A primeira vez que a vi eu só tive a certeza que você seria uma pessoa que eu nunca iria querer ver da última vez.. Não sei dizer o quanto te amo, porque segundo William Shakespeare é um amor pobre aquele que se pode medir.
Junior Loureiro
***************************************
Lá estava eu, no Elísio, cinco anos após a minha morte, sendo mais preciso no dia que fazia cinco anos, sorrindo como um bobo, me lembrando da primeira vez que falei com Nico.
"Flashback on"
Lá estava eu correndo pelas ruas de Manhattan, à procura de campistas feridos e de alguns dos meus irmãos, para comunicar a notícia mais triste que alguém poderia dar a outra pessoa, a morte do conselheiro do chalé de Apolo, e meu irmão, Michael Yew.
Por que eu estou tendo que contar e não outra pessoa? Bom, depois dele eu sou o mais velho, e isso quer dizer que sou o novo conselheiro do chalé 7, então tenho que juntar o chalé e comandá-los durante a batalha e manter a ordem.
Ou seja, uma missão impossível, dada a situação, já que estamos no meio de uma batalha, que vai definir a guerra.
Estava a procura feridos e também estava atrás de Austin e Kayla, quando me deparo com Nico Di Angelo, filho de Hades.
Ele estava lutando, sozinho, contra uns três monstros e usando muito dos seus poderes, o que resultava em um Nico cansado, e para um semideus, que lutava contra três monstros e que estava no meio de uma guerra, isso não era bom.
Ele precisava de ajuda, e como eu era o único, aparentemente, interessado em ajudar, fui até ele.
Quando cheguei mais perto, um dos monstros estava para atacá-lo por trás. Saquei uma flecha da aljava e atirei no monstro, que virou pó na mesma hora.
Quando me viu, parado com o arco na mão, entendeu o que tinha acontecido com o terceiro.
Nico ficou me encarando, e eu percebi que além de cansado ele estava com uma ferida terrível, um corte que ia da região da sua caixa torácica até seu abdômen.
Ele vem até mim, com uma expressão que não sei explicar.
- Ficou maluco? - ele pergunta - Podia ter morrido, se tivesse errado!
- Mas eu não errei. - retruco - Você precisava de ajuda, o senhor que teria morrido se eu não tivesse aparecido. E além do mais, vi que você está machucado.
- Espera, - ele pede - Arriscou sua vida, só porque eu estou ferido?
- Sim. - respondo, Nico me olha incrédulo, antes que ele diga algo contínuo - Como filho de Apolo é meu dever manter as pessoas curadas, e não me importo nem um pouco, de arriscar a minha vida, para fazer isso.
- Então, imagino que vai me obrigar a deixá-lo fazer um curativo em mim, mesmo que eu diga que estou bem. - ele fala
- Acertou. - respondo
Nós fomos para a base, improvisada, no Hotel Plaza.
Fiz o curativo nele, e dei um pouco de néctar.
- Pronto! - digo, ao terminar de fazer o curativo - Agora, poderia fazer o favor de quando se machucar ir atrás de alguém?
- Posso pensar nisso. - Nico diz, provocativo - E o senhor, poderia fazer o favor de parar de arriscar a vida para salvar pessoas?
Dou um sorriso.
- Posso pensar nisso. - respondo no mesmo tom, que ele.
Nico se levanta do sofá onde estava, pega a espada e olha fixamente para mim.
- Certo, foi um prazer, ah… Qual seu nome mesmo? - ele pergunta confuso.
- Will Solace - respondo simples - Foi um prazer salvá-lo Nico Di Angelo.
Ele dá um sorriso de canto. Sim, Nico Di Angelo deu um sorriso, tá bom, foi de canto, mas é um sorriso.
- Te vejo por aí, Will Solace. - dito isso, ele sai para as ruas de Manhattan, para ajudar na luta.
“Flashback off”
É, ao contrário do que muitos pensam, nós nos falamos um ano antes da tão famosa frase: “ordens médicas”, e da minha quase decapitação.
E admito, tinha uma queda por ele desde aquela época.
Fico sorrindo, como um bobo apaixonado, me lembrando desse dia.
- Olha só quem está com cara de apaixonado! - Lee fala se sentando ao meu lado - Ainda pensando no meu cunhadinho?
- Obviamente que sim! - Jason se intromete, eu encaro ele - Will, Will, não adianta negar, todo mundo já sabe que sempre vai ser no Nico que teus pensamentos vão estar.
É realmente, isso era verdade, eu não consigo parar de pensar no meu garoto, nem por um segundo.
Vivo pensando se ele está bem, comendo direito, se foi fazer faculdade, se ainda mora na nossa casa, e a dúvida que está sempre na minha mente, ele seguiu em frente, se apaixonou de novo, está com alguém?
Eu sei que é meio egoísta, já que para mim a felicidade dele, era a minha. E como eu o amo, eu tinha que ficar feliz por ele estar feliz, mas não gosto de imaginar, Nico, feliz e sendo romântico, com alguém que não seja eu.
- Willy, já te falei que ele não te esqueceu e que ainda é perdidamente apaixonado por ti. - Silena fala, com um pouco de tristeza na voz.
Jason fica cabisbaixo.
Eles sabem de algo que eu não sei. Eu suspeito disso a um tempo, e sempre que pergunto eles desviam do assunto.
- Só não entendo o motivo de Hades não deixar ele te ver. - Michael fala - Poxa, vocês claramente precisam um do outro.
Suspiro, de novo esse assunto. Não partiu de Hades a ideia de não nos vermos e sim de mim, mas obviamente eles não acreditam em mim.
-Já falei que é porque nós dois iríamos nos machucar. - respondo - Imagina estarmos juntos e não podermos nos tocar, estarmos tão perto e mesmo assim tão longe.
Exatamente como estávamos no dia da Batalha de Manhattan. Eu segurei a vontade que tinha de beijá-lo, a diferença entre aquela época e agora, lá eu teria conseguido, aqui, no agora, eu não consigo fazer isso.
- Tá, mas no que o senhor estava pensando? - Jason pergunta
- Na primeira vez que conversamos. - digo
- Saudades de dizer "ordens médicas"? - Michael questiona
Assenti confirmando. Eu e Nico decidimos guardar só para nós essa lembrança, por isso eles pensam que daquele dia na colina.
Mas eu não menti, realmente sentia falta de dizer essa fala clássica, de discutir sobre viagens nas sombras, cuidar mais dos outros do que de si.
Sentia falta do meu garoto, e de tudo que o envolvia.
Eu só queria estar relembrando esse momento com ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trevas e Luz (Visão do Will)
FanfictionPor que? Will só queria saber por que, semideuses não podem ser felizes? Por que eles começam a ter o vislumbre de uma vida tranquila e feliz, para morrer três dias depois de um sim? Bom, essas estão sendo as questões, que vivem passando na cabeça...