Reunion of darkness and light

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"Pode ser que um dia nos reencontraremos, pois nosso amor não morreu, simplesmente adormeceu, e pode acordar mais forte."

Sérgio o Cancioneiro

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Dia 7 de agosto, minha tristeza havia passado, um pouco, mas passou.

Não era fácil, nunca é, mas, esses dias, a semana após minha morte. Poxa, hoje era para ser um dia feliz, a lembrança do dia após um anúncio de noivado, não só um noivado, o meu e do amor da minha vida.

Era para passarmos o dia juntos, como sempre, colados um no outro aproveitando o calor um do outro e a companhia.

Mas não, eu estou morto, em lugar cheio de heróis mortos, sem o Nico.

- Will - Michael me chama - Está tudo bem? Tu parece mais aéreo que o normal.

Suspirei, estava torcendo para que ninguém notasse.

- Estou bem - respondo, ele me encara - É sério!

- Tudo bem - ele responde erguendo as mãos - Só acho que tu deveria dar uma volta, esfriar a cabeça, relaxar.

- Estou esfriando a cabeça e relaxando aqui - respondi, não vendo qual é o problema.

Ele está escondendo, ou não quer que saiba, alguma coisa.

- Embaixo de uma árvore, há mais de vinte e quatro horas? - Michael pergunta.

- Está escondendo alguma coisa de mim? - perguntei

Michael me encarou entediado.

- Não, Will, não estou escondendo nada - ele respondeu - só estou preocupado. Por favor, vai se mexer um pouco.

Bufei.

- Tá bom, - falei, um pouco irritado - Já que insiste, vou dar uma caminhada.

Ele sorriu satisfeito, deu meia volta e foi até onde Lee e Jason conversavam, os dois com expressões um pouco preocupadas.

Me levantei, e fui em direção ao meu lugar favorito, daqui, ele fica praticamente na fronteira, entre o Elísio e os Campos Asfódelos, gosto de ficar lá, me lembram Nico, a mistura perfeita entre a escuridão e a luz, talvez lembrasse nos dois, mas eu lembrava mais dele quando estava lá, a escuridão lembrava seu passado, como o viam, como se vestia, como era, já a parte clara e cheia de vida, me lembra como Nico é pra mim, como ele realmente é, o seu sorriso, que ilumina meu mundo.

Nico é, para mim, a mistura perfeita da luz e da escuridão.

Jason e Silena dizem, que eu gosto daqui, porque lembra nós dois, as trevas e a luz, juntas e se completando.

E eu acho que é pelos dois motivos.

Michael tinha razão, dar uma volta me fez bem.

Fiquei lá por um bom tempo, então decidi voltar para debaixo da árvore.

No caminho de volta, ouvi algumas almas conversando e murmurando coisas como: morte, cemitério, escorpiões e outras coisas desconexas, que não dei muita atenção.

Até que uma delas fala o nome Nico.

Aí tudo se encaixa na minha cabeça.

Itália, cemitério, escorpião, morte, semideus, Nico, a cara de preocupados de Lee e Jason e Michael me afastando.

Ou seja, o Nico foi ao cemitério, onde estão as lápides da família e um escorpião matou ele. E Jason ficou preocupado com ele, pois provavelmente eles descobriram antes de ser certo, que Nico havia morrido, Lee com minha reação quando eu soubesse e Michael achou melhor, eu me afastar até que eles tivessem certeza, do ocorrido.

Ou, tudo pode ser um delírio da minha cabeça, e ele estar em casa, vivo e na medida do possível, bem.

Mas, mesmo com essa probabilidade, corri até onde nós ficamos, esperançoso de ver ele e ao mesmo tempo triste, da única maneira de nos vermos ser, os dois mortos.

Chegando lá, vejo de costas, para mim, uma figura de cabelos pretos conversando com Jason.

E eu tenho certeza de quem é, a pessoa que eu queria ver e tocar, mais do que tudo.

- Nico - eu o chamo, quando estou há uns cinco passos de distância dele.

Ele se vira e fica me olhando.

- Dessa vez não tentou me decapitar quando eu chamei - brinquei.

- Não estava com a minha espada na mão - ele provoca.

Abro um sorriso, como senti falta dessas provocações.

- Estava com saudades - ele diz, dando um passo na minha direção.

Eu chego mais perto e agarro a cintura dele, puxando Nico para um beijo.

Ele agarrou a minha nuca, correspondendo o beijo.

É um beijo apaixonado e cheio de saudade.

- Caso não tenha ficado claro - falo quando nos separamos - Eu também estava com saudades.

Ele beijou-me de novo.

E daquele momento em diante, nada mais importava, porque estávamos juntos de novo e dessa vez, nada iria nos separar.

Finalmente a Luz e as Trevas estavam juntas novamente.

Trevas e Luz (Visão do Will)Onde histórias criam vida. Descubra agora