𝖙𝖗𝖎𝖌𝖊́𝖘𝖎𝖒𝖔 𝖔𝖎𝖙𝖆𝖛𝖔 𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔

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Leia esse capítulo escutando "A burning hill - mitski"

Boa leitura

Abro os olhos lentamente sentindo uma gotícula de lágrimas acumulada no canto de meu olho, não sei se era uma lágrima de um recente bocejo, ou se uma lágrima que internamente segurava para não desmoronar em prantos novamente. Desde o acidente que ocorreu com Erwin o pranto foi algo recorrente em minha vida, o que não era nada comum, o choro era algo que não acontecia facilmente comigo. Levo as costas de minha mão até a pequena lágrima e assim a secando. Olho para o lado e de imediato detenho à imagem de Mikasa, a mesma segurava seu celular, parecia apagar rapidamente fotografias que estavam em sua galeria, reparando um pouco mais, percebi que as fotografias que a mesma apagava tinham algo em comum. Todas elas tinham a presença de seu ex namorado "Eren Yeager", subi minha visão até o rosto de minha prima, detendo uma visão rara que havia visto poucas vezes em toda minha vida. Uma lágrima escorria sobre as bochechas levemente rosadas da garota. Eu entendia ela, afinal... estava sentindo o mesmo gosto que ela, o gosto amargo de ter que abandonar alguém amado.

Encosto a cabeça novamente na poltrona do pequeno jato particular da família Ackerman, voltei a observar a janela onde só se conseguia ver nuvens e mais nuvens. O voo com destino a Paris parecia durar dias e dias, talvez seja porquê minha cabeça esteja a mil por hora, ou, porque meu corpo ainda não esteja recuperado totalmente da cirurgia. Balanço a cabeça em negação percebendo que negava para eu mesmo o verdadeiro motivo de esta viagem estar sendo algo tão doloroso para mim.

Minha cabeça não parava com os questionamentos.

Fiz isso da forma certa?
Como será minha vida de agora em diante?
Ele ficara bem?
Verei ele algum dia?
Superarei ele algum dia?
Ele vai sofre muito com isso?
Sera que realmente não tinha como ficarmos juntos?

Esses e outros questionamentos pareciam devorar minha mente. Na tentativa de acabar com isso tudo fecho os olhos tentando novamente cair no sono.

flash back

A volta para o hospital foi um completo silêncio entre eu e meu tio, eu ainda tentava digerir todas as informações que havia recebido recentemente. Em meu peito algo parecia ter se formado. Eu já conhecia essa sensação... foi a mesma que sentia quando pensei que perderia Erwin naquele acidente, mas agora era diferente, porque eu tinha certeza que o perderia.

Cheguei e fui logo para meu quarto de hospital, por sorte meu companheiro não estava la - deveria estar fazendo algum tipo de exame, ou ate mesmo tomando sol - eu agradecia a falta de presença no quarto, porque ali eu podia extravasar o que sentia. - Me sentei na cama, e em quanto levava minhas mãos ao meu peito
já podia sentir as lágrimas quentes escorrendo de meus olhos, passando por minhas bochechas e tendo como destino final a minha boca, onde apesar de sentir o gosto salgado das lágrimas... o sabor mais presente ainda era o gosto amargo de desespero e tristeza. Logo uma dor de cabeça começa a pulsar minha cabeça, assim que escutei as leves batidas na porta, tratei de enxugar as lágrimas e me ajeitar na cama.

- pode entrar - disse em tom seco e de uma só vez, com medo de desabar ali novamente em prantos.

Quando avistei a enfermeira adentrar o quarto, um alívio veio a minha mente. Se fosse Erwin a entrar naquele quarto naquela hora, tenho medo do que aconteceria, eu não conseguia o encarar, e ele perceberia, e claro que me questionaria... e aí eu temo // que não aguentaria segurar o pranto entalado em meu peito, que formava um enorme incomodo em minha garganta.

