************************André ***************************
Por cada vez que a vi sair de casa, fazia um risco no meu caderno. E hoje, dia 27 de Agosto de 2014 conto apenas 7 traços. Desde que voltara de Austrália, a minha Filipa estava diferente. Cada vez mais distante, cada vez mais calada, e esta não era a Filipa que eu costumava conhecer. Tentei falar com o pai dela ou com a mãe, mas nada. Achei por momentos que a minha Filipa tinha ido, mas continuava ali, por mera presença física.
À medida que ela foi crescendo, eu fui crescendo com ela. Escusado será dizer que já nos tínhamos envolvido, mas ambos esquecemos isso. Dela guardo uma amizade muito forte e comparada ás outras da nossa turma, a Filipa era diferente, não única, mas sim diferente e tão forte.
Na verdade não lhe queria dizer e nunca lhe disse, mas amo-te Filipa.
André - -levantei-me da minha cama e decidi tomar uma posição e tentar pelo menos saber o que se passava com ela. Calcei uns chinelos e vesti uma t-shirt que por mero acaso combinava com os meus calções já vestidos. Dei um jeito no meu cabelo despenteado e olhei-me uma última vez ao espelho antes de sair de casa. Atravessei a rua, e era apenas isso, uma rua que separava uma amizade já exageradamente distante. Respirei fundo antes de tocar à campainha do prédio. Alguém a abriu passado pouco tempo. Subi as escadas mas quando cheguei á porta de casa não era a Filipa, era, acho eu, a Ester.-
André - Ester, se não me engano.
Ester - Não te enganas não, boa tarde, que queres?
André - -logo vi, podre de boa mas arrogante com o c*r*lh*- Queria falar com a Filipa... -ela deu dois passos atrás e continuando a olhar-me chamou pela Filipa, não obtendo resposta.- Desculpa, mas posso entrar?
Ester - Não sei.
André - -ergui uma sobrancelha e coloquei as mãos nos bolsos-
Ester - Ela não quer falar com ninguém.
André - É por isso que eu estou aqui, para saber o porquê disso.
Ester - Se eu disser o motivo, bazas daqui?
André - Sim.
Ester - Ela está apaixonada... Ou talvez isso nem seja o termo correto, ela na verdade está doente por um rapaz que conheceu enquanto esteve na Austrália.
André - Só isso? -fiquei até admirado, a minha Filipa estava apaixonada, pelo que já era estranho, mas estar apaixonada por um rapaz australiano, até fiquei a pensar que aquilo era só uma conversa de chacha.-
Ester - Só isso? É o que tens a dizer? Não tens a noção como a Filipa está... Ela chora todas as noites por arrependimento. Sabes o que é arrependimento?
André - Claro que sei, mas sei lá... É estranho saber que a Filipa está apaixonada...
Ester - Vai-te embora, por favor.
André - Mereço uma explicação melhor. -não ordenei, nem pedinchei, só não a quero perder.-
Ester - Como te chamas?
André - André.
Ester - Está bem, eu digo à Filipa que estiveste cá e digo-lhe que quando se sentir melhor possa talvez telefonar-te.
André - -ela fechou-me a porta na cara e eu fiquei a olhar para o tapete que dizia ''Bem-vindo'', até parecia agora uma piada, visto que fui ignorado completamente. Fui para casa, não havia muito que eu pudesse fazer. Tentei-lhe ligar, mas ia sempre para o atendedor de chamadas. Era agoniante não saber o que se passava naquela cabeça, que agora fora moldada por causa de um amor, no outro lado do mundo.-
Foram mais três dias e mais três traços no meu caderno, começava a perder a esperança em relação à minha Filipa.
André - -tinha acabado de ser chamado para o almoço de família a um domingo. Sentei-me numa das cadeiras que contemplavam uma maravilhosa mesa em tons de vermelho e verde, quase parecia Natal, até pelo cheiro que pairava no ar, de biscoitos e docinhos.-
Mãe - Algo toca para ali.
André - -não percebi à primeira, mas a minha mãe repetiu e eu levantei-me pedindo licença, visto que o meu avô odiava que saíssemos da mesa sem qualquer autorização. Andei até à cozinha onde tinha o meu telemóvel à carga, vi lá escrito 'Filipa'.-
************************** André ***************************
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Filipa, don't go. - ashton irwin
Novela JuvenilO meu nome é Filipa, tenho 17 anos e sou de Almada. Moro num dos bairros mais horrendos de Almada, nem sei porquê, os meus pais são podres de ricos mas nunca se preocuparam onde moram. Sou filha única, não é bom nem mau porque tendo irmãos eles iria...