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Repara bem no que eu não digo


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No quarto, isolada e evitando a escola, me questiono se deveria trancar minha matrícula. No entanto, o som da porta se abrindo interrompe meus pensamentos 

- Oi

Não respondo e contínuo parada olhando pra nada, a coberta é lentamente tirada de cima de mim e sua mão me é estendida, me esforço a levantar e caminhamos até a sacada do quarto, me sento em uma das poltronas e água e remédios são entregues a mim, bebo e me encolho. Ele some e quando volta tem nas mãos um prato com sanduíche e um copo de leite, meu estômago embrulha

- Eu não estou com fome Jasper

- Eu sei que não, mas você precisa comer, só isso pelo menos

Fico olhando-o por um tempo até desistir de tentar e dou pequenas mordidinhas, o gosto era estranho pior do que ontem, talvez porque hoje eu não quero nada mesmo. Quando chego no fim me sinto cheia demais, meu estômago embrulha e coloco tudo da fora em uma lixeira que Jasper colocou na minha frente. Coloco minha cabeça na sacada e ele passa a mão lentamente nas minhas costas em movimentos circulares. 

- Está melhor? - Concordo e volto a ficar encolhida na poltrona, ele me entrega o copo de leite e faço uma careta - Só a metade e não te peço mais nada

Pego o copo e bebo de golinhos até um pouco mais da metade, coloco na mesa e ficamos quietos

- Você sabe que algum dia eu vou morrer, não é?

Minha voz era rouca e baixa

- Mas não vai ser porque você desistiu e sim porque tinha que acontecer

Me encolho mais tentando me aquecer e ele pega um cobertor pra mim. Ficamos os dois olhando pro lado de fora sem nada demais, em algum momento eu dormi e ele se foi.




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A Gêmea Swan _ J. HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora