Luzes da Cidade: Alina e Alecsander

• dezenove •

Alina estava sentada em uma pequena cafeteria em Paris. O café na sua frente borbulhava e o croassant estava quente. Ela estava observando as pessoas passarem de um lado para o outro. Amava a França. Ela se sentia em casa ali.

Ela o viu de longe. Ele estava segurando algumas pastas. Os óculos escuros contornavam os olhos. Ele estava lindo, como sempre. Ele sorriu para ela e se sentou na pequena mesa.

A jovem atendente o atendeu sorrindo para eles e ele retribuiu o sorriso pedindo uma água. O celular tocou e duas crianças apareceram na tela. Alina sorriu e eles conversaram durante dez minutos. As crianças queriam contar sobre a escola e sobre as aventuras em terras escocesas.

Após o café, ela se levantou e segurou a mão do homem que a acompanhava. Eles saíram e foram curtir o que haviam programado para a lua de mel.

Alina estava em paz. A decisão de se casar não tinha sido difícil, apesar de tudo que já havia passado. Decidiram por uma pequena viagem que incluía Bélgica, Holanda e terminava em Paris. Alguns lugares históricos, outros bonitos.

Alina finalmente havia encontrado o que tanto procurava e via as pessoas que amava também encontrando a paz entre tanto caos.  Andando por París, o casal observava a belíssima cidade sob a ótica de quem já havia estado ali mil vezes.

Na pequena praça, eles se sentaram, observando os casais mais jovens e mais velhos que passavam pela praça. Admiravam o tempo e o amor duradouro. Admiravam o amor. O amor que não suporta tudo, o amor que não aceita tudo. Mas o amor que aceita mudanças e propõe evoluções. O amor romântico, o amor de mãe e de pai. O amor de irmão.

Naquele momento eles conversaram sobre as mudanças da vida, sobre o que acreditavam, sobre planos. Sobre amores que não deram certo. Porque, afinal, nem sempre o amor é para ser. Muitas vezes o amor da sua vida não é para estar com você.  Nem sempre existe o final feliz, as vezes, o final feliz é diferente do esperado. As vezes o final feliz está onde menos esperamos.

O amor é para quem procura, mas as vezes, encontra quem o não procurou.

O amor é para todos. De formas diferentes.

Alina segurou a mão dele enquanto observava um casal que parecia ter mais de 50 anos juntos e relembrou algumas coisas.

"Depois que entrou no carro, deixando Alec parado na frente do castelo Darkling, Alina dirigiu e refletiu sobre o que havia acabado de acontecer. Alecsander havia acabado de pedi-la em casamento. Ele a decepcionou sim e a machucou muito. Mas ele tinha sido impecável nos últimos quatro anos, ele havia respeitado seu espaço, aceitado Justin de forma cordial e respeitosa. Ele havia mudado. Frequentava a terapia e comemorava os próprios aniversários ao lado da família e das crianças. Ele se tornou imprescindível para as crianças. E ela só vou com aquilo, ela sonhava com ele. Não havia nada que importava tanto para ela. Ela sorriu. Ela amou Antoine. Amou sua calmaria e sua gentileza, amou seu frescor com a brisa da manhã e sua paz como um chá quente. Mas ela amava Alec, Alec e seu fogo queimando em brasa pelos olhos, Alec e sua determinação, Alec. Somente Alec. E sorrindo pegou o celular. Alec ainda estava parado na frente do castelo quando o carro voltou, Alina saiu e o olhou dizendo "Se você quebrar meu coração novamente, eu vou te bater" Alec sorriu, a mulher da sua vida estava ali quatro anos depois. Ele apenas a beijou com toda voracidade que conseguiu, quatro anos foram tempo demais sem ela. Ela jamais queria ficar sem ela novamente. Não erraria, não ficaria. "Eu não vou. Eu vou proteger seu coração." Foi o que ele conseguiu responder enquanto a beijava novamente".

Foi assim que eles se casaram meses depois na capela do castelo Darkling. Ao lado de todos que amavam. Um momento simples e bonito.

- Vamos? – Alec disse observando a chuva que estava se aproximando.

Alina sorriu para ele se levantando. Caminharam de mãos dadas pelas ruas de Paris e quando a chuva os pegou, Alec apenas a abraçou e deixou que a chuva os molhasse. Ela sorriu para ele e ele retribuiu o sorriso encharcados em Paris.

O sorriso de Alina iluminava Alecsander Darkling. O sorriso de Alina aquecia o mundo.

Para Alecsander Darkling aquele momento era perfeito como qualquer outro ao lado dela. E ele sabia que ela também se sentia assim.

Corações apaixonados em Paris, em Londres ou na Escocia.