15. Inferi

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A caminho para a aula de Estudo dos Trouxas, Elizabeth analisava seu horário de aulas lotado. Andava por corredor estreito que dava acesso a uma enorme área repleta de escadarias que se moviam, a espinha dorsal do castelo. Esbarrou em alguns alunos no caminho, derrubando livros e pergaminhos, causando uma pequena confusão. Se sentia perdida sem Damien ao seu lado.

Parou em um canto procurando disfarçadamente por Fred e George. Ela sabia que eles queriam combinar detalhes para o mapa de passagens secretas e enquanto não os encontrava, levantava ambas as sobrancelhas espantada pensando de quem seria a ideia de fazer escadas se moverem e uma escola com alunos que poderiam facilmente se perder ou correr sérios riscos de vida. Por fim, se recostou na parede enquanto afastava a franja da testa para reler toda a bagatela de matérias e estudos extras em uma tabela de horários que a deixava cansada a cada linha lida. Pela manhã teria um tempo de Estudo dos Trouxas, dois tempos de Herbologia com a Lufa-Lufa e depois do almoço, Transfiguração com Grifinória.

Parou e franziu o cenho ao notar que no final do dia, havia dois espaços em branco. Tinha certeza que antes estava escrito que ela teria dois tempos de Poções. Por fim deu de ombros, animando-se com a ideia de não ter que encontrar o professor daquela matéria e pegou sua mochila.

Ao abrir o zíper, viu seus livros e o caderno antigo que pertenceu a sua mãe. Elizabeth demorou ao observá-lo, passando os dedos por ele com cuidado e então viu sua varinha. Descobriu naquele pouco tempo que aquele artefato equivale a uma extensão do próprio corpo para um bruxo e sem ela, se sentiam mutilados. Fazer o uso de magia com as mãos era uma habilidade extremamente rara, reservada somente aos mais poderosos com anos de prática e suas mãos.... ela não entendia o que suas mãos podiam fazer. Não parecia ser nada igual ao que os outros bruxos de sua idade faziam.

Segurou-a em suas mãos. Era um objeto simples, leve da madeira mais mais clara e lisa com uma certa simetria e só. Parecia um pedaço qualquer de um graveto. Lembrou das aulas com a Sra Dave.

"A varinha é como uma espada para um bruxo, Elizabeth. Use movimentos leves e precisos. Dance com sua varinha. Assim está melhor."

Verão de 1988. Elizabeth tinha 11 anos. Escalava com facilidade os galhos retorcidos de um dos enormes carvalhos na propriedade da família. A árvore estava coberta de um musgo verde e úmido e ela subia cada vez mais alto, tomando cuidado para não derrapar.

- Desça daí, Beth. Quero que conheça alguém.

Se segurava detrás de um largo tronco quando ouviu a voz do avô, mostrando metade do seu rosto ao espiá-lo ao lado de uma mulher desconhecida. Marius usava óculos escuros então ela não conseguiu ver se o seu olhar era de raiva ou calma.  Em seguida viu o que talvez fosse a mulher mais bela que ela conheceu. Tinha o cabelo dourado-escuro que desciam em ondas sedosas e os lábios finos, incrivelmente bem desenhados. Os olhos eram verde-esmeralda e suas bochechas tinham um leve tom coral. Ela usava um vestido branco que descia até um pouco abaixo dos joelhos, repleto de desenhos florais.

 Ela usava um vestido branco que descia até um pouco abaixo dos joelhos, repleto de desenhos florais

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