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E são essas bem calorosas.
Coração frio, é assim que todos me vêem. Com a expressão seria, os outros não vêem que antes tinha um sorriso ali, que fazia meu rosto ser simpático e menos intimidador. Mas foram eles que fizeram o meu brilho sumir.
O planeta de gelo é minha casa natal, e seu solo não é sólido como os dos outros planetas, o que me faz ser sonhadora com a mente nas nuvens. Mas a minha atmosfera é a mais gelada e fascinante que alguém poderia sentir.
No sentido contrário de muitos planetas, a minha rotação vai de leste a oeste. Ir contra a corrente é minha especialidade. A cada 17 horas e 14 minutos me torno outra, mil personalidades em uma só pessoa.
Conheço as suas 27 luas e suas fases, seus anéis opacos como o meu olhar apagado. E assim como o meu lar, sou fria por dentro. Com geleiras enormes, muros de cubos gelados que estão envolta do meu coração, viram o meu escudo fiel. Mas não me sinto presa, pelo contrário, me sinto livre e desapegada.
Ah como eu já ouvi diversas vezes que sou cruel, pessimista, até já ouvi que sou sem coração por não chorar em certas situações. Mas acredite, chorar é mais fácil quando ninguém está por perto, pra não usarem isso contra você. Frieza não te faz a pior pessoa do universo. Existem piores, e são essas bem calorosas, distantes do gelo.
Finjo ser durona, porque sei bem quê parecer frágil só mostra aos outros quê podem me controlar. Os meus segredos, são meus, então não compartilho com ninguém, para isso serve a minha muralha de água sólida. E por isso dizem que sou muito fechada, solitária, ou que não confio em ninguém. Mas eu confio. Se não falo não é por achar que vão sair contando, e sim por terem que conhecer o meu monstro da neve.
