• La Traviata •

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Figlia di puttana!
Dannazione!
Miserabile!
Cagna!

Eu podia passar minhas horas ali xingando a tal Condessa de Barral! Aquela mulher ardilosa, sonsa e manipuladora que havia sido traga pra aquela casa pela maldita da Francisca!

Mas eu devia ter imaginado que não era só uma visita, uma amiga que vem passar uma temporada! Não! Aquela cadela da Chicá obviamente tinha planos por trás disso! Era tão ardilosa quando a sonsa da Condessa!

Mas eu não ia aceitar isso, não ia!
Não perdi anos da minha vida, primeiro cuidando da morimbunda da minha meio irmã, e depois tendo que aguentar minhas sobrinhas! Duas meninas mimadas e mal educadas pra nada!

- Essa cobra não vai chegar aqui e ocupar o lugar que tinha que ser meu! Eu vi Pedro primeiro! Vi antes da sonsa da Lenora! Não é justo, não é! - falo andando de um lado pro outro.

Eu precisava dar um jeito daquela mulherzinha voltar pra França!
Afinal, até ontem esse era o plano dela, ir embora!

- Eu preciso descobrir sobre a vida dessa Condessa, preciso!

Eu precisava dar um jeito, precisava!
A vida havia sido boa comigo ao tirar Lenora, seria mais uma vez.

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Os dias que se seguiram na Quinta foram os mais calmos e tranquilos que os moradores daquela casa já viram.

Era como se as coisas voltassem a se encaixar em todos os quesitos.

Minha relação com Luísa, só melhorava. Eu passei a conhecer mais sobre aquela mulher maravilhosa, assim como ela passou a conhecer mais sobre mim. E as nossas fugidas, pra pequenos picnics em nosso monte em Niterói ou passeios pelos jardins da Quinta tornaram-se cada vez mais constantes. Claro, que com isso algumas perguntas começaram a surgir. Mas eu me limitava em apenas ignora-las e aproveitar meus momentos com Luísa, que eram regados de muito amor, carinhos e beijos.

Ah os beijos, eu havia me esquecido como eram bons. Na verdade eu acho que nunca havia recebido beijos tão bons.

Eu estavam mais do que apaixonado por Luísa, muito mais. Mas ainda tinha medo do que tais palavras saídas da minha boca podiam causar, então as guardava.

Outro fato que estava me animando e muito, era a afinidade de Luísa com as princesas, que cada vez era maior e mais visível. Até Leopoldina que costumava ser um pouco mais difícil com pessoas estranhas, havia adquirido um amor e confiança tão grande pela Condessa, que eu não pude deixar de ficar mais admirado quando uma bela noite, ela havia convidado nos dois pra um recital particular de piano.

Leopoldina não tocava pra ninguém fora da família.
Nem pra mim, pai dela, ela tocava ultimamente.

E quando ela terminou a canção, e após os aplausos correu pros braços de Luísa que a beijou e parabenizou mais um pouco, eu tive mais ainda certeza que ela era a mulher certa não só pra mim, mas para as minhas filhas e pra aquela casa. Era a mulher certeza pra governar ao meu lado aquele país que tanto amava.

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- Mas se eu puxar aqui, não vai ficar torta? - pude ouvir Isabel perguntar e antes mesmo que eu aparecesse na sala, sabia que provavelmente ela estava na companhia de Luísa.

- Não! Sabe por que? - a vejo perguntar e pegar sobre a mão de Bel, a virando com cuidado sobre uma folha. - Você vai puxando e parando, puxando e parando, até ter a firmeza de fazer de uma só vez!

- E se eu errar, Luísa?

- Se você errar, podemos fazer assim ó... - Ela pega o lápis das mãos da minha filha e faz algo na folha. Algo que faz Bel sorrir.

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⏰ Última atualização: Dec 08, 2021 ⏰

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