(...)
Morra!
. . . . . . . . .
Intensa pressão,
amotoando as minhas inseguranças em um enorme caixão.
Para suportar tudo,
deleto as palavras inflamáveis direcionadas a mim desnecessariamente.
As quais carregam o intuito de ferir e destruir tudo o que demorei a construir.Mas é irremediável.
– Morra!
Elas são como fogo.
– Queime!
Parece quê falam como respiram e não sentem o pesar no meu peito.
– Desapareça!
Mas é assim, palavras são de graça.
Infelizmente, vidas também não custam trilhões para serem tiradas.
Não para nós.Imagine quê,
indiretamente,
uma única palavra sua pode causar a morte de alguém.
Quanto vale isso para você?As vezes até eu faço com quê doa,
pois me pego repetindo-as para mim.
– Nojento!
Você já chegou ao ponto de acreditar no quê falam?
– Como pode ser assim?
É esquisito sentir como se você tivesse culpa,
quando não deveria tê-la.
– Você deveria morrer!É como dizem:
Quantas pessoas tiram a sua vida apenas por malditas palavras?
E eu te pergunto, quantas são e qual o seu valor?
Infinitas e porra nenhuma!Encharcada de memórias,
até o pescoço e narinas,
eu me sinto sufocada e observo a realidade entrando pelas brechas estreitas de mim.
Intensamente fatal e belamente surreal,
essa sensação de paz e terror carrega uma magia tão complexa e inexplicável que nem percebo a falta de ar e vida.– Porca!
Existem formas mais dolorosas de matar.
– Imundo!
E não é preciso de arma para isso.
– Pecadora!
Até porque dentro de nós,
existem pequenas armas fatais.
– Aberração!
As quais todos os dias são usadas para nos punir.
– Morra!
Seja por nós,
ou pelos outros.. . . . . . . . .
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Aquelas Pessoas E Suas (Malditas) Palavras
Poesía[☕] Palavras causam mais efeito que cocaina. [CONCLUÍDA] ✅