02 - twins thirlwall

450 38 16
                                    

- Se você ouvir isso me atende, por favor. É muito sério o que eu tenho que te contar. Por favor Louise. - Jade disse no celular, chorando como um bebê.

Amélia falava baixo trancada na cabine do banheiro da clínica obstétrica aonde estava, chorando e soluçando, tentando mais de uma vez falar com Louise, mas ela nem mesmo era atendida dessa vez. Aquilo a deixava em total desespero, sem saber o que fazer e como agir diante daquela situação. Ela estava grávida de três meses, quase quatro, pelas suas contas e sozinha. Nunca se passou em sua cabeça ser mãe, ela não sabia nem como fazer isso, ainda mais sozinha.

Como ela contaria aos pais? Como dizer que seu bebê não tem outra mãe, por que ela nem mesmo sabe aonde aquela mulher está, por que ela não sabe nada sobre a outra mãe do bebê que carrega a não ser que ela é linda, muito boa de cama e que seu nome é Louise? Como contar isso para o bebê no futuro? Como contar a sua família? Ao pensar em tudo isso Jade chorou ainda mais. Ela estava completamente perdida. Tinha como piorar?

- Tia, estão chamando você. - Jade ouviu a voz baixa de Bonnie do outro lado da porta.

Leigh-Anne e Bonnie estavam com ela para dar apoio, Jade não tinha condições de estar sozinha. Ela não estava bem para tomar decisões ou pensar claramente sobre algo, por isso Jesy, Leigh-Anne e Bonnie estavam com ela nos últimos dias, dando todo o apoio que conseguiam por mais que não fosse nada fácil.

Jade secou o rosto rapidamente, mesmo sabendo que ainda haviam vestígios de choro ali. Ela abriu a cabine devagar e forçou um sorriso triste para a afilhada. Bonnie sentiu pena da madrinha, mas não tinha muito o que ela pudesse fazer pra ajudar. Segurando na mão de Jade, Bonnie a guiou até o consultório médico, aonde Leigh-Anne já esperava por ela, ansiosa ao lado da maca.

- Ela atendeu? - Leigh-Anne perguntou baixo, mesmo sabendo da resposta.

- Não. - disse baixo, quase inaudível, com a voz rouca.

- Boa tarde, senhorita Thirlwall. - o homem de meia idade disse sorridente, ajeitando os óculos. - Ansiosa para saber o sexo do bebê?

- Sim, estou sim. - disse sem ânimo algum. O doutor olhou para Leigh-Anne que balançou a cabeça sem parar.

Bonnie parou ao lado da mãe e Jade se deitou na maca e levantou a blusa até a altura dos seios. No caminho até a clínica Leigh-Anne tinha dito que no instante em que ela ouvisse o coração do bebê batendo ela iria sentir um amor seu igual, que iria consumi- la por inteiro, e nesse momento ela saberia que estava pronta para fazer aquilo, e as explicações para a família se tornariam nada diante de todo o amor, um amor que iria consumi- la. Jade esperava por aquilo, Jade queria que aquilo acontecesse, queria que algo fosse maior do que o medo de ser mãe, maior que o medo dos julgamentos que iria receber se todos ao seu redor.

Amélia estava distraída, seus olhos fixos na parede branca, com mil e uma coisa em mente e só o que a trouxe para a realidade foi o som, som alto e forte que ecoou pela sala silenciosa. Ela piscou os olhos devagar, cheios de lágrimas e olhou para a tela ao seu lado chorando mais ainda quando viu os borrões. Era estranho, estranho estar com uma vida dentro de si, gerar, parir. Ela tinha uma vida em seu ventre! Se existia loucura maior ela desconhecia.

- É impressão minha ou esse bebê tem duas cabeças? - Bonnie tombou a cabeça para o lado e estreitou os olhos, Jade arregalou os olhos e Leigh-Anne olhava para a amiga com medo de sua reação.

- Porque são dois bebês. - o médico olhou para a adolescente e depois para Jade.

Jade começou a chorar baixo, ainda mais desesperada. Mas agora era uma mistura de desespero e amor, ela não gostava nada de crianças, mas aquelas crianças eram como Bonnie. Bonnie não era qualquer criança, nunca foi, ela era de sua família, e por esse motivo tinha todo o seu amor. E com seus bebês não seria diferente, eles seriam ainda mais donos do seu coração, do seu amor incondicional e paciência.

the bride's best friend • jerrie g!pOnde histórias criam vida. Descubra agora