the bride's best friend • jerrie g!p

13 - Supermarket

Jade andava distraída enquanto empurrava o carrinho pelo corredor vazio do supermercado, correndo os olhos pela prateleira de molho para saladas, e pela primeira vez em semanas ela não pensava em Perrie naquele instante.

Pode parecer exagero, loucura, e até mesmo obsessão, pelo menos aos olhos de alguns, mas Jade não conseguia tirar Perrie de sua mente nem mesmo por um único instante. No banho, enquanto comia, dirigia, trabalhava, arrumando as coisas dos bebês, em seus sonhos, a todo momento, aquela maldita loira de olhos azuis, dona do sorriso mais encantador que ela já tinha visto em sua vida, saía dos seus pensamentos. Definitivamente, estar apaixonado era uma droga, pelo menos Jade pensava que era.

Mas ela não estava se dando por vencida, não admitia ser derrotada por todos aqueles pensamentos melancólicos, todos aqueles desejos e as lembranças, não, Jade lutava contra os próprios pensamentos involuntários e devaneios, até mesmo com seus sonhos, bom, esses ela tentava sem sucesso, não pensar em Perrie. Sua mesinha de cabeceira estava cheia de livros de sua autoria favorita, e ela já tinha lido quase todos os livros que podia, quase tendo uma overdose de romances de época, mas, de maneira patética e nada poética, ela acabava se distraindo no meio da leitura, se imaginando em um daqueles vestidos de baile, e o mais absurdo, com Perrie ao seu lado.

Ela não sabia o que era mais patético em tudo aquilo, se imaginar dentro de um dos romances de Julia Quin, ou cogitar a possibilidade de que, naquela época, ter um relacionamento homoafetivo seria aceito. Porém, imaginar Perrie a cortejando, levando para andar a cavalo, pedindo sua mão em casamento de forma romântica, não parecia ser uma idéia nada ruim, afinal, libertinos arrependidos se tornavam ótimos maridos, o que poderia ser diferente com Perrie, tirando o fato de que elas não estavam dentro de um daqueles romances? E era nesse momento que a mente de Jade gritava a realidade para ela, a trazendo de volta de seus devaneios, Perrie era uma tentação, a fruta proibida do Éden.

- Aqui está você. - murmurou sorrindo ao ver o vidro de molho rosé. Ela nunca tinha ficado tão feliz por achar um simples molho para salada, mas por causa dos pequenos seres que cresciam em seu ventre, tudo relacionado a comida a deixava mais feliz do que o normal. - Você vai ficar maravilhoso na minha salada de ovos mais tarde. - disse se inclinando para colocar o molho dentro do carrinho de compras. - O que mais falta... - disse baixo olhando para a lista em seu celular, murmurando enquanto lia. - Sal, falta o sal e então eu posso ir embora daqui. - suspirou. Seus pés já estavam doloridos demais, tudo o que Jade desejava era estar no conforto de sua casa descansando as pernas inchadas. - Vamos queridos, nós já vamos pra casa jantar. Mamãe logo vai alimentar vocês. - disse caminhando, alisando sua barriga.

Ao chegar na secção aonde estava o sal Jade suspirou, um suspiro longo e cansado. O sal estava na parte de baixo da prateleira, um lugar quase impossível para ela, já que ver seus pés e se abaixar eram coisas que já estavam se tornando quase impossíveis aquela altura. Ela olhou a sua volta e não havia ninguém, nenhum funcionário por ali, nenhum homem ou mulher, e naquele momento ela se amaldiçoou por ir ao mercado tarde da noite, e de não chamar nem mesmo sua afilhada para acompanha- la.

Ela então respirou fundo e conferiu mais uma vez se ninguém estava entrando naquele corredor, garantindo que não tinha ninguém, ela então abriu as pernas de um jeito um tanto constrangedor e tentou se abaixar, pois só assim ela ainda conseguia pegar as coisas que caiam no chão.

- Ei! Moça! Pode deixar que eu pego! - ela ouviu uma mulher gritar e correr até ela, e Jade paralisou naquela posição desconcertante.

Ela conhecia aquela voz, era óbvio que conhecia, afinal, durante anos ela acordou ao lado da dona daquela voz, e como ela amava ouvir aquela voz, e...

- Esta tudo bem? - Annie perguntou preocupada tocando o braço de Jade, e só então ela notou que estava parada com as pernas arreganhadas no corredor. Constrangida Jade se ergueu novamente e passou as mãos no longo vestido para disfarçar.