• Député Noble •

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" Luísa vai voltar pra França "
" Luísa vai voltar pra França "

Há 3 dias essa frase martelava sem parar em minha cabeça, da hora que eu levantava até a hora que eu ia dormir. E todas as vezes que eu encontrava com ela, eu abria a boca pra questionar o porque dela resolver ir embora, mas sempre acabava desistindo.

Se as palavras de Chicá estivessem certas, Luísa nos deixaria dali dois dias, e muito provavelmente eu não a veria nunca mais. Nos não a veríamos nunca mais e só essa possibilidade acabava comigo, porque eu não queria que ela fosse, não ainda, não sem antes eu ter a chance de pelo menos tentar conhece-la melhor e fazer com que ela me conhecesse melhor.

Mas o que eu estava dizendo?
Por que ela iria querer me conhecer melhor?

Balanço a cabeça suspirando, puxando meus próprios cabelos. Eu precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa que fosse além de ficar ali, trancado naquele gabinete de pijamas me lamuriando.

Se ela fosse embora, eu pelo menos precisava fazer algo que fosse capaz de ela não se esquecer de mim, ou pelo menos aproveitar os últimos dias que teria dela ali.

Era isso, chega de gabinete. Chega de ficar ali.
Com passos largos caminho até a sala, decidido a ir a sua procura e falar alguma coisa, mas assim que piso na sala, encontro Teresa sentada bordando.

- Pedro, que bom que resolveu nos dar a honra da sua presença novamente! - ela fala sorrindo, me olhando, sem nunca parar o bordado.

- Er, onde está todo mundo? - pergunto olhando em volta.

- As meninas estão na aula de equitação, sua irmã saiu com a Condessa e a prima dela. - ela fala sem dar importância.

- Sairam? Foram pra onde?

- Bater perna como as desocupadas que são. - Teresa fala, no que continuo olhando pra ela sem entender. - Foram até a cidade Pedro, agora fazer o que, eu não sei, ninguém me conta nada nessa casa! - ela fala e por alguma razão eu sinto que tem algo a mais por trás de suas palavras.

Bom, não era hora pra eu me preocupar com problemas de Teresa, me viro indo em direção novamente ao meu quarto.

- Vai voltar pro quarto? - escuto a voz dela.

- Vou ... vou me arrumar! Tenho que ir pra câmara! - é tudo que falo antes de lhe dar as costas e ir me trocar.

Justo quando eu resolvo fazer algo, Francisca tem a brilhante ideia de sair com ela.
Francamente!

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Enquanto Chicá e Pilar caminham animadas na minha frente, olhando algumas vitrines e sorrindo de alguma coisa que uma fala a cada hora, me permito ir um pouco sozinha atrás, pra que eu possa ficar com meus pensamentos.

Eu voltaria pra casa dali dois dias, e ao contrário do que eu imaginava meu coração não estava leve como imaginei que ele ficaria após minha conversa com Pedro. Pelo contrário, eu estávamos me sentindo estranha, como se faltasse algo, como se eu esperasse por algo que não veio.

Era como se voltar pra França fosse errado, não me pertencesse mais. Eu iria sentir falta da Quinta, das caminhadas matinais, das conversas com Chicá, das princesas, como eu iria sentir falta delas! Em tão pouco tempo eu havia me apegado tanto a elas, e esse era um dos motivos pelos quais eu estava indo embora. Eu não podia me dar ao luxo de me apegar mais ainda nelas, depois só seria mais difícil a hora de dizer adeus.

Isabel e Dina eram meninas maravilhosas, mereciam todo amor do mundo e uma mãe que as amasse como mereciam, torcia pra que Pedro fizesse uma boa escolha quando decidisse se casar.

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