- olá, senhor Ackerman, vim trazer seus remédios. O senhor já fez sua refeição, certo?

A enfermeira disse em tom leve e compreensivo. História Reiss, a jovem que acompanhava o caso desde o início, cuidava de Erwin e de mim. O trabalho dela era excelente e ao contrário de algumas enfermeiras ela não era inconveniente, mas o que eu mais gostava, era o fato de sempre aplicar os medicamentos intravenosos de modo indolor.

- Eu já me alimentei sim... Sabe onde está Erwin?

- Ha sim, o senhor Smith foi fazer uma visita à ala pediátrica, ele aparentemente gosta de ler livros para as crianças - ao terminar a frase a loura me entregou um pequeno recipiente, contendo meus medicamentos, e logo os levei a boca - mas garanto que quando saber que está de volta, vira o mais rápido possível. Ele sentiu sua falta esta manhã, assim que acordou já perguntou onde o senhor estava, ele temia que estivesse com o quadro agravado ou algo do tipo.

Escutei as palavras gentis e levemente entusiasmadas da garota, enquanto tomava a água que auxiliava a descida dos remédios em minha garganta.

Esse é o homem que terei que deixar...

Essa frase surgiu em minha mente assim como uma pontada no peito e algumas lágrimas que com muito custo consegui conter.

Depois de alguns minutos a enfermeira terminou seu trabalho, deixando-me sozinho em meu quarto novamente. Minutos depois pude observar pela janela o homem alto de cabelos dourados chegando, logo me ajeitei para não parecer abatido ou algo do tipo.

- Levi, você finalmente chegou - as palavras saíram da boca dele assim que seus olhos azuis bateram sobre mim - você não me avisou antes de sair, fiquei preocupado. - antes de eu poder dizer qualquer coisa o maior já se aproximou e depositado um solene beijo em minha testa.

- eu precisei sair para realizar alguns exames... - senti a carne molhada de seus lábios novamente sobre minha testa. Talvez essa seria a última vez que sentisse isso.

Levantei as 4 da manhã, mesmo estando acordado desde ontem. Mudei minha roupa, tirando a roupa leve de hospital e vestindo um confortável suéter. Juntei os poucos pertences que tinha ali naquele gélido quarto de hospital. O carro da família Ackerman já me aguardava do lado de fora do hospital.

Parei em frente a cama de meu companheiro. Fiquei o encarando dormindo. Meu coração ardia e doía, só de saber que nunca mais poderia acordar ao lado dele e o observar dormindo. Eu não ia me despedir, me recusava, nenhuma despedida seria digna para um momento como esse. Então em um impulso me aproximei do maior, depositei um leve beijo em sua testa, afinal, não queria acorda-lo. Olhei ele mais uma última vez... seus cabelos dourados, pele macia, lábios carnudos e rosados, as sobrancelhas que se destacavam por seu tamanho, e seu nariz avantajado... é uma pena que ele esteja de olhos fechados, queria ver os olhos azulados dele pelo menos uma última vez.

Afastei-me, sai pela porta, não olhei para trás.

E assim eu parti.

Com dor no coração, mas sabendo que fazia o certo para salvar meu amado.

1300 palavras

Não se esqueçam do voto <3

Recado importante
Pessoal desculpa a falta de frequência e demora pra postar, escrever estava sendo uma coisa mt difícil pra mim, mas agora estou melhor e pronta pra continuar a contar essa história. Tem muito comentários nos caps e n to dando conta de ler tudo akakak, mas vou ler TODOS (mesmo que demore). Muito obg por me apoiarem mesmo eu sendo meio irresponsável com a frequência de postagem. Continue comentando e fazendo críticas construtivas.

Desculpe qualquer erro.

Amo vcs, foquei ligados na aba de mensagens é recados, sempre aviso as coisas por lá.

N sei quando sai o próximo cap talvez demore...

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⏰ Última atualização: Apr 04, 2022 ⏰

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