Todos temos demônios, mas e se seus demônios falassem com você?
Essa é a história de Mia Swan irmã gêmea mas nova de Isabella Swan, ela desde muito nova é atormentada por sonhos e uma voz que gritava na sua cabeça a fazer coisas das quais ela lutava...
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Existia uma parte minha que parecia está morta e eu não sabia como lidar com ela, havia uma parte minha que gritava, brigava e sentia uma raiva além do normal, mas eu estava paralisada em um estado em que nada muda, em que mesmo se quisesse gritar nada sairia. Os dias se passavam e eu parecia ter ficado presa em um único só, estava presa a sensação de que eu estava em um pesadelo, em que acordaria e tudo estaria diferente
Havia um estágio do meu consciente que insistia em me prender em outros pensamentos e lugares, ele insistia que eu não sentisse dor, que tudo fosse o mais rápido e indolor possível, esse era o pior tipo de coisa que poderia acontecer com pessoas que sofrem demais, você não consegue sentir tudo o que tinha que sentir
Como em um concerto, estava em intervalos, onde havia pequenos momentos em que eu tinha uma pausa pra absorver as coisas e voltar outra vez, e eram nesses momentos que percebia o que ocorria ao meu redor, ouvia nitidamente o som vindo de um aparelho por perto que tocava uma música da qual já tinha ouvido, mas não tinha vontade alguma em lembrar qual era, mais ao fundo o baixo som de alguém chorando, conversas meio desconexa, um corpo que me apertava, porém não conseguia enxergar, havia uma escuridão que me cegava e me deixava incapaz de ver qualquer coisa, mais tarde pude perceber que era eu toda a escuridão
Talvez fossem três, ou quatro dias estava escuro demais pra que eu notasse mais houve uma mudança, durante um dos intervalos pude ouvir quando avisaram que tudo estava pronto, a voz estranha de Noor no andar de baixo fazendo objeções e mais tarde o toque de alguém
- Amor precisamos ir, já está tudo pronto
Abri meus olhos, mas era quase como se não houvesse feito, havia uma grande nuvem negra embaçada mais ainda assim não pude enxergar com clareza.
- Você quer minha ajuda?
Demorei segundo há mais pra perceber do que se tratava e concordei, meu corpo foi levantado e levado até o banheiro, com toda calma ou talvez meu cérebro estivesse trabalhando devagar demais, minhas roupas foram colocadas de lado, a água entrou em contato com a minha pele e depois eu estava vestida em calças, blusa, sobretudo e um coturno, tudo em um tom negro, senti meu cabelo ser escovado e depois estava caminhando pro andar de baixo
Parecia haver pessoas demais ali e mesmo assim ninguém, ainda era complicado demais enxergar me apoiei em Jasper o cheiro de Noor chegou antes de sua imagem e sem aviso ele me abraçou, não senti como as inúmeras vezes em que alguém me tocava, lentamente o abracei de volta e parecia que um pouco de tudo o que estava acontecendo se tornou realidade
- O inferno está vazio e todos os demônios estão aqui
Uma simples frase de Willian Shakespeare parece quase me quebrar, entendia muito além delas, sabia o que vinha junto, os bons não devem ficar onde demônios se encontram e quando se vão não deve ser triste pois estarão melhores agora, me separei dele e senti seu beijo em minha testa
No minuto em que voltei a Jasper minha garganta queimou, meus ouvidos se focaram no som do coração e meu corpo pareceu sentir um pouco mais de raiva, olhei para as escadas onde Isabella estava parada me olhando, meus reflexos estavam muito lentos tanto que a vi correr até mim, mas não tive reação continuei parada, seus braços cruzaram meu corpo e a sede diminuiu e a raiva aumentou, sentia raiva de algo que não conseguia dizer, mas estava muito focada para as reações de Isabella, fechei meus olhos e apertei com força a parede nas minhas costas até que eu não sentisse mais Isabella
Abri os olhos e ela já estava do outro lado da sala me voltei para Noor e Jasper ao meu lado
- Tem certeza, podemos ficar se você quiser?
Olhei para um ponto fixo entre os dois e concordei, eu iria, tinha que ir, nenhum dos dois disse mais nada e fomos pro carro. Me sentei ao lado da janela e apoiei a cabeça ali, observei o caminho que fazíamos, toda aquela coisa verde pesava por meus olhos, a primeira vez que a notei como parte do meu lar, o carro parou no pequeno cemitério da cidade e todos descemos, o cheiro forte de sangue foi a primeira coisa que senti e dentre tanto tempo convivendo entre humanos aquela foi a primeira vez em que senti minha garganta queimar além do normal, como se eu mesmo tivesse criado um bloqueio humano e tivesse o retirado
Parei onde estava e fechei fortemente os olhos
- Você consegue, não iremos sair de perto de você
A voz baixa de Noor me disse antes do aperto em minha mão de Jaz e o olhar encorajador de Alice
Existiam milhares de formas que eu gostaria de guarda meu pai e nenhuma delas era com a que se encontrava agora em um caixão. Olhei para todos o lugar e vi diferentes olhares dirigido a mim e todos eles podiam embrulhar meu estômago
- Não, eu não consigo, não quero fazer isso
Lentamente me afastei até começar a correr para a longe dali, pra onde eu não teria um pai morto, olhares de pena, ou surtos e controle
Toquei a maçaneta e a abri lentamente, tudo estava limpo como se a alguns dasi atrás ninguém houvesse morrido ali, ao lado da porta o coldren e o casaco do meu pai o esperavam pego o casaco e levo até as narinas o leve cheiro ainda estava ali o vesti e subi as escadas
Em seu quarto o leve tom de verde era a coisa mais chamativa, a colcha da cama xadrez, a cômoda em um tom negro continha apenas dois quadros, uma onde estávamos papai, Isabella, mamãe e eu a outra era uma minha é de papai a dois verões atrás, peguei uma pequena caixinha preta e a abri, havia uma pequena correntinha e um simples pingente de uma folha e um lápis e as escritas
Minha princesinha sempre e para sempre
Quis poder estar recebendo aquilo diretamente dele, me deitei na cama puxei o travesseiro contra o corpo e fiquei em silêncio, nunca mais ouviria sua voz após uma chamada minha no meio do dia, escutaria a uma das suas cantorias estranhas que me fazia ri, nunca mais poderia abraçá-lo e dizer como ele era melhor pessoa no mundo, meu pai não voltaria. Ele não existia mais
