XI. Lanchonete

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BEL AIR, CALIFORNIA
𝐀𝐢𝐬𝐡𝐚 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐲

Mergulhei na piscina pela primeira vez desde que cheguei aqui, sentindo nada mais que tranquilidade no silêncio e paz que era viver sozinha, por mais solitário que fosse.

- Senhorita Mercury, o almoço está servido. - Pierre, o cozinheiro, diz próximo a borda.

- Francamente, não precisa me chamar desse modo formal, portanto, apenas aisha.

- Certo, mas ainda vou demorar a me acostumar. - se retira.

Mergulho mais uma vez antes de sair pelos degraus próximos a borda, caminhando então lentamente até a espreguiçadeira para pegar a toalha e o roupão.

- O que quer comer amanhã? Posso preparar peixe cozido. - Pierre pergunta após eu me sentar à mesa.

- Obrigada, mas dispenso o peixe. Tem alguma noção de culinária árabe?

- Um pouco que aprendi na faculdade e com minha tia libanesa.

- Quero comer mjadra com kebab amanhã.

- No horário normal?

- Sim, obrigada.

Ele despede-se e vejo Anastácia se aproximar após Pierre sair.

- Ana, que visita agradável. Vem, almoce comigo.

- Eu já ia almoçar contigo você me chamando ou não. - ri sentando na cadeira a minha frente e se servindo.

- Verdade, esqueci que você mesma se convida para minha casa.

- Nem isso, eu já saio entrando. - rimos e começamos a comer.

- Como tá sendo seu dia?

- Legal, ontem eu conheci um rapaz.

- Me conte mais isso. - me interesso no assunto, afinal não era todo dia que Ana se interessava por homem.

- Ah, não tem tanto o que falar. A gente saiu pra beber e ficamos batendo papo.

- Nada mais?

- Não, e quanto a você?

- Vou sair para lanchar com Axl hoje.

- Por acaso o lanche é você ou...?

- Não! Pervertida!

- Homem é assim, mana. Se você não entrar na cabeça deles, vai ser enganada. Bom lanche, por mais que eu não goste do Axl.

- Por que não? Ele não te fez nada.

- Algo nele não me desce, sinto como se ele escondesse algo.

- Louca. - ri revirando os olhos.

...

Enquanto ele dirigia, percebi que seu carro fedia a bebida barata, mas preferi não falar nada para não soar mal educada. Axl liga a rádio do carro e tocava Bohemian Rhapsody, o que nos deixou animados enquanto batíamos papo, por mais que o som saísse diferente devido a antiguidade do veículo.

Filha da LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora