Miranda Darkling havia criado os filhos de forma severa. Mas nem por isso eles não tiveram amor. É claro, ela e o marido sempre trabalharam muito, mas sempre proporcionaram o melhor da vida para Alec e Josie, como eram carinhosamente chamados.
Atualmente viviam em Edimburgo em um castelo. A Escócia era a casa dos Darkling e desde o mais antigo ancestral aquele castelo era a casa. Aos domingos a missa. Na Escócia o catolicismo era predominante. Os homens de Kilt e as mulheres de vestidos.
Isso era a regra da família Darkling. Aos domingos estarem juntos.
– Alec, não pode tomar as decisões sozinho. – Disse James Darkling que sabia da impulsividade do filho. – Nunca se esqueça que a empresa tem sócios e acionistas. Foi por este motivo que abrimos o capital anos atrás. Os Darkling ainda tem a maior parte das ações, mas não pode tomar todas as decisões sozinhos.
Miranda observava a cena. Haviam acabado de chegar da missa. Josie estava ao seu lado enquanto o marido e o filho conversavam.
– De qualquer maneira a decisão está tomada, James, não há nada que possamos fazer agora. – disse Miranda enfática. – Alec terá que convencer os acionistas que foi a melhor decisão.
– Ah, claro, como se ele não conseguisse isso em cinco minutos. – disse Josephine debochada. Se havia uma qualidade que ela e o irmão tinham era a argumentação. Eles convenceriam qualquer um.
James sorriu. Admirava a confiança dos filhos, embora ficasse preocupado com as ações de Alec, principalmente, Josephine era forte e destemida, mas era gentil e correta. Alec era sombrio e solitário e James sabia que havia culpa dele e de Miranda na solidão do filho, mas, principalmente, na frieza com que ele tratava as coisas e as pessoas.
O vento no rosto. Josephine adorava aquela sensação. Já faziam horas que ela e Alec haviam saído pra cavalgar. Sentada em uma montanha de frente ao castelo da família enquanto o irmão ainda cavalgava ela pensou que Kaz poderia estar ali, mas novamente teve compromissos. A mente vagava, até chegar na reunião de sexta-feira. Mal, Malyen. O jovem de cabelos raspados e sorriso doce que ela recebeu no escritório. Ele era um ator, ela o reconheceu de alguns filmes que gostava e ele era muito bom. Naquela tarde, eles conversaram sobre o caso que englobava a vinícola no sul da França. Ela se prendeu no tom da voz calma, que preenchia o ambiente. Quando se é criado em um ambiente como o que ela e Alec foram criados, sempre instigados pela argumentação e pela defesa. Pessoas como Malyen se tornam interessantes.
Despertou ao ver Alec sentar ao lado dela. Pensativo e enigmático.
- Devíamos ter falado com os acionistas sobre Inej ser a selecionada para a sociedade. Eles esperam que seja Kaz. – disse Josephine sabendo que o pai tinha razão. Os acionistas em sua maioria homens brancos e ricos. Péssimos e machistas. Mas Alec podia ter mil defeitos como muitos diziam, mas sabia reconhecer quando alguém era realmente bom no trabalho e Inej era.
- Kaz é bom advogado, mas, no momento, Inej se destaca mais e todos sabemos. Não será difícil convencê-los, Josie. – disse ele passando o braço pelos ombros da irmã e encostando a cabeça no ombro dela. Eles eram ligados e se amavam muitos. Sempre foi eles por eles.
- Eu sei. Kaz vai ficar desconfortável, mas eu dou um jeito. – disse Josephine que estava noiva de Kaz e o conhecia bem. Ele era talentoso, mas tinha um temperamento complicado. Todos eles se conheceram na faculdade quando Alec já era veterano e eles calouros e Alec nunca escondeu sua antipatia por Kaz e vice- versa.
- Não sei o que você viu nesse cara, Josie. – disse Alec se levantando e já preparando o cavalo, Alec não tinha nada contra Kaz exatamente, mas eles não se amavam. Não era recíproco e isso era claro. Kaz traia Josephine e isso era tão claro. Eles se gostavam, mas não se amavam. Ela também tinha affairs e Kaz sabia. Josephine merecía mais e talvez até Kaz merecesse também.
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Luzes da Cidade: Alina e Alecsander
Fiksi PenggemarDuas pessoas iguais na aparência e muitos diferentes de coração. Unidas por um mistério. 🥉 Darklina 21/05/22