A Gêmea Swan _ J. Hale

²⁵

Viver é um rasgar-se e remenda-se 

Saímos do hospital e em momento algum trocamos uma palavra. Não conseguia falar ou nem olhar na direção de Charlie, entramos no carro, fizemos todo o percurso em silêncio, em casa entramos e subi pro quarto depois de checar se tudo estava bem. Viro a trava da porta me deixando cair até o chão, minha cabeça doía, meu corpo todo doía. Fiquei naquela posição por horas não olhando pra nada em especial, a voz ficou falando, mas não conseguia entender o que exatamente.

Não sai do quarto pelo resto do final de semana, não abri a porta em momento algum, também não respondi quando me chamavam, era estranho aquela sensação, como se algo estivesse à espreita e a qualquer momento fosse me atingir.

Na segunda abri a porta, tomei um banho e desci, Charlie já havia saído, Isabella estava no andar de cima, peguei minhas chaves e fui pra escola.  Ainda não tinha quase ninguém entrei, me sentei no fundo o mais longe possível de qualquer um, coloquei meus fones e abaixe a cabeça, senti quando as pessoas entraram na sala e quando alguém se sentou ao meu lado, mas em momento algum olhei ou sair da minha posição.

Uma leve calma foi sentida por todo o meu corpo e aproveitei pra dormi

Estava escuro, frio e úmido, era triste ali

- É porque é você, especialmente a sua cabeça

Me virei na direção da voz, mas não a encontrei. Sabia quem era, mas não podia ver seu rosto. Tateei um pouco até encontrar uma maçaneta, abri a porta lentamente, ali também era escuro, mas senti algo quente nos meus pés, senti o cheiro tão conhecido por mim, sangue, me afastei rapidamente e fechei a porta

- O que... O que era isso?

- É o que tem na sua cabeça, foi você que guardou

- Mas eu não queria, não quis machucar elas, só... eu só queria fugir e elas não deixavam

Respiro pesadamente, não queria ouvir sobre uma coisa que eu já sabia, mas ela não entendia e sempre fazia isso, sempre me lembrava do que eu tinha feito

- Sim eu sempre lembro porque é a verdade você as machucou, não eu, você