IV. Paul Prenter

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𝐀𝐢𝐬𝐡𝐚 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐮𝐫𝐲

Pela última vez encaro meu reflexo no espelho, totalmente nervosa em acompanhar a banda, agora em turnê.
Ser filha de quem sou tem sido desafiador, aquela garota que estudava direito e tocava às vezes não existia mais, agora sou uma jovem escondendo sua identidade de um público que não teme em respeitar sua privacidade.

- Oi querida! - meu pai exclama com o mais belo dos sorrisos ao entrar no quarto.

- Oi papai. - sento na cama, ele deita e me puxa para abraça-lo. - Está carente?

- Eu não posso abraçar minha filha? Vai com Roger então, se são tão amigos. - solta-se de mim.

- Dramático...

- Freddie, por que não se arrumou ain...- Paul para de falar ao me ver. - Ah entendi, você está com ela.

- Sim, o que quer? - ele pergunta olhando o assistente.

- O voo sai em poucas horas, deve se arrumar logo para chegarmos ao aeroporto antes dos paparazzis.

- Vou indo, então. - beija minha bochecha e sai.

- Está adorando gastar dinheiro dele, não é? - Paul entra no quarto logo após Freddie sair.

- Como é?

- Conseguiu usar até mesmo o Roger, assumo que foi inteligência compôr uma música e deixar o mais burro da banda se envolver nela. Vocês combinam, o besta e a aproveitadora.

- Caralho, cale a boca. Só saiu merda dela até agora.

- Pode não ter percebido, sou os olhos e ouvidos dê Freddie. Vou acabar com o Queen e administrar a carreira solo dele para ganhar dinheiro, mas você chegou atrapalhando meus planos, então volte ao seu país, sua terrorista de merda, que eu já estava aqui muito antes de você!

- Do que me chamou? - pergunto desacreditada.

- Se der certo, mando você de volta para o continente árabe, todos sabem que você é de lá igual sua mãe! Como forma de piorar, tem sobrenome alemão, que pacote, árabe e nazista. Sou o único que sabe que você não é filha do Freddie, não tem nada dele. Mas quer chamar atenção usando playback para imitá-lo e ser o centro das atenções de todos.

- Chega! - nos assustamos com meu pai na porta do quarto. - Paul, você passou de todos os limites!

- F-freddie e-eu... - gagueja encontrando palavras, falhando miseravelmente.

- Como ousa dizer tudo isso? Seu desprezível, está demitido! Saia do quarto da minha princesinha e mete o pé daqui ou eu não respondo por meus atos!

- Você não pode me demitir. - ri fraco.
- Imagina a cara da sua "princesinha" ao ver todos aqueles vídeos seus que tenho. Boates, hotéis, viagens... Tenho tudo!

- Você vai precisar de dinheiro, venda seus vídeos, eu não me importo com nada disso. Seu rato, verme...

- Cobra! - ajudo ele nos xingamentos.

- Se quer recordar o passado, recorde, mas lembrando que sigo firme e forte como estou agora e me faça o favor de não me ver nunca mais.

- Freddie, eu disse sem pensar...

Filha da LendaOnde histórias criam vida. Descubra agora