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Atração Fatal  [M] - L7NNONOnde histórias criam vida. Descubra agora