X. Anastacia

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𝐀𝐧𝐚𝐬𝐭𝐚𝐜𝐢𝐚 𝐒𝐦𝐢𝐭𝐡

Abro os olhos devagar e com dificuldade, lembrando-me da noite passada em que ingeri drogas e provavelmente ainda estava sob efeito delas.

Me levantei da cama e procurei pelo saquinho de cocaína para começar bem o dia, passando a me frustrar pois não encontrava de jeito nenhum.

- Procurando pelo pó? - minha mãe entra no quarto.

- Me devolve.

Ela ri de mim quando volto a procurar, começando a me deixar aflita e com raiva.

- Isso não irá te fazer bem!

- Você não sabe o que me faz bem.

- Sei pois sou sua mãe!

- Mas nunca cumpriu tal função.

- Seu irmão não diz o mesmo, você ama fazer um drama! - eleva o tom de voz comigo.

- Para de me comparar ao meu irmão! Vocês sempre tiveram preferência por ele e agora lamentam por ele ser um médico renomado enquanto eu não sou ninguém?! Eu nunca tive nada, já ele sempre teve tudo!

Elevo cada vez mais meu tom de voz e sinto minha respiração acelerar.

- Quem te contou das drogas?! QUEM?!

- Ninguém precisou dizer, bastou eu revirar seu quarto. Você não é uma pessoa boa, Anastacia. Essa é a diferença entre seu irmão e você!

- O que mais você quer que eu faça, hein?! Eu tentei por anos ser a melhor filha para vocês, mas vocês não reconhecem nada do que eu faço e sempre fiz! Vocês ignoram meu aniversário e pior, ignoram a minha existência a maior parte do tempo. Eu já teria tirado a minha vida se não fosse pela Aisha, porque ela sim me entende! - troco de roupa e desço as escadas, ia tenter esfriar a cabeça para depois ir perturbar Aisha depois.

Caminhei até o centro da cidade, que como sempre, estava lotado de pessoas ou turistas. Entrei em uma lanchonete de um amigo e pedi para pagar depois, agradecendo por ele ter aceitado. Indo embora caminhando pela calçada, me estressei por Los Angeles ter tanta gente e por isso as ruas ficavam cada vez mais lotadas.

- Licença. - peço para velha que andava feito uma lesma na minha frente, mas ela nem se moveu para eu passar na sua frente. Portanto eu como a pessoa calma que sou, falei: - tá surda porra?! Eu quero passar.

- Já ouvi, mas não fui com a sua cara, então vou continuar na sua frente.

- Velha abusada! - resmungo e a empurro, assim passando em sua frente.

- Mais respeito as senhoras seria bom, não acha? - um homem caminhando ao meu lado pergunta.

- Quem?

- Quem o que?

- Te perguntou!

- Piadinha sem graça, essa. Como se chama?

- Paula Tejano.

- Nossa, que engraçadinha. - responde sério.

- Meu nome é Anastacia.

- Bonito nome. Não vai perguntar o meu?

- Se eu quisesse saber teu nome teria perguntado antes. - ri sozinha. - ok, qual seu nome?

- Gilby Clarke. Gostei do seu jeito, eu estou indo ao rainbow agora, não quer ir comigo e beber um pouco?

- Beber a essa hora da manhã?

- Sim.

- Bora! - sorri, finalmente alguém descente nessa porra.

...

- Então você fugiu de casa enquanto discutia com sua mãe? - ele ri. - que ousada.

- Não é como se ela fosse se importar. - ri virando mais um copo. - tenho uma amiga que é minha vizinha, eu fico mais com ela do que com minha família.

- As vezes fica mais fácil considerar os amigos do que a família, não é?

- Exatamente! Aisha me entende de uma forma que nenhuma pessoa nunca me entendeu antes. Ela sempre me ouve quando preciso desabafar, as vezes ela toma umas decisões burras mas eu a impeço antes de fazer a merda.

- Vocês parecem divertidas, apesar de você não ter paciência nenhuma.

- Em minha defesa aquela velha queria me provocar!

- Sim, claro. - ri mais.

- Por isso que não gosto de velho.

- Ah, para! Um dia você vai ficar velha também.

- Que nada, até lá já morri. - ri e ele fica me encarando. - é brincadeira!

𝐀𝐢𝐬𝐡𝐚 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐲

Dou bom dia ao cozinheiro e caminho em direção a sala de estar. Ligo para casa de meu pai, mas quem atendeu foi outra pessoa que eu simplesmente não conhecia.

- Pai?

- Ele está dormindo.

- Quem está falando?

- Um amigo, fizemos uma festa ontem. Eu aviso quando ele acordar que você ligou.

Ele encerra a ligação e por uns instantes eu fiquei confusa, havia notado um certo deboche em sua voz mas preferi esperar para falar com meu pai, em seguida o telefone toca e atendi no mesmo instante acreditando que fosse ele, mas na verdade era Axl.

- Você tem que parar de descobrir informações pessoais minhas, sabia? - ri fraco. - estou começando a achar que ao invés de cantor, você é agente do FBI.

- Mas quem me passou seu número foi você.

- Ih, é mesmo! Havia me esquecido. - ambos rimos. - a que devo a ligação?

- Quer sair para almoçarmos daqui a pouco?

- Vou negar, meu cozinheiro já está preparando meu almoço. Dá certa pena falar que vou comer fora.

- Nossa rica, tá bom. - rimos. - quer sair para lanchar mais tarde então?

- Ok, combinado. Onde nos encontramos?

- Vou te levar a uma lanchonete que costumo ir, então te busco às 15h.

- Certo, até logo. - nos despedimos e encerramos a ligação.

Pego algumas roupas no armário e fui até a cozinha.

- Olha, eu sei que a sua função não é dar opinião sobre moda, mas mais tarde eu vou sair para lanchar com um amigo e não sei qual roupa usar! - falo sincera e ele ri.

- A roupa depende do local em que você vai. Aonde irá? - pergunta sem tirar sua atenção da receita.

- A uma lanchonete.

- Então opte pela roupa mais simples. Não precisa parecer a lady Diana se vai comer em uma lanchonete, mas também não precisa parecer mendiga.

Rimos e o agradeci antes de sair da cozinha. Estranhei Anastacia não ter aparecido ainda para me tirar do sério, mas do jeito que ela bebeu ontem, deve estar com uma ressaca das boas.

CONTINUA....

Filha da LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora