7. Helter Skelter

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- O que está pretendendo, Elizabeth?

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- O que está pretendendo, Elizabeth?

Dumbledore estava sentado em sua frente, atrás da enorme escrivaninha. Enquanto o encarava, sua visão periférica captou contornos da sala dele. Tudo parecia ter sido tirado de um filme de contos de fadas ou um inventor maluco.

- Você quer fugir? — ele perguntou.

Elizabeth não conseguiu deixar de desviar o olhar para sua volta. Observou os muitos quadros que haviam na parede, retratos com pessoas se movendo, muitos dos quais estavam dormindo naquela madrugada. Fixou os olhos no belo pássaro de asas avermelhadas que também parecia sonolento e mais à frente, o chapéu seletor. "Aquele chapéu..." O objeto não se movia e era guardado dentro de uma estante de vidro atrás da mesa. Elizabeth desviou o olhar para o chão encarando os pés descalços e empoeirados.

–Não vai falar nada?

A menina automaticamente abaixou a cabeça. Através da franja molha de suor, ela não tirou os olhos do chão.

– Pois logo pela manhã poderá ir embora. Problema resolvido. – completou.

Elizabeth levantou o olhar para o diretor no mesmo instante sem entender. Não disse nada, não sabia o que dizer.

- Mas antes... – Dumbledore fez uma pausa e balançou o dedo em sinal de advertência - Devo lhe dar explicações sobre o real motivo do seu avô resistir por tanto tempo em trazer você e seu irmão para Hogwarts. – terminou a frase enquanto se dirigia a sua escrivaninha sem olhar para ela. Sentou-se em sua grande poltrona de madeira, respirando fundo enquanto encontrava uma posição confortável.

- Eu deveria ter tido essa conversa com você desde o princípio, me desculpe não ter lhe contado antes. Subestimei a sua capacidade de entender os fatos. – estendeu a mão em um pedido silencioso par que ela se sentasse também.

Elizabeth se dirigiu para a outra poltrona, um pouco mais simples que a de Dumbledore e se sentou. Estava cansada pela correria de sua atrapalhada tentativa de fuga e não pensou duas vezes antes de ocupar o espaço vago no assento, soltando o peso do corpo sobre no encosto da cadeira.

O velho mago desviou o olhar para o nada e esperou um momento, como se organizasse os seus pensamentos. Por fim falou:

- Medo. Há muito tempo atrás tudo que eu sentia era medo. É algo completamente normal. Na verdade... sinto medo até hoje. Ele é um poderoso sinal de que estamos vivos e que sentimos o mundo ao nosso redor. Mas ele não pode ser o único sentimento que nos motiva.

Elizabeth permanecia calada. Olhava para Dumbledore sem entender como ele poderia sentir medo. Logo ele que esbanjava poder e segurança. Porque ele estava dizendo aquilo para ela? Ele continuou:

- O seu avô tem medo de perdê-los. – falou pausadamente. – Por isso fez de tudo que estava ao seu alcance para educá-los sob os olhos atentos de sua proteção. Vocês receberam ajuda e algum treinamento, mas o medo sempre foi o combustível principal que impulsionou a criação de vocês. Você, Elizabeth, foi afetada diretamente e com efeito, aprendeu a conviver assim, na sombra do medo. – ele olhava para ela e falava com visível cuidado, escolhendo bem as palavras que usava.

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