III. Radio Ga Ga

418 42 24
                                    

Alguns dias depois...

𝐀𝐢𝐬𝐡𝐚 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐲

Ouço passos aproximarem-se fazendo esconder o caderno de anotações, cujo usava para terminar de escrever a canção que a meses não havia terminado.
Reconhecendo de quem eram os passos no corredor ao lado de meu quarto, abro a porta lentamente e puxo a pessoa para dentro, fazendo-o se assustar, totalmente distraído.

- Eu sou casado! - Roger faz posição de ataque mas a desfaz ao ver que era eu.

- Foda-se. Não pensou nisso quando inventou de fingir que sou sua namorada no aeroporto, né? - rio em deboche.

- Me enganei pensando ser um sequestrador, desculpa. - ele sorria de forma estúpida.

- E ser casado ia mudar o fato de um sequestro? Esquece, desisto de entendê-lo. Faz o que aqui em cima?

- John usou o banheiro do primeiro andar e agora está entupido, portanto vim usar o daqui de cima.

- Foda-se. Quero mostrar algo a você, venha. - tranco a porta, pego o caderno e o deixo ler a canção.

- Caralho! Isso ficou ótimo.

- Antes de inventarem o churrasco vocês iam ensaiar, não é? Cadê sua bateria?

- No carro. Irei pegá-la e vamos trabalhar juntos nessa música. - ele responde de maneira afobada, antes de descer correndo puxo seu braço sem delicadeza alguma, Roger virou nos deixando perto até demais.

- Ninguém pode ver você.

- Ok. - vira-se saindo do quarto, suspiro me jogando na cama mas minutos depois me assusto com o barulho da pedra que atingiu a janela.

Me aproximo para olhar e vejo Roger parado no jardim, segurando o bumbo de sua bateria na cabeça.

- Que porra é essa?!

- Falou para não deixar ninguém me ver, eles estão na sala, única forma é passar por aqui.

- Jogue ao alto que eu pego. - sugiro prendendo o cabelo para não me atrapalhar.

- Certeza? Se isso cair, eu estou fodido!

- Se quebrar compro outra para você, joga essa merda logo. - Roger lança pro alto, seguro sentindo o peso do bumbo e o puxo para dentro da janela.

- Eu ponho os pratos por dentro da blusa, vamos passar o restante. - joga um por vez, quando subiu, começamos a montar sua bateria e depois de pronta, Roger senta no banco por trás dela.

- Quando estava ainda na Alemanha, havia feito algumas notas para guitarra nessa canção, se eu mostrar a você podemos encontrar o ritmo da música através do ritmo da guitarra. - sugiro.

- Mostre-me. - diz animado.

[...]

Ele anotou num caderno as notas que pôs na bateria para música, sugiro tocarmos ao mesmo tempo em que somos gravados por uma filmadora e ele topou a ideia, posicionei o aparelho na escrivaninha a nossa frente e iniciei a gravação, voltando ao lugar com a guitarra e após Roger anunciar cinco segundos batendo com as baquetas, começamos a tocar.

Filha da LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora