𝖁𝖎𝖌𝖊́𝖘𝖎𝖒𝖔 𝖖𝖚𝖎𝖓𝖙𝖔 𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔

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Leiam esse capítulo escutando "Where'd All the time go? - Dr. dog"

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- Tem certeza que não se importa em ficar sozinho? - pergunto colocando meu sobretudo.

- Já disse meu filho, podem ir aproveitar eu fico bem aqui.

Eu e Levi estávamos nos preparando para sair, iriamos jantar fora. Estava me certificando, de que meu pai ficaria bem sozinho. Após ter certeza disso subi as escadas, Levi estava terminando de se aprontar.

- Já está pronto? - perguntei entrando no quarto. O menor vestia um conjunto de calças de alfaiataria e blazer levemente xadrez e acinzentado, e uma camisa preta de manga longa abaixo do blazer, e coturnos. Já eu vestia uma blusa manga longa de cor creme, calças preta, um cinto, e um sobretudo de ton parecido com o da camisa, nos pés um sapato social.

- Já estava descendo; estou pronto, podemos ir? - o menor disse terminando de passar perfume.

- Podemos, estou ansioso para você conhecer esse restaurante

Pedimos um Uber afinal não queríamos ir de moto. Chegamos no restaurante, o mesmo tinha uma iluminação amarelada, com uma música calma em seu fundo, um bom ambiente. Nós sentamos em uma mesa e pedimos um vinho, enquanto esperávamos o garçom trazer o cardápio. Segundos depois, o homem nos entregou a pequeno caderno, encapado com couro.

- Pode pedir oque quiser, hoje será por minha conta - balbuciei, em seguida bebericando o vinho tinto.

- Vou querer o número 13.

- Levi, peça oque você quiser, não oque você acha que posso pagar.

- Tudo bem... Vou pedir o número 18, essa massa parece ser boa.

- Ótimo, vou pedir o mesmo..

Chamei o garçom e logo em seguida fiz o pedido. Na mesa seguimos falando de coisas fúteis, também aproveitei para perguntar se Levi havia gostado de  meu pai. Contei-lhe o porquê de amar tanto aquele lugar. Era o restaurante onde meu pai e mãe me levavam em meus aniversários; e também onde minha mãe trabalhava, durante muito tempo ela era chefe daquela cozinha. Amava a comida dali, por conta de usarem muitas das receitas de minha mãe. Inclusive a massa que havíamos pedido, aquele era meu prato favorito. Levi escutava tudo em silêncio, durante algum tempo pensei estar falando mais do que deveria, mas percebi que ele me olhava de forma encantada. Levi não era tão carinhoso, e não demostrava tanto afeto quanto eu. Mesmo assim, não me sentia menos querido por ele, afinal ele demostrava seu afeto nas mais pequenas coisas. Isso me fazia ainda mais apaixonado por ele. Após alguns minutos, fomos servidos com nossos pedidos. Levi parecia ter gostado bastante, já que tinha comido tudo, e ficado me encarando enquanto terminava o meu. Estava com saudades daquela comida; fiquei feliz por Levi ter gostado de comer aquele prato, afinal só levava pessoas muito importantes para mim a àquele restaurante.

Paguei a conta em quanto Levi ia ao banheiro. Uma voz em meio as várias que ecoavam ali, me chamou a atenção.  me virei para trás, encarando Hanes. O Jovem de minha idade, com cabelos castanhos, e olhos esverdeados, comprava bebidas. O mesmo parece ter notado minha presença, já que ao me encarar, desviou o olhar rapidamente. Ele era uma das pessoas que menos desejava ver naquele momento, avistei o mesmo saindo com as garrafas de bebidas em mãos. Resolvi esquecer aquilo para meu próprio bem, e seguia caminho com Levi, até minha casa. Havíamos decidido ir a pé para observar mais a cidade. Estávamos passando pela praça, já que havia poucas pessoas ali, decidimos andar de mãos dadas. Seguíamos caminho tranquilamente, até ouvir uma voz embriagada gritar meu nome. Olhei para trás rapidamente. E lá estava, Hanes e seu grupinho, Braian e Tiler; eles estavam sentados em um banco bebendo vinho, e qualquer outro tipo de bebida alcoólica. Os mesmos pareciam fumar alguma droga, já que Tiler, o garoto de pele bronzeada, tragava um cigarro. Quem me gritava era Braian, o garoto loiro de olhos cor de mel. Henes permanecia quieto

- Quanto tempo Smith - Braian disse se aproximando - Pelo vistos os rumores da escola eram verdade, você é mesmo um viadinho de merda.

Senti meu coração gelar, meus ossos congelarem. Meus maiores pesadelos da adolescência estavam em minha frente, a sensação de anos atrás invadia meu corpo novamente.

- Se controle Braian - gritou Tiler, dando mais uma tragada em seu baseado.

- Cala a boca Tiler; eu vi as fotos dele agarrado no Ackerman, sempre soube que ele era um desses, desde que ele agarrou Hanes aquela vez.

- Cale a merda da boca Braian - Gritou Hanes, se pronunciando pela primeira vez.

- Vão defender esse viado de merda agora? - Braian gritou levantando uma garrafa de vinho

Sentia o corpo de Levi tremer, ele  se segurava pra não avançar naqueles vermes. Já eu como sempre, não consegui fazer nada.

- Vamos Levi, eles não valem nosso tempo - me virei, puxando Levi pelo braço

- Vai fugir como da última vez? Vai fugir chorando de novo? - Braian gritou novamente. Nesse momento, senti Levi se desvencilhar de mim, correndo até o homem loiro, que segurava uma garrafa de vinho.

Foi questão de segundos, para Levi desferir um soco no rosto de Braian. O mesmo parecia em choque, e rapidamente levantou a garrafa de vinho, assim caminhando para atingir Levi. Nesse momento, meu corpo parece ter se mexido sozinho, corri até os dois, puxando Levi pelo seu blazer. Fazendo a garrafa quebrar em um banco qualquer da praça. Hanes e Tiler pareciam assustados, correram até o amigo o levando para longe. A última coisa que ouvi foi um pedido de desculpas de Tiler, e um olhar de Hanes; olhar esse que parecia muito diferente do de anos atrás, a última vez que vi aqueles olhos, foi a cinco anos atrás, o olhar de agora dizia desculpas, mas o de anos atrás era cruel.

Me virei rapidamente, detendo Levi sentado no chão, o mesmo havia caído, por conta de ter o puxado.

- Levi, você esta bem? Se machucou?

- Estou... só com muita raiva, aquelas coisas que eles te falaram. Isso não pode ficar assim, vamos até a polícia fazer um B.O.

- Não adianta, o pai de Tiler é o delegado, e Braian o filho do prefeito.

- Merda de cidadezinha corrupta - Levi rosnou, ao se levantar com minha ajuda.

- Vamos para casa

- Vamos - Antes de terminar a frase, Levi se virou, parecendo procurar algo, ou alguém escondido naquele lugar.

- Oque foi?

- Nada... só pensei ter visto alguém.

- Relaxa, a praça esta vazia.

Seguimos para casa. Pedia a Levi para que não comentasse nada com meu pai. Não queria que o mais velho se preocupasse. Mais tarde, antes de dormir, estava em uma tentativa falha de me concentrar em um livro.

- Erwin - disse Levi se deitando perto de mim - Quem eram aqueles garotos? E quem é Hanes, e o que eram aquelas coisas, que eles falaram?

- Eles estudaram comigo... Isso é uma longa história, não sei se vale a pena contar...

- Sabe que pode confiar em mim, não sabe?

Eu precisava falar aquilo para alguém, mesmo que já fizesse anos...

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𝟭𝟭𝟱𝟬𝙥𝙖𝙡𝙖𝙫𝙧𝙖𝙨

Não se esqueçam do voto  <3

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