V. Los Angeles

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Seattle, 1983

𝐅𝐫𝐞𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐲

Passo de forma leve o pincel com maquiagem em meu rosto, sentindo o toque macio do item sob minha pele, às vezes olhava para Aisha através do espelho do camarim e ela continuava lendo o livro da faculdade. O ar tranquilo se vai quando a porta é aberta por Roger e ele entra aparentemente estressado, em seguida se joga ao lado de Aisha no sofá.

- O que lê? - sua voz sai calma mas trêmula, ela murmura o nome do livro sem olhar para ele e de repente ouvimos o grito escândaloso de Taylor.

Olho para trás.

- Olhem, um rato! - aponta ao chão mostrando o animal, rapidamente subo na cadeira e eles fazem o mesmo em cima do sofá.

- Alguém mata ele. - Aisha pede. - Vá, Roger!

- Ande logo, Roger!

- Por que não mata você? Freddie, você sempre andou com rato mesmo.

Quando o escutei dizer isso, lancei o pincel de maquiagem em seu rosto.

- Mate logo, Roger!

- Vou matar. - tira a camisa e joga em cima do bicho.

- Nossa... - Aisha bate palmas.
- Olha ele ali rindo de tu.

- Tem uma vassoura ali, vou pegar e matá-lo. - desço da cadeira e puxo a vassoura rapidamente, enquanto o rato corria e eu ia atrás, na tentativa de acertá-lo, errei a mira e bateu em Roger.

- Meu nariz!

- Isso foi por não ter matado ele quando teve a chance, alá fugiu! Roger, você não serve para nada!

- Toca bateria no meu lugar, então!

- Aposto que se eu tocasse ainda ia ser melhor que você!

- Chega! - Aisha grita e nós a olhamos.
- Gente eu não aguento mais vocês.

- Culpa do teu pai, essa anta.

- Cala a boca você também, vá ao seu camarim e deixa eu ler meu livro em paz.

- Leitora, ela... - disse ao sair de meu camarim.

- O show começa em cinco minutos. - a assistente de palco avisa e sai para chamar o restante.

[...]

Começo a pensar, emocionado, nos momentos de altos e baixos da banda.
Havia um público maravilhoso a nossa frente, eu ficava grato e satisfeito com o que minha vida se tornou, e quando o show encerrou, saímos do palco e ainda assim eu estava completamente feliz com o que havia conquistado.

Enquanto Brian e Roger limpavam o rosto suado com uma toalha, John comia um pedaço consideravelmente grande de queijo.

- Por isso apareceu um rato.

- Podia ter aparecido no camarim dele ao invés do nosso. - afirma Roger com total certeza que o camarim era dele.

- Seu ovo, o camarim era meu, sua mula.

- Foda-se, não perguntei.

- O que acharam do show? - Brian muda o assunto. - Eu amei.

- Eu também, público animado! - Roger sorri.

- Fala do público ou as groupies que lhe aguardam no seu camarim? Vê se fode a sua esposa direito para ela esquecer o chifre em, mas como você não toma banho, pois é porco, lava o pau antes para não transmitir bactéria de puta para mãe de família. - brinco e desvio do tapa que ele tentou me dar.

Filha da LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora